All the things she said.

Um simples pedido

Minha mente se nublou. Não era mais um garoto com toda a certeza. Era um jovem adulto agora, um jovem homem e me senti envergonhado ao notar que minha mente e meu corpo sentiam necessidades de um jovem adulto. Necessidades como amar. Havia lutado tantas guerras, feito tantas missões, porque me expressar eram sempre as ocasiões mais difíceis? Acariciei o rosto de Sakura. Aonde ia, me lembrava dela. Aonde viajava, desejava estar com ela. Tudo estava claro agora, encarava aquele rosto de uma bela e jovem mulher. Seu nariz sempre fora fino e arrebitado lhe dando um ar metido. Prefiri ficar deitado me perdendo na beleza dela.

-Sakura... -Meus lábios soltaram como se eu estivesse enfeitiçado. As bochechas da kunoichi coraram, Sakura saiu de cima de mim logo se sentando na beirada da cama. O momento infantil das cóssegas havia passado para nós dois. Me levantei da cama e logo me ajoelhei em frente a moça que sequer entendia o que eu estava fazendo.

-Eu... Gomen. -Disse sem jeito. Acho que Sakura jamais pensou que fosse ver expressões que não fossem frias em meu rosto, mas Sakura era especial. Ela preenchia a minha vazia existência e para mim isto já era claro. Mais do que tudo... Ela era o meu lugar para retornar e percebi isto mais intenso nos últimos anos.

-Eu... -Abaixei a cabeça logo a encarando nos olhos novamente.

-Eu... sou péssimo com assuntos como sentimentos e lhe peço desculpas por isto mas... -Respirei fundo me esforçando. Para mim, sentimentos negativos eram sempre mais fáceis de serem expressos, mas não os sentimentos positivos. Cansei de ser um covarde. Respirei fundo e olhei dentro daqueles olhos verdes tão familiares e tão inesquecíveis.

-V-Você... Aceita se casar comigo? -Perguntei de vez. Sakura mal assimilou o que lhe foi perguntado. Seus olhos verdes se arregalavam. Ela abriu a boca algumas vezes e lágrimas desciam por seu rosto. Ela estava feliz?

-Eu sei... Sequer tenho um anel, ou lhe trouxe algo simbólico, mas sei, sei que meus sentimentos estão conectados com os seus eu... Eu a amo. -Disse por fim sendo sincero comigo mesmo, já não conseguia mais me apegar ao meu orgulho. Aquelas palavras eram difíceis para serem ditas. Por muito tempo ela apenas me encarava surpresa, Já conheci tanto os piores lados da vida, que já me preparava para um "não". Primeiro, fiquei envergonhado... Depois, triste. Como se eu estivesse perdendo algo muito valioso. Linda, bom cargo, boa shinobi... O que ela ia querer com uma pessoa de tão má reputação como eu? Tudo bem, eu a compreendia. Ia aceitar seu silêncio.

-Sasuke... Sabe que eu jamais me apegaria a um detalhe como um adorno não sabe? Ainda sou eu. A mesma Sakura. -Ela dizia abrindo aquele sorriso meigo que era sua marca registrada. Mas sua frase ainda me deixava tenso.

-Eu aceito Sasuke-kun. Eu também o amo. -Disse Sakura limpando suas lágrimas.

Há muito tempo eu não sabia o que era me sentir feliz, ou orgulhoso de uma escolha. Meu peito queimava, uma sensação de alívio e realização me invadiam. Senti meus olhos arderem, mal segurei um sorriso na cara perdendo miseravelmente o meu orgulho. Senti uma lágrima descer por meu rosto e segurei meus sentimentos para que fosse só aquela. Ela sorriu colando nossas testas. A abraçei então... Me sentia em uma espécie de paraíso. Não havia perdido o amor dela, Sakura ainda estava ali por mim ela era o meu local de retorno. Me deliciava com o cheiro de cerejeiras e lima que ela tinha, guardava em minha memória aquele momento de felicidade em meio a tantos momentos sofridos que tive. Me sentia feliz, em paz assim em seus braços. Sakura acariciava delicadamente meus cabelos mandando ondas de relaxamento para o meu sofrido corpo.

-Mas o que deu em você? As pessoas geralmente namoram antes de tomar esta decisão! Tem certeza de que realmente quer isto? -Sakura dizia de forma afobada, como ela sempre agira a vida toda. A encarei confuso.

-Etto... Não era isto o que estavamos fazendo quando cheguei? N-namorando como dizem? -A. respondi. Apenas permanecemos nos encarando.

-Tem certeza que é isto o que quer? -Sakura questionou confusa, seu rosto estava apreensivo. A encarei convicto por alguns instantes e abri um sorriso que não havia destinado a alguém além dela.

-Absoluta! -Disse por fim capturando aquela boca. Agora que aprendi a beijar, queria ter minha boca grudada a dela sempre que podia. Nos beijavamos e nos correspondiamos a altura. Nos separamos minimamente, ofegava mais uma vez sentindo as necessidades do meu corpo. A notei corada e só agora percebi que eu estava excitado e ela estava sentindo minha ereção. Senti o rosto arder violentamente. Saí debaixo dela com muito cuidado perdendo totalmente a minha dignidade. Retrai meu corpo em pura vergonha sentando-me na beirada da cama.

-Sasuke-kun? -Encarei o chão soltando o ar com dificuldade.

-G-Gomen... Onegai. Não quis, não quis deixar você constrangida. -Disse me sentindo o pior dos pervertidos. Ela se sentou ao meu lado com um sorriso.

-T-tudo bem. Acontece e-é normal e-eu não deveria encostar tanto em você, mas não consigo evitar. -A encarei de imediato. Nos encaramos logo abrindo um sorriso.

-Bem, eu vou ir tomar um banho rápido e quente para que você possa ir também antes de ficarmos resfriados. -Ela disse sorrindo. Ela se levantou logo pegando um dos kimonos brancos. Essa visão apenas piorou a situação em vista de que meus olhos não saíam de seu corpo. Ela entrou na suíte. 

Passei as mãos pelos cabelos tentando mandar toda aquela energia em mim para longe. Karin investiu contra mim diversas vezes nos esconderijos de Orochimaru... Ela me deixou excitado algumas vezes de tanto se esfregar em mim mas nunca consegui me deitar com ela por respeito ao que ela sentia e eu não. Tinha impulsos e não me importava com ninguém... Mas nunca consegui machucá-la com esses atos porque Karin, sempre me lembrava a Sakura. Com Sakura... Desde quando eramos adolescentes seu corpo feminino me atraía. Se iniciou depois que a vi pela primeira vez depois de anos no esconderijo de Orochimaru... E agora quando adulta, meu "fetiche" era o seu corpo. Encarei o chão mandando todos estes pensamentos para longe. Deveria respeitá-la. Alguns minutos se passaram até que ela saiu com os cabelos molhados em meio ao vapor que a acompanhava. Aquele kimono deixava algumas partes de seu corpo marcadas como os seios e as coxas. Se existia um Deus... Ele estava me torturando. Sentia a cara arder. Seu corpo era lindo, um dos mais lindos em que já reparei... Talvez o mais belo. Ela me encarou corada. Grunhi.

-E-eu vou indo antes de pegar um resfriado. -Disse por fim correndo do seu campo de visão. 

To be continued.