Capítulo 8

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AURORA Acordei mais disposta nesta manhã do que os outros dias. Sabia que teria um longo dia pela frente, mas decidi que hoje nada me atrapalharia. Os dias anteriores haviam passado sem mais contratempos. Roza e Clayre haviam desaparecido. Minha mão já estava curada. Cassian não havia me mandado mais cartas. Tia Sonya havia me encontrado algumas vezes em horários de descansos. E entre meus horários de folga eu percorria o labirinto até me cansar, então eu sentava em algum lugar ao meio dos paredões de ciprestes e lia. Lia sobre a antiga guerra, sobre as famílias reais e sobre os antigos costumes do velho mundo. Toc Toc Toc. Olhei para a porta fechada e todos os pensamentos se esquivaram. Levantei-me da cama ainda animada e usei a roupas de trabalho logo para evitar que o mesmo erro que havia ocorrido há dias atrás não se repetisse. Abotoei o ultimo botão de meu vestido e abri a porta para me deparar com dois guardas.
-Bom dia! –falei ao sair do quarto.
-Bom dia Senhorita Avin ou será que devemos chamar Senhorita Collin? Olhei irritada para Fills que me chateava. -Cale a boca Fills. Não é por que Cassian esta caidasso por ela, que podemos já considerar ela como namorada dele. –falou o outro guarda. -Cale a boca você Chad e ela é sim namorada dele. Olha sé pra ela! Toda animada pra ter noticias dele. Se minha cara parecia animada para ele então ele deveria ter sérios distúrbios visuais, por que eu estava com a cara fervendo de fúria. -Parem de discutir e cale a boca vocês dois. E quem decide se eu namoro ou não. Sou eu! –olhei furiosa para os dois que ficaram quietos. -Assim está bem melhor! E então o que vocês fazem aqui? –perguntei. -Bem antes que eu me esqueça. –disse o guarda jovem que eu não conhecia. –Eu sou Chad Segundo comandante das tropas de Gade, responsável por comandar as tropas em busca de trilhas em meio ao Reino Escuro. –então sorriu. –E também conhecido como companheiro fiel do Comandante Cassian Collin. -Fico lisonjeada com sua presença aqui Chad. Mas o que vocês fazem aqui? -Bem. O comandante Cassian aproveitou que eu estava vindo para o palácio, então me mandou entregar-lhe isto. Chad entregou-me uma carta. Então se curvou a mim se despediu e foi embora. Fills pelo contrario ficou parado me observando. -O que você está esperando? –perguntei a Fills. Fills desviou a atenção de mim e olhou para suas mãos onde um envelope segurava. -Um servidor do banco Central entregou isso a mim endereçado a senhorita. -Obrigada Fills. Fills entregou o envelope e saiu dali demonstrando estar agitado. Entrei ao meu quarto novamente. E por impulso coloquei minha mão em meu colar que parecia estar me sufocando. –Como pude me esquecer! A chave! Corri para minha mesa colocando de lado o envelope de Cassian para primeiro abrir a carta que Fills. Retirei de dentro do envelope um recorte de jornal.

Lauriel Sant diz ter cometido o crime
Como tentativa de terrorismo contra a monarquia. Detetives da Guarda do Palácio confirmam que Lauriel Sant possuía envolvimento com os antigos inimigos do Reino de Gade denominados Swords.
No dia 16 de maio de 2137, Lauriel Sant  acusado pela morte do príncipe Acenius é de mais 4 pessoas  foi detido em seu domicílio e no mesmo dia seu julgamento foi realizado.
O acusado recebeu a pena de prisão perpétua . E será mantido sob custódia do Reino de Gade por tempo ainda indeterminado.

Ao lado de toda a escrita se encontrava a foto de um jovem homem fardado com a vestimenta de um guarda real. Observei um pouco mais seu rosto então o reconheci. O jovem da foto era o mesmo homem que estava sendo julgado novamente no dia em que o Rei Thomas havia me chamado para seu escritório. ...Perdoe-me! Perdoe-me! –a recordação do homem gritando por perdão me deixou atemorizada. Eu precisava descobrir o que isso tudo significava para mim e por que Lorde Zaqui havia deixado isto para entregar-me? Será que este prisioneiro Lauriel Sant estava mesmo pedindo perdão para mim? Olhei novamente para o recorte de jornal e mais uma percepção me atingiu. O Recorte de jornal datava a um dia anterior à data de meu nascimento. . . . . O príncipe já estava vestido quando entrei em seu quarto. Logo que dei três passos adentro de seu quarto, Matthew correu a minha direção e me abraçou levantando-me do chão como se eu fosse a pessoa mais leve do mundo. Olhei para seu rosto que parecia muito feliz. Qual motivo de tanta alegria. –falei ao pousar novamente no chão. Um menino! –ele sorriu. –Será um menino! Eu terei um irmão homem. –falou o príncipe com uma alegria contagiante. Eu o abracei de felicidade. –Que bom Matt. Fico tão feliz por saber disto. E por um momento de euforia o príncipe me apertou mais perto de seu corpo. Olhei para aqueles grandes olhos verdes. Então seus lábios chegaram muito pertos dos meus. Senti sua respiração pesada. Mas antes que algo acontecesse, Matt passou a mão em meus cabelos. E por ser bem mais alto que eu, colocou seu queixo sobre minha cabeça. E então já se decidiu? –perguntou Matthew. Desprendi-me do príncipe e voltei alguns passos para traz. Há dias atrás Matthew convencerá o pai que seria seguro para ele acompanha-lo no serviço militar. E Matthew que também havia escutado minha reclamação, compreendeu que eu achava minha vida muito parada. Então com uma simples oferta convidou-me para acompanha-lo até o Reino de Aser onde as tropas de Gade estavam acomodadas. Fiquei de responder ao príncipe Matthew hoje se iria acompanha-lo ou não a essa jornada e agora ele esperava uma resposta. Matthew disse que tanto no palácio como em Aser estávamos correndo perigo e que nenhum lugar era mais seguro para se estar. Eu acreditava nas palavras dele, pois dias anteriores um ataque mesmo havia se ocorrido dentro do palácio. -Sim! Já decidi. Eu irei contigo. –confirmei lembrando-me ainda do ataque. . . . . Os dias passaram muito rápido até que dia de nossa viagem chegasse. Tia Sonya havia chorado muito ao se despedir de mim. Cassian havia me entregado apenas mais uma carta. Onde dizia que as begônias não floresciam por lá, mas que cada flor que ele avistava nos campos do Reino de Aser faziamno lembrar-se de mim. Roza tanto Clayre não estavam mais em nenhum lugar do palácio. E o príncipe durante esses dias sempre fazia questão de ser educado comigo. Meu vestido a duas tardes atrás havia ficado pronto. Mas meu encontro com o príncipe infelizmente foi adiado. E hoje apesar de meus medos o avião havia pousado sem nenhuma dificuldade. Durante o voo Matthew percebendo meu medo por nunca ter voado antes se sentou ao meu lado e segurou em minha mão o tempo todo. Ao final do voo enquanto o avião pousava podia avistar do lado de fora da janela do avião a escolta de carros azuis com o emblema de Aser se aproximando. O som das turbinas do avião sessou. E as portas do avião se abriram. O príncipe que estava comigo se levantou e foi até alguns bancos a minha frente retirou uma mala do bagageiro e se dirigiu até a porta de saída. Antes que eu pudesse alcança-lo uma mão segurou meu ombro. -Senhorita Aurora! –olhei para traz. –A porta traseira da aeronave é a saída de criados. -Ok! –virei de direção e sai pelas portas de fundo da aeronave. A escolta do príncipe era toda composta por guardas de Gade. Atrevime a ir para o lado da frente do avião onde repórteres tiravam fotos do príncipe. Mas ao chegar lá avistei alguém que fez meu coração vibrar. – Cassian! Corri até ele e me joguei em seus braços na esperança que ele me abraça-se e me gira-se no ar. Grande parte do que havia imaginado havia acontecido. Cassian saiu de seu posto e veio até minha direção e me tirou do ar, mas ao invés de me girar como imaginado ele me carregou até a parte de traz da aeronave, então me soltou.
-O que você esta fazendo aqui? –perguntou sério e rígido usando roupas negras que nunca havia visto. Seu cabelo estava desarrumado e o vento levava mechas revoltadas para lá e para cá. Sua barba que também nunca havia visto parecia estar por fazer a dias. -Bem achei que você ficaria feliz a me ver. –respondi. Sua mascara de rigidez se quebrou dando espaço para o Cassian que realmente conhecia aparecer. Seus ombros se suavizaram e um meio sorriso apareceu em seus lábios. –Claro que estou feliz por te ver. Mas não era aqui que eu queria lhe ter visto. Cassian veio me abraçar novamente. Senti cada pedaço de músculo que estava por de baixo de sua camisa. Seu abraço havia sido uma benção em meio a tanto barulho. O abraço durou menos do que eu queria. Ao me soltar Cassian parecia erubescido. -Aurora! Fico muito feliz que você tenha vindo me ver. Mas você deve voltar para o avião ele está quase partindo. -Não eu não vou embora. –falei feliz. -Sim você vai! –resmungou Cassian mudando seu rosto amigável para sua mascara de gelo. -Eu não vou e você me respeite. –reclamei. –Estou aqui a serviço. Cassian deu as costas e bateu forte com sua mão na lata do avião. – aquele príncipe me paga. Por sorte outros guardas se aproximaram de nós para buscar bagagens do avião. Cassian cumprimentou-os enquanto uns piscavam e riam para nós imaginando que fossemos mais que conhecidos. Aquilo me deixou constrangida, mas pelo menos havia feito com que nossa discussão acabasse. Comecei a me mexer pegando minhas bagagens de volta e segui até o carro dos criados. Cassian seguiu-me e sentou-se de frente para mim durante a viagem para o acampamento. A viagem durou cerca de trinta minutos e em nenhum dos trinta minutos Cassian me olhou. Distrai-me com a paisagem ao meu redor. Tudo era diferente, grandes plantações preenchiam a imensidão. Pedaços lado a lado formavam um gigante cobertor, que cobriam o solo com diversos tons de dourado. O ar que respirava era impregnado com o suave cheiro de folhas secas. -Chegamos. –falou o motorista. Desci em meio a uma estrada cercada por tendas que haviam sido construídas em meio de uma campina cheia de cata ventos. Segui meus olhos para longe na estrada e avistei o sol se pondo. Seu alaranjado deixava o lugar aparentando ser calmo. -V enha vou leva-la até sua tenda. –Cassian pegou em meu braço e me guiou até meu novo alojamento. Ao chegarmos à frente de uma pequena tenda de lona verde montada, Cassian deixou-me sem dizer mais nenhuma palavra. Entrei na tenda com lágrimas em meus olhos. Cassian estava agindo como se não fosse meu amigo. Ele havia me tratado como uma qualquer. Funguei e sequei lagrimas de meu rosto em meu casaco. -V ocê está bem? –falou uma voz delicada e fina. Olhei para dentro da tenda onde uma garota loira de olhos azuis me olhava. -Sim! Sim! Está tudo bem eu só estou gripada. –menti. Percebendo minha mentira ela se pôs em pé e me abraçou. –Olá. Meu nome é Melissa. Mas para os mais chegados deixo que me chamem de Liss. -Muito prazer em conhecê-la Liss. Meu nome é Aurora e sou sua nova colega de quarto. Nunca havia tido uma colega de quarto antes em minha vida. Na verdade nunca havia dividido nada em minha vida antes, a não ser alguns pedaços de doces com minha tia e Cassian. -Aqui está é sua cama. E você pode colocar suas roupas aqui. –falou Liss apontando para o lado direito do armário. –Sei que você não deve ter muitos pertences, então creio que tudo irá caber lá. -Obrigada. –a agradeci. Organizei meus pertences dentro do armário então Melissa começou a me encher de perguntas. -E então você e o comandante Cassian são namorados? -Claro que não! Por que você imaginou isso? -E que eu achei que era por causa da foto. Olhei para a direção em que ela olhava e vi a foto de mim e de Cassian que havia trazido junto e colocado dentro de meu armário. -Não ele é apenas um amigo. Melissa me olhou e começou a rir. –Sei! Ele deve ser muito seu amigo. -E então você conhece Cassian? –perguntei para que ela parasse de rir. -Sim! Claro que sim! Quem não conhece o comandante Cassian. – alegou. –Ele é o guarda mais lindo e forte da tropa. Ele foi o único que chegou até o palácio do Reino escuro e voltou vivo. Os outros guardas o veneram e aposto que ele sempre foi ótimo com as mulheres por que todas estão babando atrás dele. Uma pinta de ciúmes passou por meus olhos então Liss percebendo que eu estava pouco incomodada parou de falar. -Ops! –Liss gesticulou. –Bem, nem todas as garotas estão atrás dele, pelo menos eu não estou. – Liss falou sorrindo para tentar retirar o mal que havia dito. -E então você vai trabalhar aqui em qual setor? –perguntou ela para mudar de assunto. -Eu irei trabalhar servindo o príncipe na sua tenda. -Uau! Sério? V ocê vai mesmo trabalhar para aquele gato. –Liss fingindo um desmaio e se jogou na cama. –Aurora você tem tanta sorte. Ri dela que fingia se abanar com seu cobertor verde. -Como ele é, por favor, me fala! Eu nunca estive perto assim de
