Junho, 2018.
Já faz dois meses que vim para a Inglaterra, e confesso que aquela animação, que eu estava nos primeiros dias, passou como um flecha, tanto que não vejo a hora de voltar para o Brasil, minha terra amada. Tudo aqui ficou repetitivo e chato, mas não aquele chato, já que estou em Londres.
Eu e Natacha, conversávamos todos os dias que eu tinha tempo, passei a não ter mais tempo, para conversar com ela, já que meus treinos ocupavam a maior parte do tempo, e algumas viagens que eu tinha que fazer, ela sempre me animava, falando que eu deveria curtir,porque eu estou em Londres, Felipe estava melhor do que nunca, assim como a minha princesa, Ariel.
Já Eduardo, estava morrendo de saudades dele, mas pedia para Natacha, não falar nada, para ele que eu estou aqui, pelo menos, ainda não.
- Melanie - estralou os dedos na minha cara - Vamos - Eu assenti saindo do meu transi, que toda manhã eu tinha. - Um dia, vou te deixar aí boiando, sozinha - afirmou
- Rápido de mais - reclamei, mesmo estando, esse tempo ainda não entendo quando eles falam muito rápido - Repete - pedi
Ela sorriu - Eu ainda vou te deixar boiando, aí sozinha - repediu
Dei um gargalhada, alta - Duvido, Marie - a desafie
- Fica esperando para ver.
Marie, era uma amiga, que criei aqui, por sorte, ela não me dá broncas ou se sente ofendida, quando peço para ela repetir, algo que não entendi.
- Quero dormir - reclamei
- Você só dorme, Melanie querida - afirmou
- Dormir - dei uma pausa - E a melhor coisa da vida.
- Só você.
Caminhávamos, em um parque, que era cheio a essa hora, quando vi alguém totalmente reconhecível, e andava e olhava - Eduardo - sussurrei baixinho
- Repete - pediu e me olhou
- Nada - falei.
Então nos duas fomos, cada uma por seu caminho.No outro dia, acordei cansada.
- Droga, estou atrasada - reclamei
Fui no banheiro, joguei uma água no rosto e fui direto para o treino.
- Bom dia - Marie disse.
- Oi Marie - falei
Coloquei meu uniforme de treino - Tem uns universitários gatos,ali fora - admitiu
- Sério - a olhei
Ela assentiu. Nosso treinador, nós chamou, e olhei para a arquibancada, e vi os universitários gatos, e nosso treinador passou, o esquema do treino, e fomos nos alongar.
- Acho que deveria ter comido alguma coisa - falei para Marie - Estou meio zonza - admiti
- Mel, você não pode jogar - afirmou
- Mas, eu vou. - Ela me olhou brava, Nosso treinador nós chamou e dividiu os times, e o reservas, começamos a jogar, e minha zonzeira não passava, joguei até que não me lembro mais de nada.
Acordei em um lugar diferente do que eu estava, e não o reconheci, fora que eu estava com uma forte dor de cabeça.
- Dois meses, sem jogar - ouvi alguém falar - a fratura em sua perna foi grave. - informou
Como assim, dois meses, sem jogar, o que aconteceu? Forcei para ver se lembrava de algo, mas não, não consiga lembrar de nada.
Vi Marie se aproximar de mim - O que aconteceu? - perguntei
Ela deu um sorriso de lado - Você desmaiou, e caiu de mão jeito e fraturou a perna - respondeu - Mas, por sorte você está de alta - sorriu - Eu vou te levar para casa - informou
Ela me ajudou a levantar da cama, e eu pude ver que minha perna estava enfaixada, passei meu braço em seu pescoço, e caminhamos para fora do hospital, ela me ajudou a entrar em um táxi, e o mesmo nos levou, até em casa, ela me ajudou a subir e abriu a porta da minha casa.
- Bom,- me ajudou a sentar no sofá - O médico passou um remédio, para você caso sinta dor, e pediu que você se alimente direito, isso significa nada de besteira, e repouso.
- Ok,
Ela ficou um tempo comigo e depois foi embora.Meu interfone tocou, eu levantei calmamente do sofá, e o atendi.
- Oi - falei
- Senhorita, Mel - falou - Tem alguém querendo vê-la - afirmou - Posso deixar subir?
- Quem é? - perguntei
- Disse que é um amigo - respondeu
- Pode.
- Ok. Estou liberando-o.
Marie, tinha mania de falar assim, com o porteiro, por isso a liberei subir, caminhei até a porta, e esperei a campainha, tocar e abri a porta.
- Eduardo - falei assustado - Como você me achou? - perguntei
- Oi, Mel - deu um beijo em minha bochecha - Eu tava no jogo, que você desmaiou, e vi te levarem para o hospital e ficar lá por algumas horas, então vi sua amiga te trazer aqui, e resolvi vir te ver - sorriu
- Você estava me espionado? - perguntei sorrindo
Eu riu - Só em alguns momentos - admitiu
- Vai ficar ai na porta? - perguntei e o olhei
Ele entrou, e fechou a porta, enquanto caminhava para me sentar no sofá.
- Porque você não me avisou que estava aqui? - perguntou se sentando ao meu lado
- Eu fui te procurar, mas - dei uma pausa - quando te achei, parecia que você não estava em casa, então fui embora e depois não tive mais tempo para te procurar - afirmei
- Treinos, né? - Eu assenti - Quanto tempo vai ficar aqui? - perguntou
- Mais dois meses - respondi - Mas não vou mais jogar - reclamei
- Vai ficar aqui sozinha? - Eu assenti - Como? - perguntou
Eu ainda, não tinha pensado nisso - Dou meu jeito - afirmei
- Sei, posso te fazer um convite? - perguntou
- Hum.
- Vem morar comigo - pediu
- Acho melhor não. - respondi
- Por favor - insistiu - Pelo menos até você tirar a tala.
Eu fiquei pensando um pouco - Mas, Eduardo, eu vou te dar trabalho - afirmei
- Você quem sabe - falou
- Espera - pedi - Eu vou.
Ele me olhou surpreso - Tem certeza? - perguntou
Eu assenti - Você pode me fazer, mais um favor - Ele assentiu - Me da um beijinho - fiz biquinho
- A claro, isso você não precisa nem pedir - afirmou
Se ajoelhou na minha frente e me deu um beijo, um beijo com vontade, um de saudade.
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Amor em jogo
RandomMelanie tem 17 anos, é a menina mais tímida da escola, mas não quando o assunto é relacionado ao futebol, ela é uma verdadeira craque. Mel é odiada por muitos, por ser uma ótima jogadora, é muita focada nos jogos e tem o sonho de jogar em um time pr...