Vinte anos atrás o mundo dos Caçadores de Sombras quase fora assolado por inúmeras destruições. Se não fosse pelos jovens heróis, hoje, o futuro seria apenas cinzas.
Nico reconhece isso, mas odeia saber que as espectativas de todos estejam voltadas...
VALERIE E ISADORA SEGUIRAM silenciosamente pelos corredores do Instituto, a Caçadora só lhe dirigia a palavra para mostrar o lugar. A jovem observava cada canto, tentando memorizar as melhores saídas de emergência e os melhores esconderijos.
— Você sabe que não é uma prisioneira aqui — Isadora soltou de repente parando em frente a uma porta, Valerie a encarou notando que era um pouco menor que ela.
— Eu sei — deu de ombros.
— Então por que está olhando para todas as possíveis saídas do Instituto? Reconheço esse olhar quando o vejo — Valerie se recusou a responder — Olhe — Isadora suspirou quando percebeu que não haveria respostas. — Não sei o que os antigos Caçadores de Sombras fizeram a sua família, mas nós somos diferentes, Valerie. Crescemos com pessoas boas, pode contar conosco — ela fez outra pausa. — Sei que posso parecer meio brava às vezes, mas pode contar comigo também. É bom ter uma amiga de vez em quando.
Amiga. As palavras a atingiram com força, ela sempre evitou fazer amizades verdadeiras na escola, não podia colocar uma pessoa amada em risco.
E agora Isadora Lightwood estava lhe oferecendo sua amizade, alguém que a entregaria para Clave se soubesse quem era realmente, que irônico.
— Obrigada — Valerie conseguiu dizer, a Caçadora acenou e abriu a porta a sua frente.
— Esse é seu quarto — deu espaço para a menina entrar, ela arregalou os olhos, não era pequeno e também não era tão grande, tinha uma cama espaçosa, cômoda para colocar suas roupas, escrivaninha e um banheiro.
— Uau — disse extasiada.
— Caso queira trocar...
— Não, não está ótimo. Obrigada pela hospitalidade — Isadora sorriu.
— Se quiser alguma coisa é só avisar — então se foi, fechando a porta atrás de si.
Valerie não perdeu tempo, e trancou o lugar. Depois pegou a cadeira da escrivaninha e colocou sob a maçaneta. Segurança nunca era demais.
Ela depositou sua mochila no chão junto com a espada, não guardaria suas roupas, afinal não ficaria por muito tempo.
Valerie queria fazer planos sobre sua estadia ali, queria rever suas mentiras, queria fazer tantas coisas.
Mas no final das contas deitou-se na cama. Seu corpo não aguentava mais nenhum minuto em pé, sua mente vagou pelas lembranças com seus pais, e antes dos seus olhos cederem a exaustão, a imagem do garoto de cabelos dourados e olhos verdes foi a última coisa que lhe preenchera a mente.
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O mundo ao seu redor era fogo, cinzas e poeira. Não havia nada a não ser destruição, Valerie não gritou, sonhava com isso a meses, mas não podia sentir medo toda vez. O rapaz de capuz a observava de longe com um sorriso cruel nos lábios.
