One: Sweetest Thing

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Um: Coisa Mais Doce

Seonghwa mantinha o olhar direcionado para aquela mesa que estava vazia, o que o causou certa preocupação.

Ele sempre estava alí com seu capuz cobrindo a cabeça e mangas largas do moletom cobrindo o braço, o olhar triste enquanto apenas observava a comida, mas dessa vez ele não estava lá.

- Seonghwa. - acordou de seus pensamentos. - Ei, 'tá tudo bem. A professora o mandou pra diretoria, já, já ele aparece aqui. - Yunho tentou confortar o melhor amigo.

O Jeong estudava na mesma sala que o acastanhado, então estava sempre encarregado de contar o que rolava durante as aulas.

Ainda que não acreditasse que ele estava bem, resolveu esquecer um pouco sobre aquilo, focando somente no seu sanduíche que já se encontrava frio.

- Olha, não queria dizer nada, mas escutei alguém chorando no banheiro, tentei conversar, porém ele me mandou ir embora, pode ser coisa da minha cabeça, mas parecia muito com a voz dele. - Hongjoong foi quem falou dessa vez, deixando o moreno tenso por pensar sobre o que o fez ficar mal.

Acompanhava tudo que Yeosang passava durante algum tempo, via o quanto o garoto sofria e tudo que ele queria era protegê-lo de todo o mal, porém tinha muita vergonha de falar consigo.

- Vai ficar tudo bem com ele, sempre fica e você mais do que ninguém sabe disso. - o mais alto passou a mão em seu ombro, apertando de leve.

As portas do refeitório se abriram, e lá estava ele.

Era algo engraçado e clichê, disso todos sabiam. "Coisa mais doce", era até cômico, mas era assim que Seong o havia apelidado. Tão sensível, frágil e lindo. Os olhos vermelhinhos e cara inchada não era tão bonito de se ver, mas para o moreno, ele era lindo de qualquer forma.

"Só queria que ele pudesse se ver com os meus olhos." Era o que pensava naquele momento.

- Viu só?! Ele 'tá bem. - o baixinho de cabelos azuis comentou, voltando a comer seus morangos. - E se eu voltar 'pro strawberry hair?

- Que aleatório. - o de cabelos cor de pêssego riu.

- Olhei 'pro morango e lembrei disso.

E assim Yunho e Hongjoong começaram a criar uma espécie de bolha em meio a conversas, deixando o mais velho de fora, mas ele não ligava muito para aquilo.

Enquanto o Kim dava morangos na boca do mais novo, o Park apenas observava cada gesto do Kang.

"Tão lindo e perfeito." Sorria bobo naquela direção.

- Cuidado "pra não babar. - Mingi chegou junto de San, sentando alí também.

Yeosang levantou seu olhar, nos fone tocavam Losing You, a música do álbum de debut solo de Wonho, a que passou a ser sua preferida. Era perfeita para chorar.

Observou a sua volta, todos rodeados de amigos e ele sozinho. Já estava acostumado, mas ainda doía em si.

Lembrou do quanto era alguém sociável, e exemplar, após os pais serem assassinados em sua frente quando tinha seus treze anos, passou a se afastar de todos.

Agora já não tinha mais nada, mrava com a tia que nem sequer ligava para sua saúde física ou mental, apenas dava trabalho e despesas, era o que ele achava. E de certo modo era a verdade já que a própria dizia essas coisas em sua cara.

Seonghwa tinha a vida perfeita, pais presentes, dinheiro, amigos e boas notas, de certa forma era popular, mas não do tipo que pega todo mundo ou que se acha a última bolacha do pacote, apenas conhecia todos.

Quando o sinal tocou, Hongjoong e Yunho saíram da bolha e se despediram indo cada um para sua sala.

No horário de saída a chuva caía fortemente, as nuvens carregadas, e o céu se encontravap escuro.

Alguns pais buscavam os seus filhos de carro, outros tinham guarda-chuva, e Yeosang apenas começou a andar sem nada o protegendo. Sem nem ligar se pegasse um resfriado, apenas queria chegar logo em casa.

Um pouco mais atrás de si, estava o Park andando com a sua sombrinha, olhando o moletom preto encharcado. Não poderia deixá-lo ficar doente e correr o risco de não ir à escola.

Apressou os passos ficando ao lado do mais novo compartilhando o objeto com ele, o que lhe assustou e o fez parar bruscamente.

- Você não devia sair andando assim no meio da chuva, pode acabar pegando uma gripe ou coisa pior. - disse suavemente. - Não precisa ficar com medo, sou da sua escola e só 'tô tentando te ajudar. - completou, ao ver o semblante assustado do outro.

- Obrigado, mas eu não preciso de ajuda. - a voz tão perto de si fez o coração do maior derreter.

A sensação de estar próximo daquele a quem admirava de longe era boa, o estômago revirava, era como se um milhão de borboletas voassem dentro de sua barriga.

- Você precisa sim, me deixe te acompanhar até sua casa?

One Day at a Time (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora