7- Decepção

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"Quando a decepção aparece, o respeito acaba"
Desconhecido

Alec suspirou enquanto os vidros do carro subiam lentamente, após colocar o celular vinculado ao gps seguiu pela estrada. O caminho não era tão distante, mais um ponto contra Tommas, se o pegasse tinha absoluta certeza que o matariam. Resmungou quando uma pedra da rua de chão batido fez seu carro dar um pequeno tranco, mas que maldito lugar foi esse que Tommas escolheu? 

Já tinha conversado com ele incontáveis vezes para largar essa vida, mas nunca surgia efeito as conversas. Agora estava ali, na frente daquele galpão velho e sujo com sua antiga adaga nas mãos. Fechou os olhos respirando fundo para o que teria que fazer, com um empurrão abriu as portas que rangeram alto deixando um pouco da luz natural entrar no local. O lugar realmente estava sujo, poeira se espalhava por todo os cantos, repleto de caixas empilhadas e tralhas velhas, porém o cheiro de sangue ainda assim era presente. Seus olhos se adaptaram rapidamente a escuridão do ambiente que procurava por Tommas.

Depois de caminhar lentamente olhando em todas as direções sentiu uma leve movimentação atrás de si, no impulso agarrou com força a cabeça da pessoa e com a adaga em mãos pressionou contra o seu seu pescoço. 

— Mas que merda Tommas, quer morrer!? — Soltou o outro com raiva, o fazendo cair no chão pelo empurrão. Sua boca estava suja de sangue seco com os caninos expostos os seus olhos de um profundo vermelho pedia ajuda ao maior que o olhava analisando suas reações. Sua imagem era bestial, Tommas só assumiria essa forma se por acaso tivesse usado o seu veneno. — Não me diga que o transformou…

— Foi um acidente Alexandre, um acidente ok? — Se levantou com um pouco de dificuldades, batendo nas roupas tentando tirar a poeira que grudou em si. — Eu não consegui me controlar!

— Você é a porcaria de um idiota, não é possível. Quantas vezes já conversamos Tommas? — Pressionou a têmporas com força tentando controlar a vontade de arrancar a cabeça do outro no mesmo instante. — Onde ele está? Vamos acabar com isso logo!

— Eu não quero! — Segurou a mão do outro que fez menção de começar a andar. Alec se voltou para Tommas com os olhos vermelhos de pura raiva. — Eu amo ele Alexandre… Não sei o que aconteceu eu apenas me descuidei dessa vez.

— Você está tentando me dizer que ele já sabia da nossa existência? — O maior virou o corpo em direção a Tommas considerando realmente a vontade de transpassar aquela lâmina em seu peito. — Responde Tommas! — Gritou com força fazendo algumas gotículas de saliva baterem contra o rosto do outro.

— E-Eu contei a ele. — Alec voltou à posição original e começou a vasculhar o local que cheirava apenas a sangue por todos os lugares. — Alec me escuta, eu amo ele. Rick nunca nos trairia, eu o conheço. Por favor Alexandre! 

Sem dar ouvidos a Tommas, o maior depois de derrubar algumas caixas encontrou finalmente o corpo do humano, agora em transformação, se contorcendo contra o chão. O corpo nu tinha várias marcas de mordidas espalhadas por toda a pele negra, Rick como era chamado, implorava com os olhos para que Alec o poupasse da tão esperada morte.  

— Alexandre, você não pode fazer isso!

— Posso e vou fazer, você foi totalmente inconsequente. Nem parece o homem que conheço. — Quando ia se ajoelhar ao lado do humano fora empurrado, fazendo a adaga de sua mão voar consideravelmente longe. Alec olhou para trás vendo que Tommas estava ofegante e o olhou com raiva. — Você só está dificultando meu trabalho Tommas, sei que não quer isso agora. 

Meu Sangue - A Maldição Onde histórias criam vida. Descubra agora