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   —Corre ! — disse para Devon que já vê o mesmo que eu . Lúcifer e uns carros que certamente era os outros da laia deles estavam nos perseguindo .

Devon pisa fundo no acelerador ouvimos o rimbobar de um trovão seguido por um tiro no carro espatifando o vidro trazeiro.

—Não ! Era novo — eu gemi .

O carro vai em um solavanco me jogando para o lado  após Devon virar uma curva seu rosto suava ,e mais tiros é ecoado batendo no carro .

—Querem atirar nos pneus. — eu disse olhando pelo retrovisor .

—Se segura — alarmou Devon me deixando mais tensa . Um sinal amarelo trafegava em cima dando passagem para um caminhão de coca-cola !

—Não Devon ,não ! — fecho os olhos e passamos como uma bala fazendo Lúcifer se enfurecer de raiva .

—Eeee ! — um sorriso se escancara no meu rosto de orelha a orelha .

—E agora ? — indago já esperando pela resposta.

—A Adaga . Sabe eu estive pensando se ela é mortal para os anjos porquê a gente não mata Lúcifer ? —olho no seu resto cogitando aquela idéia maluca cerro os punhos .

—Não ,de maneira alguma jamais .

—OK só achei que ...— Passa as mãos no cabelo nervoso.

—Devon Lúcifer é inversível ,sem contar que se nós falharmos o que poderia acontecer ? Com a gente e com os anjos ? E os humanos ? Já parou pra pensar ...Se fosse nossas vidas sacrificadas mas acontece que não é .

—Eu sei...Eu sinto muito — ele dirige melancólico. Coloco os cotovelos encostado na janelas e tento memorizar aquela sensação de estar com ele  como ele passa a macha ou até mesmo no jeito delicado dele rodar o volante ,essa sensação segura de que nada me abalará , mas já não tenho tanta certeza .

—Estamos perto.

— É estamos .

         Sinto o cheiro da água ,mais perto . Apesar de o tempo estar ameaçando chuva ainda tinha gente que passeava com seus cachorros . A cidade é bem cuidada tinha muitos jardins públicos e até mesmo áreas de lazer ,era uma cidade pequena boa para criar filhos,construir uma família ,calma ,sossegada... Queria poder criar um filho aqui a ponto dele saber as rotinas do vizinho se existir um Manoel aqui aquele senhorzinho viúvo que sempre rega as flores ao amanhecer e que depois de certas horas fica na varanda olhando para o tempo e falando com a sua falecida . Ou uma Vera que vive falando da vida dos outros, sabe até o que chega na sua correspondência.  Ou um Dênis o mecânico da cidade que vai todas as manhãs para um bar paparicar as mocinhas , queria que algum filho meu tivesse esse privilegio que eu nunca pude ter,esse privilégio de poder chamar o lugar de seu ,conhecer até os mínimos detalhes . De repente vi isso como algo que eu nunca vou ter só olhando atrás do vidro mesmo e escutando os som distantes como uma caverna ecoando cada vez mais baixo até desaparecer de vez.Olhei para Devon  ,tenho certeza que ele irá ser um bom pai . Ele me pega o observando e retribui com um sorriso .

Olho para frente e um espanto envolve meu corpo como uma pluma , uma ponte vermelha se estendia mais a frente .

O carro é parado e descemos flores silvestres transmitiam um cheiro doce e aromatizante . Devon pega na minha mão e não sei qual estar mais suada .

—Vamos rápido — ele diz olhando sempre para os lados ,damos passos rápidos e cautelosos . Seguimos perto de um trecho e o carvalho estava lá como Gabriel prometera sozinho ,solitário .

—Acho que precisaremos de uma pá .— disse .Devon passa as mãos por entre os cabelos sedosos e macios . Tira o óculos e olha para mim como que em um " como que não pensei nisso" . Seus olhos são azuis ,totalmente sem o avelã encaro mais de perto .

—Seus olhos estão totalmente azuis .— digo perplexa.

—Você pode vê ?

—Sim ,mas sempre tem o avelã e agora estão azuis como o céu. — ele sorrir .

—Posso te dar um beijo — ele pergunta brincalhão.

—Um ? — ele me beija ,sinto o gosto doce dos seus lábios quentes e me derreto.

        Chegamos no carvalho que estava todo rodeado de grama,mas tinha um lugar à esquerda que não estava . Um retângulo perfeito.

—É aqui . — ele aponta para o retângulo . — começamos a cavar com as mãos mesmo cerca de 15 minutos e já avistamos a caixa reluzente . Devon tira com tanta delicadeza que até parece um bebê em seus braços seus olhos brilhavam . Ele estava perplexo , inerte. Um vento forte soprou movimentando o meu cabelo . Olho as arvores que se movimentava em um vento constante .

Lúcifer e sua legião de anjo se aproximava da gente todos de pretos .

—Devon — mexi seu braço . — Lúcifer continuava bonito como sempre exebelto ...Mas as trevas reinavam seu coração.

—Devon ! — ele não me respondia comecei a tremer puxei seu rosto para perto do meu .

—Acorda ! — ele acordou como de uma pesadelo profundo ofegante . Olhou ao redor .

—Corre Minerva!  — segurei em sua mãos e fomos em direção a ponte .

LágrimasOnde histórias criam vida. Descubra agora