Capítulo 19 - Veneno Demoníaco

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Pov's Jace

Abro meus olhos com dificuldade e olho ao redor. Percebo que estava na enfermaria, Izzy estava ao meu lado na cama com um olhar de preocupação.

- Jace. - Ela diz se aproximando.

- O que houve? - Eu sinto sentindo minha cabeça doer.

- Não se lembra? - Ela pergunta.

Algumas lembranças vem na minha mente. Eu lutando contra o demônio tentando derruba-lo, mas logo depois vendo ele soltar algum tipo de fumaça pela boca, que senti entrar na minha garganta me fazendo perder as forças e desmaiar. E então eu acordo aqui.

- Lembro um pouco... - Eu digo. - Por quanto tempo eu dormi?

- Umas 8 horas. - Ela diz cruzando os braços. - Como está se sentindo?

- Com dor de cabeça e um pouco de dor pelo corpo.

- Descobrimos que o veneno que achávamos que era de seelie, é na verdade o veneno do demônio. - Ela explica. - Me atingiu naquele dia, mas não te atingiu. Agora provavelmente aconteceu porque o veneno foi bem no seu rosto.

- Vou sentir as mesmas coisas que você sentiu? - Eu pergunto tentando entender.

- Provavelmente até com mais força. - Ela diz com delicadeza. - Mas eu vou cuidar de você, como você cuidou de mim.

- Não precisa fazer isso Izzy. - Eu falo segurando na sua mão. - Consigo me virar sozinho.

- Claro que precisa, ou tá querendo se livrar de mim? - Ela pergunta rindo.

- Nunca. - Eu respondo rindo.

Vejo ela se aproximar de mim, fiquei ontem o dia todo tentando evitá-la para não me preocupar com o desejo que eu sentia por ela. Mas agora com ela ali do meu lado, falando que vai cuidar de mim é algo difícil de se resistir.

- E você quase me matou de susto. - Ela diz me tirando dos meus pensamentos. - Só soube da missão quando vi você entrar desacordado sendo carregado.

- Não deu tempo de te avisar. - Eu justifico. - Foi tudo muito rápido.

- Eu sei. Mas pensei que poderia ter acontecido algo mais grave, fiquei com medo de te perder. - Ela diz.

- Não vai conseguir se livrar de mim tão cedo Izzy. - Eu digo rindo.

Ela ri e se aproxima de mim, me dando um beijo na bochecha. Olho para ela, me lembrando do que aconteceu entre nós. Era mais difícil do que eu pensei receber um beijo na bochecha da boca que já esteve em lugares mais íntimos. Ela me encara, olhando no fundo do meus olhos mordendo  o lábio de leve. Seguro em sua nuca afastando seus cabelos com intensão de puxa-lá para dar um beijo, mas escuto a porta abrir e no mesmo momento tiro a mão dela e ela se afasta.

- Jace. - Diz Maryse entrando. - Que bom que acordou.

- Eu ia mesmo te chamar agora. - Izzy diz se afastando mais um pouco.

- Foi o mesmo veneno que te atingiu né? - Ela pergunta para Izzy.

- Sim, é o veneno do demônio. - Izzy responde.

- Mas eu vou ficar bem. - Eu digo com intenção de acalma-la, já que ela estava com uma expressão preocupada.

- Eu sei que vai. - Maryse diz. - Essas visitas na enfermaria tem que parar de se tornar frequente.

- E vai parar. - Eu digo. - Já posso ir pro meu quarto né?

- Ainda não, agora que descobrimos que o veneno é do demônio, estamos tentando ver se tem algo que você possa tomar para aliviar os sintomas. - Izzy diz. - Vou ver se conseguiram algo, daqui a pouco eu volto.

Observo ela sair pela porta, Maryse começa a conversar comigo, provavelmente tentando me distrair. Mas os meus pensamentos estavam longe, só conseguia pensar em Izzy.

~~~

Olho ao redor, vendo que já estava no meu quarto. Nem lembro como fui parar ali. Vejo Izzy parada ao meu lado me observando. Ela se aproxima de mim, passando a mão pelo meu rosto.

- Você me quer? - Ela pergunta com seu rosto próximo ao meu.

- Izzy... - Tento falar mas era como se minha voz não saísse.

- Por que tenta resistir a isso? - Ela pergunta passando a mão pelo meu corpo.

- Izzy eu... - Minha voz sai baixa e fraca. - Izzy.

Então abro os olhos vendo a enfermaria, percebo que eu estava sonhando ou tendo alucinação. Sinto dor pelo meu corpo todo, mas nada que eu não pudesse aguentar.

- Eu tô aqui. - Izzy diz ao meu lado. - Você me chamou?

- Chamei? - Pergunto e percebo que poderia ter falado o nome dela em voz alta em quanto estava sonhando.

- Acho que sim. - Ela fala me olhando. - Estava sonhando?

- Sim... Acho que da mesma forma que aconteceu com você. - Eu digo. - Deve ser alucinação.

- Provavelmente. - Ela diz. - E o que era?

- A alucinação? - Pergunto e ela faz que sim com a cabeça. - Ah eu não lembro direito. - Eu digo e ela me olha desconfiada, não queria que ela soubesse que eu tava tendo alucinações com ela. - E quando foi que eu dormi?

- Depois de darem um remédio para diminuir os sintomas do veneno, provavelmente o remédio te deu sono. - Ela diz. - Se sente melhor?

- Um pouco de dor no corpo só. - Eu digo. - Prefiro ir pro meu quarto do que ficar aqui.

- Vamos então. - Ela diz.

Me levanto com um pouco de dificuldade, quando consigo ficar em pé Izzy vem até o meu lado passando o braço pela minha cintura.

- Consegue andar né? - Ela pergunta.

- Sim, só dói um pouco. - Eu digo enquanto saímos da enfermaria. - É estranho a runa da cura não ter efeito contra esse veneno, agora eu entendo o que você sentiu.

- Pois é. - Ela diz. - Mas pelo menos agora a gente tem mais noção do que se trata, deu até para arrumar um remédio, você deve ser recuperar mais rápido.

- É, dei sorte. - Eu digo enquanto entrávamos no meu quarto.

Me sento na cama tentando ficar confortável. Izzy estava parada ao lado da cama, me lembro da alucinação que eu tive, minha vontade era beijar ela. Eu achei que depois da nossa noite o desejo entre nós ia ficar mais fácil de lidar, mas eu tava totalmente enganado. Eu só queria ela mais e mais. E não sabia como eu ia superar isso, sem afetar no nosso relacionamento. Apesar de eu não querer, acho que o melhor seria nos afastar um pouco.

- Precisa de alguma coisa? - Ela pergunta me tirando dos meus pensamentos.

- Não. - Eu digo.

- Quer que eu fique aqui com você? - Ela pergunta.

- Não precisa. Pode ir fazer suas coisas. - Eu falo tentando resistir a vontade de pedir para ela ficar.

- Tem certeza que tá bem? - Ela pergunta desconfiada.

- Sim, eu não preciso de babá. - Eu falo tentando não soar muito grosso. - Pode ir embora.

Ela me olha parecendo estar confusa, vai até a porta do quarto e sai sem dizer uma palavra. Não quis ser grosso, mas acho que a gente ficar afastados um pouco pode me ajudar a resistir a ela. Viro de lado na cama, não estou com sono, pelo visto vai ser uma noite longa. Eu e os meus pensamentos.

Doce tentação - Izzy e JaceOnde histórias criam vida. Descubra agora