Capítulo 4

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AURORA Meus olhos se abriram lentamente com a luz do sol da manhã que atravessava minha pequena janela e tocava minha pele. O relógio que estava em minha pequena penteadeira marcavam 7h45min da manhã. -Sete e quarenta e cinco! Eu estou atrasada! –pulei imediatamente da cama, peguei meu uniforme usado que estava sobre a cadeira e o vesti rapidamente, prendi meus cabelos em um coque, usei minhas sapatilhas que já estavam um pouco gastas, peguei um biscoito que havia guardado em meu cômodo e o comi rapidamente. Escovei meus dentes e sai correndo de meu quarto. No caminho para o quarto do príncipe peguei a lista de afazeres e a li para que eu pudesse saber quais tarefas eu deveria fazer durante meu novo serviço. Lista de tarefas. Recolher lixo ou objetos do chão. Limpar vidros das janelas. Retirar as roupas para levar a lavanderia. Trocar roupa de cama. Passar espanador em objetos. Passar aspirador de pó uma vez à semana nos tapetes e sofás. Guardar e organizar armário pela cor e tipo de roupa. Manter assoalho polido. Polir objetos metálicos do quarto. Arrumar a cama. Fazer pedidos a copa, ao setor de costura, ao setor de enfermagem quando necessário. Limpar sanitário e banheiro 3 vezes a semana. Recolher toalhas de banho e de rosto todos os dias. Em casos de serviços prestados diretamente a realeza cumprir horário extra se preciso. Chegando perto do quarto do príncipe guardei a lista e passei a mão em meu vestido na tentativa de amenizar os amaçados nele. Passei a mão em meu cabelo para verificar se estava tudo no lugar. V endo que tudo estava de acordo me senti pronta para o meu primeiro dia de serviço no quarto do príncipe. Dei alguns passos mais a frente e cheguei até a porta do quarto de Matthew. Neste instante fiquei sem saber o que fazer, pois não sabia se deveria entrar sem bater ou se eu deveria bater antes na porta. Na duvida bati na porta. Toc Toc Toc. -Pode entrar. –soou a voz do príncipe do outro lado da porta. Ao escutar sua voz fiquei feliz, mas ao mesmo tempo inquieta por estar prestes a começar meu primeiro dia de trabalho no quarto de Matthew. Meu coração começou a acelerar, minhas mãos que seguravam o trinco suar, fiquei congelada não conseguindo me mexer e nem abrir a porta. Passaram-se alguns segundos até que o trinco que eu segurava começou a girar. A porta se abriu com o príncipe parado diante de mim. Meu queixo caiu deixando-me de boca aberta. –Minha nossa! O príncipe estava parado em minha frente sem camisa estendendo seus braços para que eu pudesse entrar ao quarto e eu estava ali parada debilmente sem conseguir tirar os olhos de seus músculos que eram irresistivelmente atraentes. Seus braços eram tão fortes, seu abdômen era bem definido, sua pele nua parecia tão macia, e seu maxilar quadrado davam-no uma aparência divina. -Ande Aurora! Faça alguma coisa e pare de olhar este monumento de homem! –reprendi a mim em pensamento. E sentindo-me envergonhada por vê-lo sem camisa virei-me, ficando de costas para o príncipe. -Desculpe-me. Acho que você deve ter pensado que eu era outra pessoa. –falei envergonhada. -Não eu achei que era você mesmo! E você pode se virar. –Falou o príncipe de forma engraçada. -Ma... Mas você está sem camisa. O príncipe começou a rir e eu a ficar mais vermelha do que eu já estava. -Por que você está rindo? –perguntei sem jeito. -Entre logo. –falou o príncipe ainda rindo. Virei-me, e Matthew ainda estava à porta sem camisa estendendo sua mão para que eu entrar-se. Seu sorriso estava encantador e a visão de seus músculos estava me deixando extasiada e novamente não consegui me controlar, olhei todos seus músculos que eram bem definidos. Eu podia ver cada curva de seu abdômen e seus braços que eram fortes. – Aurora se Controle! –belisquei em meu braço e desviei meu olhar para cima e vi que seus cabelos ainda estavam desarrumados. Nunca havia o visto assim, mas eu tinha certeza que eu queria velo assim mais vezes. Dei alguns passos a frente e passando por Matthew onde parei um pouco mais adiante de costas