Termino de organizar todas as compras na cozinha. Basicamente comprei o necessário para todo o mês, o triplo do que eu costumo comprar, pois sei que Troyde come bastante e eu trabalhar em casa culmina um tédio sem fim, onde desconto a ansiedade preparando diversos tipos de doces e salgados para comer. Também me precaví, já que mais cedo quando falei ao telefone com Brian, ele me disse que viria todos os dias visitar o irmão, não me opus, muito pelo contrário, acho que será muito bom que os dois se aproximem, mesmo sendo dessa forma trágica, assim, provavelmente ele não dispensará comer da minha comida.
Quando nos falamos por telefone, Brian me surpreendeu ao relatar que já havia providenciado uma cadeira de banho para o irmão e outra cadeira de rodas mais confortável, pediu que a governanta de Troyde separasse algumas roupas e ítens pessoais. Depois que deixei Troyde bem acomodado, cheio de travesseiros e assitindo televisão, tomei um banho rápido, escovei os dentes e preparei ovos com bacon e torradas, um café quentinho como acompanhamento para despertar.
Quando meia hora depois Brian chegou ao meu apartamento com dois seguranças à tiracolo, duas malas de rodinhas, duas cadeiras — uma de banho e a outra de rodas em um modelo super moderno — e um celular para o irmão, eu havia acabado de montar uma bandeja com café da manhã.
Troyde preferiu tomar um banho antes de se alimentar, fiquei brava pela birra, pois precisava tomar o remédio, mas depois entendí que ele realmente precisava da higiene. Passei plástico filme no gesso da perna, forrei com sacolas de plástico e fiz o mesmo com o gesso do braço. Depois que Brian ajudou o irmão a tomar um banho e a se vestir em um pijama de malha com camiseta regata, tomamos café, aproveitei o processo e assisti a vídeos de como limpar os ferimentos, o que me ajudou na hora de trocar e limpar Troyde que parecia a todo momento envergonhado. Sugeri que pedíssemos algo para almoçar ao invés de prepararmos, nenhum dos dois se opôs, pois apesar de Brian ter adiantado a questão das cadeiras, eu precisava ir ao supermercado para abastecer os armários e a geladeira.
Quando voltei, Troyde já cochilava outra vez, talvez por conta dos remédios que são fortes. Decidimos pedir nosso almoço em um restaurante perto da empresa ao qual eles adoram comer. Brian acaba de entrar na cozinha, ele estava na sacada discutindo aos susurros com o pai ao telefone, tem cara de choro, mas ignoro fingindo normalidade terminando de guardar a manteiga e o leite na geladeira.
— Quer ajuda? — pergunta todo desconcertado.
— Pode organizar os nossos pratos na mesa, por gentileza? Estão na parte de cima do armário. — sorrio indicando o armário, lavo as mãos na pia, minha língua coça para dar uma alfinetada nos pais deles, mas seguro firme, não é da minha conta. — Acho melhor levar o almoço do seu irmão no quarto.
— Não tenho como agradecê-la por tamanha generosidade, Sahara. Significa muito para mim, para o meu irmão também. — fala bem sério me olhando nos olhos . — Sei que desde a nossa discussão você pode pensar que eu odeio o meu irmão, mas não é verdade, amo o Troyde demais, ele sempre foi muito protetor comigo. Ficamos distantes depois que ele assumiu a presidência da Azel, ele vive estressado, se isolou do mundo, até de mim mesmo e liguei seu descaso comigo a isso, à seu poder na empresa. Na minha cabeça ele estava se achando o superior, mas apesar de tudo, o meu irmão é a minha família.
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Em Nome Do Amor
Chick-LitE quem disse que para ser perfeita é preciso seguir um padrão corporal? Sahara Oliveira não possui neura com seu corpo GG, muito menos com sua pele negra e seus atributos avantajados por conta do seus traços brasileiros. Em seus gloriosos vinte e s...