🍒 Pequenos Abalos

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ARIZONA ROBBINS

Confusão que não acaba
Paredes se fechando e relógios tiquetaqueando

(...)

Depois que Callie foi embora, pude dar uma boa risada da situação. Foi hilário ver a cara dela, apesar de ter sido extremamente engraçado, não deixava de ser algo sério. Vejamos, até alguns meses atrás eu era a noiva e mulher dela, e agora sou a amante? Tivemos relações íntimas duas vezes, com ela em um compromisso oficial, isso configurava a mim, o papel de amante. Eram dois fatores completamente errados, eu ter me envolvido com ela tendo consciência que tinha namorada, e ela por ter namorada deveria ser fiel. Sei bem que essa posição e atitude é errada, eu no lugar de Erica ficaria extremamente chateada e magoada. Ninguém merece isso. Errei e Callie também. Não posso querer tirar meu corpo de fora, fiz tudo ciente. Eu, como mulher que sempre defendo outra, essa atitude vai contra todas as minhas ideologias. Se colocar no papel de amante e colocar outra mulher como a traída da relação, não é nada aceitável para mim, claro que isso não ameniza a culpa de Callie também. A única inocente desse rolo todo entre eu e Calliope, é Erica. Se fosse necessário pedir perdão a ela, faria. Era a única atitude cabível.

Após o banho, fui até o closet e escolhi uma roupa simples. Regata e short de tecido. Me pus de frente ao espelho e analisei meu corpo dos pés a cabeça. Tinha algumas marcas vermelhas, nada exagerado, mais o suficiente para se notar de perto. Acredito que Calliope tenha algum tipo de fetiche com isso. Não que eu estivesse reclamando, até porque, tudo que acontecia entre mim e ela tinha o consentimento prévio de ambas as partes.

— Ah, Calliope, Calliope... – cantarolei seu nome em meus lábios, como se fosse o doce mais gostoso já provado por mim.

Sorri para imagem a minha frente, peguei uma calcinha de algodão, sempre gostava de usar roupas mais confortáveis em casa. Depois de colocar o short e a regata, desci as escadas.

Como encontrava-me sozinha em casa, preparei apenas um almoço simples. Arroz, Franco, salada crua e suco natural de melancia. Sentei-me a mesa para me alimentar, e o diálogo que tive mais cedo com Stella veio em minha cabeça:

Me joguei no sofá, tinha acabado de chegar após deixar Ella na casa de Meredith. Sentia meus olhos doerem pelo cansaço, acordei tão cedo que ainda tinha resquícios de sono. A campainha tocou e eu levei um leve susto, colocando a mão no peito.

— Oi! – ela falou sorrindo, não me dando tempo para reagir e logo segurando meu rosto e dando-me um selinho.

— Oi. – dei espaço para ela.

— Então… O que quer conversar comigo? – sentou no sofá e cruzou as pernas.

— Quer algo pra beber? – àquela conversa precisava de algo para relaxar, ou pelo menos eu achava.

— Vinho seria bom. Apenas uma taça por favor – sorriu, sempre muito educada.

Peguei apenas uma taça para ela, devido a minha dor de cabeça não seria aconselhável beber álcool, principalmente vinho.

— Estou ansiosa. – ela sorriu e pegou a taça – Obrigada!

— Nem sei como começar. – dei um meio sorriso e sentei ao seu lado, puxei o ar para os pulmões e soltei controladamente.

— Já até posso imaginar o que seja. Quer terminar o que temos, estou certa? – levantou uma sobrancelha, fazendo-me arregalar os olhos com a sua percepção das coisas. Era tão notável assim?

— Como…

— É bem simples de deduzir isso, meu bem. Seu nervosismo e dificuldade para começar a falar. Sê óbvio, vendo que é um assunto delicado para você. – disse clama. Era incrível a forma como ela falava, sempre muito calma e serena. Se levantou e tirou o casaco, ficando de frente aos meus olhos.

Uma Nova Vida - Constelação e o Florescer de Uma Primavera (Livro II) Onde histórias criam vida. Descubra agora