alguém da realeza. Aliás, de onde você veio? Que tem tantos caras lindos assim que você conhece? Continuei gargalhar Liss era muito simpática e curiosa. Mas era boa companhia. -Eu sou de Gade e sempre morrei no palácio. -A então isso explica por que você estava usando esse vestido lindo na foto. ...Para mim não explicava nada, mas tudo bem... -E o príncipe. –Bem eu não sabia o que falar do príncipe. –Matt é uma pessoa muito especial. Ele sempre é bastante observador, simpático e lindo, tão lindo que poderia ficar admirando ele por horas sem me cansar. –Admiti sorrindo. -Por favor, Aurora você tem que me levar um dia para eu conhecer o príncipe. –implorou Melissa. –As meninas de Naftali não irão acreditar quando souberem que vou conhecer o príncipe de Gade. Sem saber como dizer não diante de tanta animação prometi a Melissa que a levaria junto em algum dia até o príncipe para que ela o conhecese. .... As ordens eram claras. O toque de recolher para garotas solteiras iniciava-se as 21h00min até as 7h00min da outra manhã. Caso alguma jovem que esteja fora de seu alojamento sem permissão ou sem escolta no horário do toque de recolher seja avistada, a mesma será julgada pelos seus atos e será destituída de seu cargo sendo reencaminhada ao seu Reino de origem. Eram já 20h00 min e o céu estava escuro. Eu andava entre as tendas que eram demarcadas com um símbolo em seu ponto mais alto. Melissa havia me explicado que seu estivesse com fome deveria procurar a tenda com o símbolo de dois garfos cruzados, e que se caso eu me machucasse deveria procurar a tenda com o símbolo de uma cruz. E finalmente se eu quisesse arranjar um namorado para mim, eu deveria ir até as tendas onde armas douradas estavam desenhadas, por que lá estaria cheio de jovens guardas. Gargalhei sozinha por me lembrar da explicação que Liss havia me dado. Caminhei por mais um tempo em meio à euforia que era aquele acampamento. -Olá Aurora. Virei-me até me deparar com um jovem mal vestido. -Desculpe. Eu te conheço? –perguntei. O rapaz sorriu então o reconheci. O príncipe estava quase irreconhecível. V estido com roupas simples. Sua camisa branca de abotoar estava aberta até a metade superior mostrando um pouco de seu físico impecável e sua calça cor caqui estava meio abarrotada dando um ar bem despojado. -Matt. –sorri. –Sinceramente quase não lhe reconheci. -Estou tão mal assim? –Matt arqueou sua sobrancelha de um modo muito sexy. -Claro que não, mas seu cabelo e suas roupas deixaram você bem diferente. Mas um diferente bom. –admiti. O príncipe passou a mão em seus cabelos que estavam desarrumados e exibiu um enorme sorriso mostrando seus dentes perfeitos. Sentei-me em um dos bancos que estavam um pouco afora do acampamento. E Matt assemelhando-se a mim fez o mesmo. -E então como foi o encontro com seu pai? -Bem ele anda muito ocupado com as investigações. Então ainda não tivemos muito tempo para conversar. Mas creio que hoje mais tarde teremos tempo para nos falarmos. –Disse o príncipe parecendo concentrado. –E você? V ocê acha que vai se acostumar a esse acampamento tumultuado? -Creio que sim até fiz uma amizade. –sorri ao recordar que Melissa estava louca querendo conhecer Matthew. -Fico feliz por isso. –proferiu o príncipe. –E alias você fica muito mais bonita sem o uniforme. Na realidade você ficou muito mais bonita do que eu imaginava. Olhei para mim, então olhei novamente para o príncipe. Sentindo-me comum perto dele. Pois eu vestia um casaco escuro de coro para me proteger do frio e uma calça jeans já desbotada que sempre usava nos dias de folga no palácio. -Se não fosse incomodo em seu serviço você poderia ficar sempre de cabelos soltos. –elogiou o príncipe. –Seus