Capítulo 9

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Me viro para encontrar os olhos de cores diferentes subindo e descendo pelo meu corpo. Sinto minhas bochechas esquentarem, mas abro um sorrisinho, igualando o que vejo em seus lábios. Nico estava vestido como um antigo rei egípcio - ou pelo menos eu acho que é isso. Combinou com ele também.

"Valeu." Respondo ao elogio. Seu sorrisinho cresce mais um pouco, provavelmente notando o tom rosado das minhas bochechas. Ele aproxima os lábios do meu ouvido, para que eu possa escutá-lo mesmo através da música.

"Ouvi você cantando na aula de música outro dia. Você tem o inferno de uma voz, anjo." Diz, e eu mordo o lábio, reprimindo um sorriso maior ainda. Porra, ele acertou em cheio em como me elogiar.

"Obrigada." Murmuro.

"Só fiquei com uma dúvida." Diz, e eu arqueio uma sobrancelha. "Você é uma parceira de dança tão boa quanto é uma cantora?" Dou uma risadinha divertida com seus métodos de convidar uma garota para dançar. Decido brincar também.

"Quer descobrir?" Questiono por cima da música. Nico pega a minha mão e me puxa para perto, levando a outra mão para o meu quadril. Tiro minha palma da sua e levo para a nuca quando começamos a dançar juntos.

A música tocando tinha um ritmo lento e mais sensual, então dançamos corpo a corpo, provocando um pouco um ao outro. Não era nada demais, e não estávamos transando na pista de dança nem nada do tipo, mas era divertido. Ele vai sussurrando piadinhas no meu ouvido, normalmente coisas sobre as pessoas ao nosso redor, que acabam tirando risadas de mim.

Nós dançamos por diversas músicas seguidas, e eu me encontro realmente me divertindo. Nico era um cara engraçado. Eu normalmente não me encontrava gostando desse tipo, mas ele era divertido.

Um tempo mais tarde, algumas horas depois do início da festa, eu me separo dele, apenas para ir no banheiro. Quando estou lavando minhas mãos, a porta abre e Aspen entra, parecendo levemente bêbada. Você vê, na maior parte do mundo, você não iria encontrar muitas bebidas ou drogas em festas de escola. Mas aqui é Lockwood High e nós somos filhos de criminosos, criados no mundo da máfia. Acho que você entende a diferença.

"Então... Nico." Aspen diz, com um sorrisinho e um tom sugestivo. Eu suspiro, mordendo o lábio e me encarando no espelho. Minha amiga se aproxima, parando ao meu lado. "Ele está dando em cima de você, não está? Eu te disse que você chamou a atenção dele."

Dou de ombros. "Yeah, eu acho que sim. Você está certa. Estamos dançando pelas últimas duas horas." Digo. Ela solta uma risadinha.

"Eu disse!" Fala, satisfeita. "E aí? Você vai nessa?"

"Não sei..." Murmuro. Aspen arqueia uma sobrancelha em questionamento, e eu coloco as mãos nos ombros dela, meio divertida. "Relaxa. Sou mais o tipo de garota que deixa acontecer. Vamos esperar."

Isso não era muito verdade. Quero dizer, eu nunca forçava relacionamentos, mas quando eu gosto de alguém, eu costumo me adiantar muito, pelo menos na minha própria cabeça. Foi exatamente assim com...

Fecho os olhos e suspiro. Nope, minha deusa interior diz, Nada de pensar nele, Skyah. Ele está bem longe daqui.

"Bem, tudo bem." Aspen diz, e eu foco minha atenção nela novamente. "Me diz quando rolar."

Eu sorrio. "Se rolar." Corrijo. Ela rola os olhos.

"Ah, vai rolar, babe." Diz, convencida. Solto uma risadinha, balançando a cabeça. Vejo Asp seguir para uma das cabines privadas e eu saio do banheiro, voltando para a festa.

Vejo Dame dançando com um grupo de alunos, e logo encontro Nico no bar. Me aproximo, e ele sorri quando me vê ali. Não posso deixar de retribuir. Ele tinha aquele sorrisinho de menino que eu gostava.

"Uma bebida e podemos dançar de novo." Falo, preparando meu drink. Nico dá uma risadinha, mas concorda com a cabeça. Depois que nós dois bebemos, ele segura minha mão e me puxa novamente para a pista de dança.

Música depois de música, eu não sei quanto tempo passa. Canto junto com as letras que eu conheço, e Nico parece gostar disso, se aproximando mais para ouvir minha voz. Nós ficamos assim por um tempo, com suas ocasionais piadinhas me fazendo rir.

Me surpreendo quando percebo que as pessoas já estão deixando o Salão, horas mais tarde. Nico vai até meu ouvido e murmura: "Vamos, vou te deixar na porta do seu quarto."

Eu não sou ingênua o bastante para pensar que ele faz isso por cavalheirismo, mas sorrio e concordo. Nico segura minha mão, e eu gosto da sensação da sua palma na minha. Nós deixamos o salão do baile, e eu sigo o guiando até meu quarto. tento discutir com todo o lance de me deixar na porta, mas ele insiste que não se importa, e eu secretamente gosto disso também.

"Me diverti, Anjo." Nico diz, se encostando no batente da porta ao me encarar, seu corpo próximo do meu. Dou um sorrisinho.

"Eu também." Admito. Ele se aproxima mais ainda, e eu tenho que olhar para cima para encará-lo. Seus olhos caem para meus lábios.

"Isso significa que eu ganho um beijo de boa noite?" Murmura. Eu dou um sorrisinho e mordo o lábio inferior, sabendo muito bem que isso apenas atrái sua atenção mais ainda para o local.

"Você quer um?" Questiono. Seus olhos encontram os meus novamente.

"Bastante, anjo." Diz, dando um sorrisinho. Eu o encaro por um segundo, questionando se deveria ou não beijá-lo.

Vai logo e para de ser covarde, minha deusa interior diz. Eu hesito. Tecnicamente, esse é meio que um primeiro encontro-não encontro, certo? Eu devia esperar para beijar ele.

Estamos aonde? Século vinte? Beija logo esse gatinho, garota, jesus, minha deusa interior diz mais uma vez, e eu decido que ela está certa.

Levo uma mão para a nuca de Nico e fico de pontinha, pressionando meus lábios levemente nos seus. Ele não hesita em rodear a minha cintura com um braço e me puxar para perto. Eu o deixo aprofundar o beijo.

Era bom. Nada de borboletas no estômago ou fogos de artifício na minha cabeça, mas ainda sim, bom. E essas coisas não realmente acontecem na vida real, então eu aproveito.

Me afasto um pouquinho depois, com um pequeno sorriso no rosto. Eu sabia que meu rosto estava vermelho, mas não me incomodo muito. "Boa noite, Nico." Murmuro.

Ele sorri e se aproxima para mais um rápido selinho. "Boa noite, anjo."

Mordo o lábio e entro no meu quarto. Ele se afasta e eu suspiro, encontrando Ônix e Saphira dormindo do lado de dentro. Eles apenas levantam a cabeça quando entram, mas logo decidem que não é nada muito emocionante e voltam a deitar.

Eu tiro os sapatos, suspirando, um sorrisinho brincando em meus lábios.

Foi um bom beijo.

Kill me, baby - Lockwood High ano 1Onde histórias criam vida. Descubra agora