Vinte anos atrás o mundo dos Caçadores de Sombras quase fora assolado por inúmeras destruições. Se não fosse pelos jovens heróis, hoje, o futuro seria apenas cinzas.
Nico reconhece isso, mas odeia saber que as espectativas de todos estejam voltadas...
ISADORA ESTAVA ANIMADA PARA aquela noite, precisava urgentemente liberar a adrenalina em seu corpo, e nada melhor que caçar demônios.
Ela cruzou os braços e bateu o pé. Já estava começando a ficar impaciente. Nico nunca fora dos mais pontuais.
— Estou aqui — a porta do elevador abriu e seu parabatai saiu com as mãos erguidas.
— Você precisa parar de se atrasar — estreitou os olhos.
— Estou trabalhando nisso, ok? — replicou, Dora bufou — Foi só cinco minutos dessa vez!
— Não estou afim de discutir com você Nicholas, vamos logo.
— Tudo bem — ele concordou e se dirigiu para a porta do saguão, ela foi atrás, estavam prestes a sair quando uma voz os interrompeu:
— Esperem aí! — Isadora se virou brava, mas o sentimento se esvaiu ao ver Valerie Turner descer as escadas apressadamente.
— O que foi? — ergueu o cenho.
— Vou com vocês — não uma pergunta, mas uma afirmação. Ela ficou surpresa, Valerie sempre fazia o seu melhor para ficar afastada dos Caçadores de Sombras, mas agora não parecia que estava brincando. Thauriel está preso em suas costas, os cabelos foram amarrados em um rabo de cavalo e veste o mesmo uniforme que eles.
Droga. Isadora pensou. Como essa garota não nasceu para ser Caçadora de Sombras?
— E por que deixaríamos? — Nico perguntou ao seu lado.
— Vocês não tem que deixar nada — rebateu. — Sim, sou mundana, e precisam me proteger, blá blá blá — acenou. — A questão é que sou mundana com Visão e treinada, não tem como me impedir. Caso não queiram que eu vá junto, os seguirei mesmo assim. O espaço é público afinal de contas.
— Ela tem um bom argumento — Isadora se voltou para Nico, ele estava visivelmente irritado. Era estranho o fato de que essa garota conseguia elevar os sentimentos do seu parabatai ao máximo em tão pouco tempo.
Dora não sabia se devia ficar feliz ou preocupada. O mundo cinzento de Nicholas Herondale parecia estar ganhando cor novamente... Mas o problema é que a pessoa que estava dando cor era Valerie. A caçadora sabia que a outra não era permanente, e não sabia o que aconteceria com seu melhor amigo quando ela fosse embora.
Precisava alertá-lo antes que fosse tarde demais. Contudo, não agora.
— Parece que eu ganhei essa — Valerie lhe lançou um enorme sorriso.
— Uma das várias que eu já ganhei — ele devolveu. — Posso deixar isso passar — deu de ombros, e saiu pela porta já aberta, Isadora conseguiu ver de relance um sorriso no seu rosto.
Valerie correu para segui-lo, protestando pelo caminho.
Isadora soltou um suspiro profundo. Não falaria agora, mas o mais rápido possível.
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