Capítulo 27

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"Eu gosto de te ouvir." Quase pulo de susto com a voz de Hardin soando pelo quarto. Tiro os olhos do violão no meu colo para encarar o garoto sentado na minha janela. Ashy estava em seus braços, e eu queria saber como diabos ele subiu pela minha janela segurando uma raposa. Deixa para lá, garota. Ele é Hardin Taylor.

"Hey." Digo, dando um pequeno sorrisinho. Hard deixa Ashy no chão perto de Ônix e levanta, tirando os sapatos antes de subir na cama ao meu lado. Nós não nos falamos muito desde o dia em que encontrei Emy no refeitório, algumas noites atrás. Trocamos mensagens, o que era novo, mas ele não apareceu no meu quarto até agora.

"Continua." Fala, apoiando o cotovelo no travesseiro e a cabeça na mão, os olhos em mim. Arqueio uma sobrancelha.

"A música?" Questiono, e ele assente. Eu suspiro e olho para o violão azul no meu colo novamente. Minha mãe havia me dado quando eu era garotinha, e apesar de estar em seu limite, eu não tinha coragem de comprar um novo.

Começo a dedilhar as cordas novamente, tocando uma leve melodia. Hardin balança a cabeça.

"Canta também." Diz. Eu dou um sorrisinho divertido, mas não nego. Apenas busco uma música na minha cabeça por alguns segundos, pensando na letra perfeita para aquele momento.

Eu era uma pessoa muito expressiva. Sempre fui. A cor do meu cabelo, as tatuagens e os piercings... Eram meu modo de me expressar. E não era diferente com minha música. Eu sempre cantava o que estava sentindo. Não conseguia cantar de outra forma, as palavras não saiam.

Então, assim que penso na letra de It's you, da Ali Gatie, sei que é exatamente essa música que vou tocar. Meus dedos começam a se mover quase por conta própria, e as palavras deixam meus lábios, alcançando as notas necessárias tão facilmente quanto eu respirava.

É você, é sempre você

Se um dia eu me apaixonar, será por você

É você, é sempre você

Conheci muitas pessoas, mas ninguém é como você

Enquanto canto, meus olhos encontram os dourados de Hardin. Sei que é possível que ele acredite que apenas escolhi uma música aleatória, mas sei que isso não é verdade. Ele sabe. Surpreendentemente, isso não me incomoda tanto quanto eu achei que faria.

Eu já me machuquei, sim, eu conheço a sensação

De se abrir e depois descobrir que o amor não era real

Eu ainda estou sofrendo, sim, estou sofrendo por dentro

Estou com tanto medo de me apaixonar, mas se for por você, então vou tentar

A música era exatamente o que eu sentia. Não era apaixonada por Hardin. Não ainda, pelo menos. Era cedo demais, e nós mal nos conhecemos. Mas eu tinha certeza absoluta que poderia facilmente acabar me apaixonando. E, ao mesmo tempo que isso me assusta mais que qualquer outra coisa, também me faz sentir... bem. Viva.

Assim que eu termino, nós ficamos em silêncio por alguns instantes, nossos olhos presos em um olhar intenso, o peso das palavras não ditas entre nós. Após apenas alguns segundos, Hardin se aproxima e tira o violão do meu colo, deixando do outro lado da cama antes de me beijar.

Foi diferente dessa vez. Era tão quente e intenso quanto sempre foi entre nós, mas havia algo mais. Algo mais sentimental, algo que nenhum de nós estava pronto para analisar completamente. Algo perigoso, mas igualmente emocionante.

Levo minha mão para sua nuca enquanto Hardin me coloca completamente deitada na cama, ficando por cima de mim. Sua mão vai para meu quadril antes de subir lentamente por baixo da minha camisa, subindo o tecido da camiseta. Me afasto apenas o suficiente para deixar que ele tire, expondo meu torço nu.

Muita gente pode tentar argumentar que somos precoces demais para nossa idade. Quero dizer, tenho quinze anos, pelo amor de Deus. Para essas pessoas, eu faço apenas uma pergunta. O que você acha que aconteceria com você se crescesse em um mundo onde está cercado por criminosos, morte e sexo? Além disso... acredito que uma adolescente que já viu o corpo de um amigo morto, além de quase perder outra amiga, já está pronta para coisas mais avançadas como chupar um pau.

Hardin desce a boca para meu pescoço, beijando e provocando, antes de descer para meu peito. Eu levo minhas mãos para suas costas e puxo o tecido da camisa. Ele logo entende e se afasta apenas o suficiente para me deixar tirar, logo voltando para provocar meus mamilos mais uma vez.

Ele desce por todo meu corpo, e eu agradeço quando não me provoca dessa vez. Apenas tira meu short e calcinha, e eu agarro seu cabelo enquanto ele me chupa. Aperto os lençóis com a outra mão, e quase reclamo quando Hard para logo antes de eu gozar. Mas ele apenas beija minha boca e termina usando os dedos. Eu não me importo com o meu gosto em seus lábios.

Hard abafa meus gritos me beijando, e eu desço minha mão até sua calça assim que consigo pensar corretamente de novo. Abro o botão e coloco a mão dentro de sua cueca, envolvendo ao redor de seu pau, já duro e pulsando. Eu o masturbo, e ele abaixa mais suas calças antes de gozar na minha barriga.

Encostando sua testa na minha, nós dois respiramos ofegantes, em silêncio. Hard desce para beijar meu pescoço lentamente antes de levantar. Em vez de se arrumar para sair, porém, ele tira a calça e fica apenas de boxers antes de ir para o banheiro. Volta alguns segundos depois com um pano e limpa minha barriga. Eu o encaro meio surpresa, mas decido não falar nada.

Quando volta, deita ao meu lado e mexe distraidamente nos fios do meu cabelo . Eu o encaro em silêncio.

"Canta de novo." Ele sussurra. "Sem o violão dessa vez. Mesma música." Fala depois de alguns segundos. Eu arqueio uma sobrancelha para ele, surpresa, mas um sorrisinho que não consigo segurar aparece em meus lábios.

"Você vai enjoar." Digo. Hardin me oferece um sorrisinho e balança a cabeça, negando. Rolo os olhos, mas suspiro e deito a cabeça em seu peito antes de começar a cantar novamente.

Conforme canto, Hardin continua com o carinho no meu cabelo, me fazendo ficar sonolenta aos poucos. Sei que minha voz era apenas um pouco mais alta que um sussurro depois que termino, mas Hard não parece se incomodar com isso nem um pouco.

"Gosto dessa. Acho que é uma das minhas favoritas." Ele murmura. Eu dou um sorrisinho satisfeito ao mesmo tempo que fecho os olhos.

"Yeah?" Hardin solta uma risadinha.

"Yeah. Dorme, wolf girl." Sussurra.

Então eu durmo.

Kill me, baby - Lockwood High ano 1Onde histórias criam vida. Descubra agora