Capítulo 11

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Nico me manda uma mensagem para que eu coloque roupa de frio, então suponho que onde quer que ele vá me levar, seja ao ar livre. Coloco uma botinha preta, calça, casaco e um gorro. Levo a minha faca escondida na calça - não que eu ache que algo ruim vá acontecer, mas eu sempre levo comigo. Melhor se cuidar do que se foder.

Às seis em ponto exatamente, escuto uma batida na porta. Ônix e Saphira estavam fora, então não me preocupo com eles estranhando Nico. Abro a porta, e sorrio ao encontrá-lo encostado no batente.

"Pronta, anjo?" Questiona, com um sorrisinho brincando nos lábios. Eu concordo com a cabeça, e Nico segura minha mão. Fecho a porta atrás de mim e o deixo me guiar pela escola.

Saímos pela porta de entrada, e eu imediatamente passo os braços ao redor de mim mesma. Porra, esse lugar é frio. Não estamos no inverno ainda, mas mesmo assim. Nico apenas continua caminhando, e eu o sigo. Minhas botas protegem meu pé contra a neve, então não era tão ruim.

Depois de alguns minutos, Nico vira para mim. "Okay, precisa fechar os olhos." Arqueio uma sobrancelha e ele solta uma risadinha. "Estou falando sério. Fecha."

Eu suspiro, mas fecho. Como estamos descendo, e não no lugar mais estável, Nico se aproxima mais de mim e me guia com as mãos na minha cintura. Noto a mudança de local quando a luz muda e o frio congelante fica menos agressivo. Escuto uma porta abrir e fechar, o que é estranho, já que não tinha visto nada por perto, e sinto Nico atrás de mim.

"Abre." Murmura. Quando abro os olhos, encaro ao redor chocada.

Eu estou em um iglu. Okay, não sei se é exatamente um iglu, mas as paredes são gelo, por trás de um vidro, então parece um. Era como uma pequena casa... de gelo. Havia uma cozinha, sala de estar - com televisão - sofás. Até mesmo o sofá era de gelo, mas havia um vidro rodeando, como todo o lugar.

"Como achou isso?" Murmuro, e Nico sorri.

"É um segredo da elite, então não pode contar para ninguém." Diz, e eu concordo, dando um sorrisinho. Ele pega a minha mão e me puxa para o sofá. "Senta, eu usei meus belos dons de culinária por você, então se prepara."

Assisto sentada enquanto ele vai até a cozinha. Quando tira dois potes de macarrão com queijo, eu solto uma risada.

Nico volta e estende um dos potes com os talheres, e eu pego. Ele senta ao meu lado. "Então... vamos jogar um jogo." Eu arqueio uma sobrancelha e ele sorri. "Eu te faço uma pergunta e você tem que responder. Pode passar três perguntas no máximo."

Sorrio. "Okay. Mas eu posso te perguntar também. Mesmas regras." Nico assente. "Você começa."

Ele pensa por alguns segundos antes de falar. "Qual é sua cor favorita?"

"Tenho três. Azul, preto e prata." Falo, colocando um pouco de comida na boca. Quando engulo, faço minha pergunta. "O que gosta de fazer?"

Nico dá de ombros. "Atirar, correr. Poker. Lutar." Eu concordo com a cabeça e ele já faz sua pergunta, abrindo um sorrisinho. "Me conta um segredo."

Arqueio as sobrancelhas. "Um segredo?" Ele assente. "Qualquer coisa que nunca tenha contado a ninguém?" Ele assente mais uma vez. Mordo o lábio, pensando um pouco. Eu suspiro. "Peguei meu pai transando quando tinha dez anos."

Ele arregala os olhos. "Outch. Esse é um trauma sem volta."

Dou uma risadinha. "Yep. Não sei se o fato de não ter sido com a minha mãe é pior ou melhor." Ele dá um sorrisinho, e eu gosto de não ter mudado o clima por causa dos meus problemas familiares. Muitas pessoas tornam isso estranho.

"Sua vez." Diz, comendo. Eu suspiro.

"Agora você me conta um segredo."

"Aos doze anos..." Nico começa, um sorrisinho perverso aparecendo no rosto dele. "Pintei o cabelo de Aspen de verde enquanto ela dormia. Uma parte, pelo menos. Até hoje ela acha que foi Luka."

Solto uma risadinha, balançando a cabeça. O que esses garotos tem com mexer com cabelo?

"Filme favorito." Diz.

"O diário de uma paixão." Respondo. É verdade. Sim, eu sei, maior clichê responder isso, mas é verdade. Não costumo chorar com filmes, mas esse me pega toda vez.

Nico ri. "Clichê, mas fofo."

"Por que sua amiga me mandou ficar longe de você?" Questiono. Sei que ele ouviu sobre minha discussão com Sydney Kogane mais cedo. Saiu no blog - essa garota não deixa nada passar - então todos sabiam. Nico suspira.

"Syd pode ser um pouco... superprotetora. Não esquenta com ela. A gente só passou por muita coisa juntos." Apesar de acreditar que tem mais coisa aí, apenas concordo com a cabeça. Eu sabia que ele não ia me contar a história toda ainda, então nem tento.

Nós continuamos com as perguntas por um tempo, e terminamos de comer. Nico coloca um filme, e, ocasionalmente, me encontro em uma sessão de pegação com ele no sofá. Era bom. Nunca fiz essas coisas mais simples. Parar e beijar alguém simplesmente pelo fato de estar afim, enquanto algo passa na televisão.

Apenas voltamos para a escola quando o céu já está escuro. Não era muito tarde, ou pelo menos eu acho que não. Nico e eu seguimos juntos, e encontramos poucos alunos nos corredores. Em vez de seguir para o meu quarto, ele segura a minha mão e me guia na direção do refeitório.

"O que estamos fazendo aqui?" Murmuro. Já havia passado da hora do jantar, então o local estava completamente escuro. Era proibido entrar na cozinha, e era para lá que Nico estava me levando.

"Sorvete." Responde, e eu dou um sorrisinho. Entramos na cozinha vazia, e sento no balcão enquanto ele pega um pote de sorvete e duas colheres do freezer.

Nico me diverte com histórias enquanto comemos, e me encontro rindo mais do que normalmente faço. Uma das cozinheiras entra alguns minutos mais tarde, e nós temos que correr - não que Nico entraria em algum problema, por ser elite e tudo mais, mas acho que corremos mais pelo simples prazer de fazê-lo.

Quando terminamos o sorvete, caminhamos de volta para meu quarto, já que Nico mais uma vez quis me deixar na porta.

"Me diverti hoje." Diz, e eu sorrio.

"Eu também." Concordo. Ele se aproxima e junta os lábios aos meus. Aprofundo o beijo, aproveitando a sensação de ter seus lábios contra os meus por alguns instantes. Quando me afasto, ele sorri. "Boa noite, anjo."

"Boa noite, Nico."

Kill me, baby - Lockwood High ano 1Onde histórias criam vida. Descubra agora