cabelos soltos são lindos. -Então concordamos com alguma coisa vossa majestade. –disse uma voz roca vindo por de traz de nós. Eu e o príncipe demos uma olhadela para a direção em que o som havia despontado. Cassian estava parado a pouca distancia de nós fitando-nos. -Majestade se me permite interromper, vim informar que o horário permitido para jovens solteiras está acabando. Matthew assentiu. –agradeço pelo aviso Comandante Collin. No momento que o príncipe agradeceu escutamos o rei vociferar o seu nome. -Matthew! Onde você está? Matt imediatamente se levantou e deixou seu ar despojado de lado, para se tornar o príncipe que eu conhecia. -Comandante! –chamou Matt. –Deixo a Senhorita Aurora em sua proteção para leva-la segura até seu alojamento. Antes que eu pudesse recusar sua oferta e falar que voltaria sozinha Cassian já havia assentido com a cabeça confirmando que cumpriria sua tarefa. -Até mais Aurora. –despediu-se o príncipe deixando Cassian e eu sozinhos. -V amos? –chamou Cassian já se virando sem dar muita importância para mim. -Não! Não vamos! –fiquei parada no lugar. –Primeiro quero falar com você! Eu não havia encontrado Cassian há dias e hoje quando nos vimos à primeira vez ele não possuía muito tempo para conversar comigo e agora parecia querer fugir de mim. -Não irei conversar com você e se você quiser ficar ai por mim tudo bem! –respondeu Cassian. –Fique ai e quebre a regra do toque de recolher e seja mandada de volta para o palácio. Cassian se virou e continuou seguindo o caminho que estava escuro. -Espere! –gritei. Corri até Cassian que dava grandes passos largos. –Pare agora! –exigi. Mas ele não parou. Alcancei-o e segurei sua camisa e tentei puxa-lo para traz, mas foi inútil, minha força era nada comparada a sua que arrastava meus pés na grama úmida. Soltei sua camisa e pulei em sua frente passando meus braços em seu redor. -Me escute! Pare! –gritei. Mas Cassian enlaçou seus braços ao meu redor e jogou-me sobre seus ombros segurando-me pelas pernas como um bruta montes homem das cavernas. Rebati-me na tentativa de me soltar, mas nada que fiz foi capaz de me desvencilhar de seus braços rijos. -Está bem! –retruquei. –Me solte eu irei com você. Logo Cassian me deslizou para sua frente colocando-me no chão com um sorrisinho esnobe no rosto. Eu gostaria de sorrir, mas não podia aceitar que Cassian agisse assim comigo. -Por quê? –indaguei. –Por que você esta sendo tão cruel comigo? Por que você não conversa comigo! Por que não aceita que eu fique aqui? -Por que você não me escuta e vai embora? –vociferou Cassian. -Por que você não me da argumentos suficientes para que eu queira ir. E você ainda não me respondeu! -Droga Aurora! Por que você é tão teimosa? Fingi não escuta-lo. Então logo ele se aproximou. –Por favor, Aurora, não faço isso por mal. Mas ainda continuei a fingir não escuta-lo. -É necessário isso mesmo. V ocê parece uma menina birrenta. -Sim é necessário! Cassian desistindo de teimar comigo, mudou sua expressa para mais calma e começou a falar. – Aurora eu estou agindo feito um idiota por causa de você. Por causa disto! Neste momento Cassian deu um passo à frente passando suavemente seus dedos nos traços de meu rosto. –Por causa... –Cassian parou de falar e com cuidado passou sua mão para meus cabelos trocando o toque de seus dedos em meu rosto pelo toque de seus lábios. Tentei me desprender de seu carinho. Mas a sensação maravilhosa que cada beijo trazia para mim me deixava incapacitada. Cassian parou de me dar beijinhos no rosto e se afastou somente o suficiente para que me olhasse nos olhos. Sua respiração parecia ofegante como a minha, seus olhos demonstravam desejo como os meus. -Aurora... –Cassian passou seus braços por mim e pressionou meu corpo contra a árvore que estava ao lado de nos. Seus beijos delicados em meu rosto se tornaram beijos fervorosos em meus lábios. Desisti de lutar contra ele e enrosquei meus dedos em seus cabelos inclinando-me para mais perto de seu corpo. Uma atração que eu não sabia que tinha surgiu. Eu queria Cassian. Nada no mundo era tão incompreensível como aquilo que sentia. Tudo era ao mesmo tempo nada. Era espantoso me sentir assim, como se seus lábios fossem o centro do universo e que esse lugar seria só meu. Cassian soltou-se de mim abruptamente, deixando-me em chamas. –É por isso