Os Poderes Ocultos - Linhagem de Sol e Tormenta

11. Um Juramento

NÃO MUITO TEMPO DEPOIS eles estavam voltando para o Instituto, Mina os proibiu de dar qualquer informação, a melhor coisa a se fazer era falar na presença de Rafe. Nico sentia que iria explodir, algo em seu senso de preservação alertava veemente que uma coisa péssima pairava no horizonte.

Ele olhou de esguio para Valerie sentada perto da outra janela do carro, seus olhos pareciam perdidos ao segurar Thauriel firmemente.

Nico queria conversar com a garota, mas aquele não era o momento ideal.

Assim que os quatro chegaram no Instituto, foram diretamente para a sala do diretor. Ele percebeu os olhares astutos dos poucos caçadores que ainda estavam acordados. O grupo simplesmente ignorou.

— Entrem — Rafe gritou lá de dentro assim que Dora bateu na porta, eles o fizeram.

O garoto não esperou as boas maneiras do homem, simplesmente sentou-se no sofá, sua parabatai fez o mesmo. Mina e Valerie ficaram em pé.

Ele conhecia Rafe desde que se entendia por gente, o fato de seus pais serem ligados também ajudava. Rafael foi um dos seus treinadores, quando criança, Nicholas o admirava muito como uma figura mais velha.

E talvez, secretamente, ainda admire.

— Então? — perguntou.

— Eu e Isadora não conseguimos nada de útil — Mina suspirou. — Os poucos que disseram foram as mesmas coisas de ontem — Rafe assentiu.

— Valerie e Nico? — se voltou para eles.

— Eu e Nicholas nos separamos. Infelizmente também não consegui nada — a garota respondeu prontamente, o diretor concordou.

— Bem, eu descobri, como o excelente Caçador de Sombras que sou. — Sorriu ao ver as expressões de desgosto das garotas.

Depois encarou Rafe, tentando não transparecer toda sua agonia. Devia contar toda a verdade?

Estou cogitando a ideia de mentir para a Clave? Nicholas pensou incrédulo, que tipo de Caçador de Sombras ele estava se tornando?

Definitivamente não poderia fazer isso, mas a probabilidade de Rafe alertar o Enclave era bem alta... E com isso, sua mãe ficaria de olho...

Ele soltou um suspiro e contou tudo mesmo assim. Não mentiria, não gostava de mentiras. E poderia argumentar com Rafe, ele era muito bom em falar.

Quando acabou, a atmosfera da sala ficou pesada.

— Oh, pelo Anjo — o caçador colocou o rosto entre as mãos. — Agora temos dois feiticeiros. Seus interesses não estão apenas em Valerie, mas no Submundo, e... Você disse desaparecimentos? — respirou frustado — Isso é muito pior do que eu imaginava, vou ter que alertar o Enclave.

— Não! — Nicholas e Valerie gritaram ao mesmo tempo, os dois se entreolharam assustados.

— E por que não, Valerie? — Rafe ergueu o cenho para a garota.

— Porque eu não confio no seu Enclave, e muito menos na sua Clave. Deixei que me ajudassem porque sei que são boas pessoas, mas e as outras? E as pessoas mais antigas? Suas mentalidades não mudam — Nicholas sentiu um leve tremor em sua voz. — Vão querer tomar minha espada de mim, a única coisa que me sobrou. Vão mandar atacar Zade e Rewn, e minha única família será morta... Não faça isso, por favor.

— Não somos tão ruins assim — o diretor soou incrédulo.

— Tem certeza, Rafael? — respondeu armagurada — Você acha que centenas de anos de costumes antigos simplesmente somem em vinte anos?