Ao som do sino que marcava o final da aula, Mavis saiu descontraída pelos corredores da escola. Sentou no gramado do lado de fora e puxou seu caderno com intuito de fazer as atividades enquanto a matéria estava fresca em sua memória, isso deveria lhe dar tempo livre à noite, assim poderia sair com seus amigos.
A fórmula de física para descobrir a resistência do cálculo foi empurrando para o fundo de sua mente. Logo uma sombra se fez bem a frente, Mavis possuía apenas visão das botas já conhecidas.
Suspirou, decepcionada, e continuou escrevendo. - Mamãe o mandou aqui?
- Disse a Amelia que levaria minha filha para tomar sorvete - Diego explicou com obviedade.
- Levanta desse grama suja, vou compensar por ontem.- Não estou a fim - bufou, enfiando o rosto no caderno.
- Cariño-
- Não me chame de cariño! Me deixou plantada ontem e nem ao menos avisou - expôs, ligeiramente frustrada. Não porque não viu o pai, e sim porque sabia aonde ele andava.
Fazendo o maldito trabalho dos policiais.
- Desculpe, querida. Era problema do trabalho.
- Você quis dizer problema da polícia, não é? - Diego franziu a testa em irritação enquanto a encarava, odiava ser contrariado. - Vamos ou não? - suspirou, levantando e batendo nas roupas a fim de tirar a grama.
- Como vai na escola? - ele perguntou já andando até o carro consigo ao seu lado.
- Vai bem, tirei B em física - disse. Diego sorriu, até ela continuar. - Não sei como, chutei tudo - a voz de Mavis soava cínica. Ele revirou os olhos não contendo um sorriso escondido.
Ambos entraram no carro e logo Mavis percebeu que o homem dirigia na direção contrária à sorveteria. - Estamos indo treinar com facas, certo? - perguntou num suspiro rotineiro, era engraçado como nem mesmo surpreendia.
O silêncio se fez presente até o destino ser alcançado, no meio da floresta, com vários alvos nas árvores. Assim que desceram do carro, Mavis exclamou. - Eu aprendi algo novo, treinei duro essa semana, vai ficar orgulhoso!
- E eu já não disse para não treinar sem mim?! - Mavis parou no mesmo instante, virando para o homem com o sorriso mais angelical possível.
- Treinava com lápis, papai - disse lhe mostrando um sorriso travesso.
Diego também sorriu, ainda desconfiado. - Vamos, me mostre - se sentia ansioso e feliz para qualquer avanço de Mavis com facas. Treinou a garota desde pequena, as cicatrizes pelo seu corpo eram prova disso.
Mavis ergueu a mão e Kraken fez uma expressão confusa. - Vai logo!
- Como se fala?
- Vai se não eu digo para mamãe que me levou para treinar com facas no meio da floresta? - Diego semicerrou os olhos e entregou a faca para Mavis, que abriu o maior sorriso, apontou a faca na direção de uma árvore e atirou. A faca desviou da primeira árvore e acertou a segunda, que estava de trás desta mesma.
Diego estranhou, aquilo não era nada novo.
- Desculpe, me desconcentrei - falou estendendo a mão em busca de outra faca, mirou de novo na árvore e jogou. Desta vez desviou uma vez, duas, três e parou em uma árvore distante que também possuía um alvo no tronco. Ergueu os braços e deu gritinhos histéricos, virando-se para encontrar o semblante orgulhoso do pai.
Diego levantou e girou a jovem, também entusiasmado. Sabia que ele era mais jovem que ela quando conseguiu fazer aquilo, mas diferente dele, ela não teve uma infância conturbada com um velho maluco a forçando a treinar. - Você é a melhor, sabe disso, não é?
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Under My Umbrella
FanfictionCinco tem problemas de confiança; contra o tempo e os agentes da Comissão, ele teme que não haja solução além de pedir ajuda a nova e irritante integrante da família. -- - Então, você domina bem o lance das facas? - Sim. - É tão boa quanto Diego? ...