a ele observando o quarto. Seu quarto era enorme, e sua decoração era feita basicamente com equipamentos de pesca, caça e muito ouro. Em seu quarto também se encontravam mais adiante uma saleta com sofás sofisticados e uma tv de tela plana, uma cama gigantesca com colcha azul escura no centro do quarto, uma pequena mesa de estudos, e duas portas que davam para um closet e outra para o toalete. Do outro lado do quarto se encontravam duas janelas gigantescas e uma porta que dava passagem para uma linda sacada. -Vá se acostumando com isso. –falou Matt. -Com o que? –falei como se não tivesse entendido. -Comigo assim sem camisa. Fiquei feliz por estar de costas a ele, pois, o que ele havia me falado havia me feito sorrir. Mas logo me controlei e virei-me a direção dele. O príncipe já havia fechado à porta atrás de si, e se dirigido para o seu closet que estava de porta aberta. Agora somente nós dois estávamos em seu quarto e assim seria por vários dias que ainda estavam por vir. Olhei novamente para o príncipe e vi que ele estava vestindo sua camisa. Peguei minha lista de tarefas e comecei a fingir que a estava lendo para disfarçar enquanto continuava o observando. O príncipe saiu de seu closet e se dirigiu até o banheiro, e enquanto isso eu começara a ler de verdade a lista de tarefas. Alguns minutos se passaram e então o príncipe voltou ao quarto com seus cabelos agora já arrumados e usando seu smoking cinza. -Hoje almoçarei em meu quarto. Peça às cozinheiras que tragam dois almoços até aqui, pois terei uma convidada especial para almoçar aqui. – falou Matt enquanto arrumava sua gravata na frente do espelho. -Sim vossa majestade. –respondi-o com respeito. Olhei para Matthew estava se arrumando e vi que ele me olhava pelo reflexo de seu espelho. -Esteja aqui até que eu volte. –ordenou-me.
Concordei com a cabeça. -E somente me chame por Matt. Prefiro assim. –informou ele gentilmente. -Está bem Matt. O príncipe já estando pronto, pegou sua pasta cheia de papéis e saiu do quarto para ir trabalhar. Logo que saiu peguei o telefone e disquei os números que davam ligação para a cozinha do palácio e sem demora uma cozinheira atendeu. -Setor de alimentação real bom dia! -Bom dia, aqui quem fala é Aurora estou falando do quarto do príncipe, ele gostaria de receber o almoço em seu quarto. E por favor, traga almoço para dois, o príncipe haverá uma convidada. -Aurora? Minha menina? –falou a voz do outro lado da linha. Na mesma hora percebi que era minha tia que estava do outro lado da linha. -Sim tia aqui é sua menina. –a respondi. -O que você está fazendo no quarto do príncipe. –perguntou-me curiosa. Lembrei-me que não havia ainda dado a noticia a minha tia, e que ela ainda não sabia que eu estava trabalhando em um novo cargo, então tratei logo de me explicar. -Desculpe tia é uma longa história, mas eu estou trabalhando na organização do quarto do príncipe, mas te explico outra hora melhor. - Aurora! Estou tão orgulhosa de você minha menina. -Obrigada tia, mas tenho que desligar. Ah! E não se esqueça de que são duas refeições. Desliguei o telefone e no mesmo momento refleti sobre minha ultima frase. -Duas refeições? Fiquei um pouco enciumada. Quem seria uma convidada tão especial para ser recebida no quarto do príncipe em um almoço totalmente romântico. Mas logo esse pensamento se desfez, pois não tive muito mais tempo para continuar a pensar nisso, eu possuía deveres a fazer e pouco tempo para fazê-los. Comecei meu serviço tirando pó dos móveis com um espanador, depois continuei seguindo a lista. Eu estava quase pronta com a limpeza, quando o almoço chegou. -Senhorita Aurora! Seu pedido está aqui. –informou o entregador de refeições do palácio. -Obrigada, pode deixar encima da mesa de estudos. –disse ao entregador com uma voz profissional. O funcionário deixou o almoço sob a mesa e se retirou. Deixando-me pasma por ver que era já meio dia em ponto. Não se demorou muito até que o príncipe apareceu. Ao entrar no quarto o príncipe retirou seu smoking e sua gravata e os  pendurou em seu cabideiro, virou-se para mim e abriu