— Eu quero o pessoal da auditoria aqui! — Troyde diz calmo demais, embora esteja vermelho feito um tomate.
— Hoje é Sexta-feira, melhor esperar até Segunda, assim você segue se informando com o seu advogado pessoal, não podemos confiar em ninguém, muita gente pode estar envolvida. — O bom senso de Joane muitas vezes vem em ótima hora.
Outra vez silêncio.
Troyde respira fundo, parece ponderar, seus ombros estão caídos, parece ter envelhecido anos em apenas alguns minutos. Seu semblante está fechado, mais duro eu diria. As veias do pescoço e da testa estão saltadas, parece que vai explodir a qualquer minuto — o que era esperado desde o começo — mas ainda não aconteceu.
— Preciso respirar! — sibila folgando a gravata e abrindo os três primeiros botões da camisa, folheia as páginas diante de si na mesa, soltando-as com impaciência.
Fica de pé arrastando a cadeira, Brian me olha confuso por não entender a atitude calma demais do irmão, Joane parece esperar o pior de Troyde, atitude ao qual já estamos acostumadas; Edward nos assiste calado, atento, os olhos bem abertos. Troyde passa por mim e o sigo sem questionar, sem dar satisfação a ninguém. Meu salto ecoa pelo hall vazio, bem como os sapatos de troyde a cada passo pesado.
— Vou pegar meu celular e a carteira. — avisa passando as mãos pelos cabelos, desalinhando os fios bem penteados.
— Melhor não sair assim, Senhor. — opino atônita encarando sua expressão séria, ele têm os olhos marejados agora.
Troyde me dá as costas, sai em direção a sua sala, eu faço o mesmo indo atrás dele, apressada, descompassada, nervosa. Entro feito um furacão na sua sala, minhas mãos tremem, minhas pernas estão bambas. Ele desliga o computador, fecha e abre as gavetas da sua mesa tirando a carteira e o celular de uma delas, está visivelmente transtornado, perdendo o controle, fico preocupada. Ele passa por mim, fecho a porta da sua sala, ele vai na frente, penso em tentar barrar a sua saída para onde quer que seja, nesse estado de nervosismo não é seguro que dirija, mas ele não me dá tempo para opinar, puxa minha mão e encaixa seus dedos nos meus.
— Amigos, certo? — rebate quando faço menção de repreendê-lo. — Apenas venha comigo, ou serei capaz de fazer uma grande besteira.
— Fique calmo! —peço, ele me puxa pela mão, volta a caminha na frente com pressa enquanto eu tento me equilibrar nos saltos sendo praticamente arrastada. Paramos diante do elevador privativo, nossas mãos unidas me causam um reboliço no estômago, Troyde parece que vai enfartar, respira pesadamente, não para de se mover.
O elevador anuncia sua chegada abrindo as portas prateadas e entramos, Troyde aperta o botão do térreo e as portas se fecham. Ele me puxa, me abraça e fico dura, completamente desconcertada. Sua respiração resvala em minha orelha, seus braços me prendendo os ombros, o cheiro do seu perfume se impregando em mim. Fecho os olhos, surpresa e inquieta, sentindo que tudo isso é muito estranho.
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Em Nome Do Amor
ChickLitE quem disse que para ser perfeita é preciso seguir um padrão corporal? Sahara Oliveira não possui neura com seu corpo GG, muito menos com sua pele negra e seus atributos avantajados por conta do seus traços brasileiros. Em seus gloriosos vinte e s...