Capítulo 2

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Depois de quase um ano de todos os acontecimentos daquele dia, me mudei de Recife, eu realmente não consegui viver por muito tempo naquela casa, depois... Depois de... Todo... Não vendi, eu simplesmente não consegui... Isso seria demais, até pra mim, fora o fato de eu talvez não ter comprido com todas as palavras o regulamento do "luto" e até também ter evitado o fato de pensar, falar ou até mesmo ouvir qualquer coisa sobre o assunto, e talvez eu tenha mentindo sobre os motivos da mudanças no meu relatório de transferência, mas como eu disse, não quero ter que ouvi palavras como "meus pêsames", "sinto muito" ou "eu sei que e difícil", parece que e um histórico da familiar não lidar bem com esses casos...

De qualquer forma está aqui neste lugar me ajuda a evitar pessoas indesejadas, além do que não gosto de ficar o tempo todo em casa.

Eu estou aqui em livraria perto da minha rua, que concidentemente dá pra frente de um cemitério, agora não sei se poderia chamar isso de conveniente, cômico ou trágico.

Sentada em uma mesa colada na janela onde e possível ver aquele ambiente amaldiçoado e amedrontador, que de dia mais parece um lugar triste e melancólico estou lendo um livro de terror e mistério, O que parece um pouco contraditório, suspiro parando pra pensar.

O nome dele é "Os contos de uma criatura carente " pode parecer um nome ridículo, mas aprendi a não jugar um livro pela capa, principalmente um livro que já chegou a ser um best-seller , mas o que fez ele ficar mais famoso com o passar dos anos foi a suposta morte misteriosa do autor do livro, Daniel Hartmann, mais comecei a me entenreça de verdade pelo livro depois do conto sete, de um lobo solitário, onde parei na seguinte trecho:

"O filhote saiu correndo pela floresta que já estava escura e medonha por conta do sol que já pusera á tempos, ele pensou que se avisasse o macho alfa a tempo teria um grande esperança de que isso salvaria sua alcateia do suposto assassino, o caçador, se dissesse onde ele se escondia durante a noite, e assim seguiu seu caminho na floresta que de dia parecia tão amigável e sutil, mas agora era apenas um cenário escuro e assustador na noite, as árvores com suas flores coloridas, se tornam monstros na sua perspectiva e seus galhos como ossos saindo pra fora, mas o pequeno filhote não sabia que tudo e que toda a sua inocência que ele tinha todo esse tempo mudaria tanto quanto as aparências dessas árvores..."

Mas logo sou interrompida por um sentimento de estar sendo observada, olho de relance para a mesa atrás da minha e vejo um pequeno vulto preto sentado na cadeira me observando, eu me viro completamente para trás e com um impulso quase caio da cadeira...

--- Moça, você está bem!? --- diz a menina que testemunhou minha quase queda, ela estava com vestido florido e aparentava ter cerca de 10-12 anos de idade, cabelos nos ombros ruivos com os meus só que mais avermelhados, com um livro em uma de suas mãos.

--- AAH! --- digo, levando um grande susto por não ter visto ela minha frente até então,

Mas logo me recomponho ao ver que de fato não tem nada atrás de mim, e me viro para ela:

--- Não, eu estou bem, querida! --- respondo a ela

--- O-Ou certo! --- diz ela um pouco surpresa, com minha resposta.

--- Onde está sua mãe, querida? --- pergunto a ela

--- Bem, está trabalhando --- diz a menina, apontada pra bibliotecária arrumando as estantes, e fala com um tom cabisbaixo --- Ela parece que só faz isso agora.

--- Nossa... --- respondo em troca, eu sei exatamente o que ter que se acostumar com alguém que liga mais com o trabalho do que com os filhos, então digo a menina --- Você quer sentar aqui comigo enquanto ela trabalha?

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