os dois primeiros botões de sua camiseta enquanto vinha a minha direção. -Ainda bem que você me esperou. –disse Matt com um sorriso no rosto. -E sua convidada não vem? –perguntei remoendo-me de curiosidade e ciúmes. -Claro que sim! Na verdade ela já está aqui e eu estou olhando para ela agora. –falou o príncipe educadamente. Olhei ao meu redor, mas não havia ninguém além de mim e ele no quarto. -É você sua boba. –falou o príncipe de forma engraçada. Fiquei chocada com a resposta do príncipe. Eu era a convidada especial de Matt? O ciúme que estava sentindo sumiu imediatamente. Senti-me mesmo uma boba por ter pensado que ele poderia ter um almoço romântico com outra garota. -V ocê só pode estar de brincadeira comigo. –revidei eu ainda desconfiada. Ao ouvir isto o príncipe fez uma cara mais séria. -Não. Não estou. V ocê é a convidada de hoje, pois preciso conhecer melhor a pessoa com quem vou passar a maior parte do meu tempo dos meus dias. Antes Suzana conhecia-me muito bem e eu também a conhecia, e agora você como novata é uma total estranha para mim. -Entendo. –fiz que sim com minha cabeça, mas eu na verdade não sabia o que fazer. O príncipe percebendo que eu estava sem desconfortável com a situação pegou em minha mão e conduziu-me gentilmente até a mesa onde me mandou sentar. O príncipe deu a volta na mesa e sentou-se a minha frente. Sem perder tempo retirei as tampas que estavam sob os pratos prontos e me delicie com o cheiro daquela refeição que parecia muito apetitosa. Filé com molho, arroz, e saladas. -Bom apetite. –Matthew falou sorrindo. -Bom apetite. Comemos em silêncio e em alguns momentos da refeição Matt olhava para mim e sorria. Ao finalizar o almoço comecei a recolher os talheres e pratos e os deixei de canto na mesa. -E então como vi em seu relatório você sempre trabalhou no palácio. – falou Matt. -Sim. Sempre trabalhei aqui. –respondi-o. -Mas onde você sempre esteve que eu nunca a encontrei antes? – perguntou Matt com a curiosidade estampada em seu rosto. -Bem se você não sabe em qual setor eu estava antes, então você não leu bem meu relatório. Matt ficou sem jeito mais logo respondeu. –Bem não li todo seu relatório para deixar algumas lacunas a serem preenchidas por você nesta conversa.
-Esta bem! Eu trabalhava de madrugada, e estudava na parte da manhã e dormia a maior parte da tarde. Matthew parecia surpreendido com minha resposta, mas logo vieram mais perguntas dele. -E então no que você trabalhava? Fiz cara de pensativa, pois precisava organizar minha resposta. -Bem eu já trabalhei em vários setores de organização e limpeza do palácio, mas o ultimo setor no qual eu estava era de limpeza dos lustres. Eu trabalhava no palácio desde meus 12 anos de idade, e o primeiro setor onde comecei a trabalhar era o de lavanderia onde eu estendia roupas, toalhas e cortinas. E a partir dali a cada ano que se passava eu mudava de setor, setor de limpeza de vidraças, setor de limpeza de vasos de flores, setor de poda de jardim, e por ultimo setor de limpeza de lustres, mas antes que eu tivesse idade para trabalhar eu já acompanhava minha tia na cozinha todos os dias. -Agora é sua vez de perguntar. –disse Matt enquanto entregava-me uma pedra. O Príncipe explicou-me que a pedra seria parte de um jogo que nós teríamos. A regra do jogo seria simples, cada vez que a pessoa estivesse com a pedra ela teria o direito de perguntar qualquer coisa a outra pessoa, e a outra pessoa era obrigada a responder. No momento em que ele me explicara à regra, varias perguntas passaram em minha mente. Algumas das perguntas que eu gostaria de fazer seriam sobre a noite do baile, seria sobre amor, seriam sobre coisas que me deixavam curiosas em relação a ele, mas sabia que nem todas as perguntas que passaram em minha mente eu poderia lhe fazer. -Qual é... -Olá. –interrompeu-nos uma voz. Olhei para direção da porta de onde ecoou o som da voz e lá avistei Lena princesa de Levi que havia entrado no quarto do príncipe sem mesmo se quer ter se preocupado em bater a porta primeiro. Logo que a avistamos Lena veio em direção do príncipe