Aurora! Por querer-te tanto eu não quero você aqui. Ele passou seus dedos no contorno de meu rosto, mas continuou a falar com uma fúria que até então desconhecia. –V ocê não entende Aurora, eu quero sua segurança. E há muitas coisas acontecendo aqui, das quais você não precisaria saber. A vida aqui não é como o palácio onde seria o melhor lugar para você estar. -O palácio é tão seguro quanto aqui! –retruquei. Como vapor todas as coisas boas que sentirá quando estava presa em Cassian sumiram. -Aurora me escute. –suplicou Cassian. –Este lugar não é para você. Quanto mais longe do Reino Escuro você estiver, mais protegida você estará. Acredite Aurora! Se fosse preciso manter você mais de mil quilômetros longe de mim só para mantê-la segura, eu o faria. -V ocê não pode fazer esta escolha por mim. V ocê não me controla. – revidei. -Não foi o que apareceu antes. –disse Cassian com um esboço de sorriso malicioso em sua cara. Corei ao lembrar de seu beijo. De fato Cassian havia me controlado, mas não podia deixar às coisas continuarem assim. Dei as costas para ele sai de sua frente. -Ok! Não serei mais fraca. –jurei a mim mesma que nunca mais seria fraca diante de outros. -É o que veremos. –disse Cassian pelas minhas costas. Sai do meio da escuridão e fui para a rua central do acampamento que era bem iluminada. Cassian me seguira o tempo todo como havia prometido ao príncipe. Ao chegar a frente ao meu alojamento virei-me para vê-lo a poucos centímetros do meu rosto. Sua respiração fresca provocava minha pele causando arrepios, por pouco não perdi meu autocontrole novamente. Antes que me perde-se naqueles olhos negros Melissa surgiu na entrada da tenda. Melissa pegou meu braço puxando para dentro. –Aurora! Onde você esteve? V ocê quase me mata do coração! V ocê não vê que horas são? De fato não havia percebido o tempo passar enquanto estava com Cassian. Mas concordei com Melissa que deveria cuidar-me mais com o horário e também com as pessoas. Melissa percebendo que Cassian estava parado ao meu lado corou. -A des... Desculpa. –gaguejou desajeitada. –Eu os interrompi? Cassian com toda sua autoconfiança de um galã desatou seus lábios que haviam me beijado recentemente e abriu um sorriso. –Não está interrompendo nada senhorita Melissa. Apenas estava escoltando Aurora para o alojamento para... -Bem! Já que estamos aqui. –cortei-o. –V ocê já pode ir. E obrigada por me acompanhar. – agradeci sem jeito. -Foi um prazer Senhorita. –falou Cassian me fulminando com os olhos. Senti um calafrio passar por mim ao escuta-lo. ...Como ele tinha audácia de dizer isso. –eu não o entendia. Às vezes Cassian agia como um perfeito cavalheiro e outras vezes ele se transformava em um completo idiota. Simplesmente ele era alguém muito complicado de se compreender. Entrei no alojamento antes que ficasse mais confusa do que já estava deixando Cassian do lado de fora sozinho. Tomei um banho e deitei-me em minha cama que estava muito fria. -Aurora! –cochichou Melissa, quebrando o silêncio. -O que? -Me desculpa não queria ter estragado antes o momento. -Que momento? Melissa gargalhou alto. –sério você não ficou brava comigo? -Claro que não, por que estaria? Eu deveria estar é te agradecendo por ter feito me livrar de Cassian. Melissa atacou seu travesseiro em mim. –Ai! O que você esta fazendo? –perguntei. -Aurora eu não acredito que você não esta afim de um partidão desses. Eu sei que não te conheço, mas o que interrompi lá fora não foi uma simples escolta do Comandante. O cara lá fora estava quase te envolvendo com os olhos. Sério se alguém olhasse para mim deste jeito eu não deixaria a oportunidade passar. –falou dando risinhos. -Bem se quiser pode ficar com ele. –ofereci irritada. Fechei a cara e deitei-me de lado para que Melissa não me visse acordada. -Não era para mim que aqueles olhos negros olhavam. –falou Liss já parecendo cansada. Tentei fechar os olhos para dormir, mas assim que minhas pálpebras encostaram a recordação de Cassian me beijando e abraçando voltaram. Toquei meus lábios lembrando-me do calor que sentirá a poucos minutos, essa sensação nostálgica me perturbava deixando-me desperta. Adormeci apenas algumas horas depois.

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⏰ Última atualização: Sep 03, 2020 ⏰

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