🍒 Onde Fica O Limite?

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ARIZONA ROBBINS

Eu poderia fazer qualquer coisa por você
Eu poderia dizer o que você quisesse

(...)

— Vamos acordar, tesoro. – me sentei na beira da cama e puxei o edredom.

No. – se virou para o outro lado, enfiando a cara no travesseiro.

— Vamos, Ella. Você tem aula, não pode chegar atrasada. – abri a janela do quarto deixando a luz do sol entrar. Fazendo o pequeno corpo resmungar e se espreguiçar.

— Bom dia, mamãe. – coçou os olhos e sentou na beira da cama.

— Bom dia, amore. Dormiu bem? - perguntei, vendo-a ajeitar o braço na tipoia.

— Sim. – balançou a cabeça de forma lenta

— Sente alguma dor? – indaguei, após vê-la mexer no apoio da tipoia.

— Não. Onde tá Mamá? – perguntou-me ainda sonolenta.

— Está dormindo, não vá acordá-la, ontem ela chegou muito cansada. – falei, antes que Ella fosse correndo ao quarto e pulasse na cama.

Mom? – me chamou com a mão.

— Que foi? – me agachei na sua altura, e Ella depositou um beijo na minha testa, fazendo-me sorrir. Pulou da cama e saiu lentamente até o banheiro, arrastando o urso de pelúcia na mão.

(...)

— Cuidado, viu. Não vá correr, lembre-se do seu braço. Ok? – ajeitei seus cabelos com cuidado.

— Sim, Mom. – seus olhos saíram dos meus e se prenderam em outra pessoa – Arthur! – correu até o menino de cabelos negros, se abraçaram e Ella lhe beijou a bochecha e Arthur fez o mesmo. – Bom dia amigo. – saudou o garotinho.

Ella mostrou-lhe o braço, e os dois engataram numa conversa que só eles entendiam. Me aproximei da mãe de Arthur ao lado do carro e toquei seu braço, chamando sua atenção, a mulher sorriu e abraçou-me.

— Bom dia, querida – falou. Seu cabelo naturalmente ruivo caiu sobre a testa e ela rapidamente afastou uma mexa, colocando atrás da orelha.

Buongiorno, Paola. Como anda as coisas? – perguntei, e ela sorriu.

— Bem, na medida do possível. Precisamos marcar um chá na minha casa. – falou animada – Preciso colocar o papo em dia com você. – piscou.

— É só marcar que estarei lá. – falei e ela sorriu, olhando para o filho.

— Eles se dão muito bem, né?

— Sim, quase tive um ataque do coração quando Ella chegou dizendo que estava "namorando" – fiz aspas, e Paola começou a rir da minha cara.

— Eu tomei um susto também, mas parece que eles esqueceram isso. – a mulher observou – Meu filho gostar muito da sua filha, e sempre me pergunta quando vamos fazer o aniversário dele para convidá-la.

— Sim, Ella também. Mas ainda bem que esqueceram, eles são crianças e não é para falarem sobre essas coisas, mesmo de forma inocente.

— Penso o mesmo, mas crianças tem essas ideias que muitas das vezes eles tiram de nós, um comentário, uma atitude, eles têm tendência a repetir o que os pais e mães fazem. Por isso é importante a gente sempre saber o que tá fazendo ou falando na frente deles. Mas não se preocupe, isso é completamente normal, o importante é não incentivar, uma hora eles esquecem. – explicou. – O errado seria nós adultos plantar isso na cabeça deles de forma intencional, aí sim, é completamente errado e até nojento.

Uma Nova Vida - Constelação e o Florescer de Uma Primavera (Livro II) Onde histórias criam vida. Descubra agora