que já estava de pé e o abraçou beijando ao mesmo tempo em sua bochecha. -Olá Lena. Tudo bem? –cumprimentou o príncipe ao soltar-se dela. -Tudo bem. –respondeu ela que estava graciosa em seu vestido verde claro longo olhando para o príncipe com um sorriso. -Qual o motivo de sua visita, você está precisando de alguma coisa? – falou o príncipe enquanto ajeitava sua camiseta que Lena havia desarrumado. -Não só quis dar uma passada aqui para me certificar que você estava bem? –falou Lena com uma voz que para mim parecia falsa. -Então pelo que você esta vendo estou bem. –disse Matt sorrindo. –E aproveitando que está aqui, gostaria de lhe apresentar minha nova assistente pessoal. Aurora. Assim que Matt falou levantei-me da cadeira e estendi minha mão para cumprimenta-la. Mas Lena com um olhar arrogante apenas sorriu para mim e disse um olá sem graça. Não querendo parecer mais boba diante dela recolhi minha mão imediatamente e logo dei alguns passos para o lado dando espaço para que eles continuassem a conversar sem a minha presença, pois via no olhar de Lena que eu era apenas mais uma criada para respeitá-la. Continuei a fazer meu serviço enquanto Lena se esbanjava em sorrisos com o príncipe. Pouco tempo depois, o príncipe olhou em seu relógio e despediu-se de Lena e veio até mim com expressão séria. -Desculpe-me por não ter lhe dado tanta atenção. Eu não sabia que Lena viria para meu quarto. – Matt desculpou-se olhando diretamente em meus olhos. -Sem problema chefe, é você quem manda. –respondi-o fazendo sinal de sentido. Matt sorriu para mim e virou-se para sair deixando-me as sós com Lena que começou a deslizar suas mãos com unhas perfeitas sobre a mobília do quarto. Enquanto Lena se esbaldava de arrogância verificando cada peça da mobília eu continuava a fazer meu serviço passando pano nos vidros da janela até escutar o tilintar de algo se quebrando. Olhei para traz e vi ao lado de Lena especificamente no chão vaso de flor de quebrado. Terra e cacos de vidros e algumas rosas estavam espalhadas pelo assoalho que havia acabado de limpar. -Ó desculpe-me deixei-o cair sem querer. –disse Lena com uma voz falsa que uma garota podia ter. Olhei para ela e vi um sorriso em seu rosto. Ao vê-la sorrindo um calor passou por mim me deixando furiosa. Sabia que ela havia feito isso de propósito, pois já havia ouvido algumas histórias dela sobre como ela tratava suas criadas. Lena era uma garota muito mesquinha e falsa. -Não há problema eu limparei a bagunça. –disse eu controlando-me para não respondê-la com palavras rudes. Sem mais dar atenção a ela fui até o carinho de limpeza para pegar um balde e panos para limpar sua bagunça. -Então você é a nova criada que está substituindo aquela velha. –falou Lena enquanto andava pelo quarto. Não a respondi e nem a olhei, agachei-me e comecei a ajuntar os cacos e a terra. -Sabe criada, um dia isso tudo será meu, então aproveite enquanto pode, pois se eu não gostar de seus serviços eu mandarei você embora. Continuei a ignorar o que Lena falava para mim. V endo que eu a ignorava, Lena veio até mim e levantou a barra de seu vestido e com seus lindos sapatos chutou a terra e os cacos que estavam no chão somente para chamar minha atenção. Os cacos e a terra se espalharam para mais longe, sujando grande parte da entrada do quarto. -Ah! Desculpe-me! Como eu posso ser tão desastrada, sequer vi a terra e os cacos a minha frente. –disse ela ao sair do quarto sorridente, deixando-me fervendo de raiva. Sem conseguir pensar por estar cega de raiva fechei meus punhos e acertei um soco na parede. -Ai! –gritei eu. Olhei para minha mão ainda fechada e vi sangue escorrer por entre meus dedos. Ao abri-la deparei-me com vários cortezinhos pequenos causados por cacos do vaso de flor e um corte maior causado por um caco que agora estava preso no centro de minha palma. Os cortes não eram graves, mas mesmo assim não pude conter que algumas lágrimas saíssem de meus olhos. Levantei-me sem coragem de tirar o caco do centro de minha palma e segui em direção ao toalete para procurar algum objeto que pudesse me ajudar na retirada do caco. Mas antes que pudesse entrar ao toalete escutei uma voz. -Aurora o que aconteceu? Olhei para traz e vi o príncipe parado olhando para os lados vendo a bagunça que se encontrava seu quarto. Matt olhou para mim com decepção. E eu vendo sua expressão tive medo de que ele me demitisse por causa da bagunça, com o medo mais lagrimas saíram de meus olhos. -Sua mão! Ela está sangrando. –falou Matt já vindo em minha direção. Assenti. -Posso ver sua mão? –perguntou o príncipe preocupado. Abri minha mão vagarosamente para não sentir muita dor, e o príncipe delicadamente a segurou para examina-la. -V enha eu vou cuidar disso. –Matt guiou-me calmamente até o toalete, sentou-me em uma banqueta que lá estava e seguiu adiante até uns dos armários. Do armário retirou um kit de primeiros socorros e voltou até mim. Ao chegar à minha frente ajoelhou-se, abriu o kit tirando algodão, pomadas, esparadrapos, água oxigenada, e um soro de limpeza. -V ai doer só um pouco. –informou ele com compaixão. Matt naquela hora abriu novamente minha mão e tirou o caco do centro de minha palma. Senti um pouco de dor no procedimento de retirada, mas logo Matt cuidadosamente começou limpar minha ferida com soro deixando-me mais relaxada. Assim que a ferida maior estava limpa Matt pegou uma pomada colocando em seu dedo indicador começou a passar carinhosamente em meus ferimentos menores. Olhei para ele e fiquei maravilhada com seus cuidados a mim. -E então doeu muito? –perguntou ele enquanto colocava uma gaze em minha mão para depois enfaixa-la. Sequei minhas lagrimas e olhei para Matt com um sorriso. -Não doeu tanto. Só acho que faltou você ter me dado uma anestesia geral para que eu não visse o processo de limpeza. Matt sorriu e olhou novamente para minhas mãos. Ele as olhou em silêncio e as pegou. -Suas mãos. –disse ele como quisesse recordar-se de algo. -O que têm elas? –perguntei curiosa para ele. Matt olhou para mim com compaixão, seus olhos brilhavam como esmeraldas. –Suas mãos são tão pequenas e delicadas. Dei uma gargalhada, minhas mãos estavam com calos de trabalhar pesado, e minhas unhas nem se quer estavam pintadas, mas mesmo assim o príncipe as achava delicadas. -É, mas essas mãos são ligeiras e ágeis. –disse-lhe levantando o queixo para cima para parecer orgulhosa. -É deu pra perceber que são ágeis. Tão ágeis que quebraram meu vaso de flor no primeiro dia de trabalho. –falou o príncipe dando risada. Neste momento fiquei quieta, eu não queria arranjar mais encrenca com Lena. E não iria contar a verdade ao príncipe, ele poderia não acreditar em mim se Lena contradissesse. -Desculpe-me foi um acidente. –desculpei-me abaixando a cabeça. Matthew ainda ajoelhado a minha frente pegou em meu queixo com sua mão e levantou minha cabeça para que eu olhasse-o em seus olhos que demonstravam compaixão. -Acidentes acontecem não se preocupe com a bagunça e nem com o vaso. A bagunça eu sei que você irá limpar, e o vaso. O vaso não é tão importante como você, eu nem gostava mesmo dele. Sorri para ele agradecida por me desculpar e por ser gentil comigo. – Por quê? Porque você se importa tanto com seus criados? –perguntei-o curiosa. Ao me escutar Matthew levantou-se e se afastou de mim com a postura rígida. Lavou suas mãos e sem olhar para mim novamente saio do quarto apressado dizendo que estava atrasado e que precisava ir. Eu não sabia o que havia feito de errado, Matthew pareceu incomodado com minha pergunta. Tentei lembrar-me de mais algo que pudesse ajudar a compreender sua atitude estranha, mas nada do que eu pensasse me ajudou a compreender. Sem ter resposta levantei-me da banqueta e guardei o kit de primeiros socorros no lugar e continuei a limpar o chão do quarto. Quando havia acabado de limpar o chão olhei novamente a lista de afazeres e continuei a realiza-los. Depois de duas horas o sino da capela do palácio tocou informando-me que já eram seis horas da tarde e que meu expediente estava por hoje estava acabado. Guardei minhas coisas e voltei para meu quarto.

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