ETERNA MUSA I

37 1 1
                                    

Generosas são as noites
Nas quais, sonho contigo.
Esquecendo os meus açoites
Derivados do infortúnio deste abrigo.

O acesso ao alimento é controlado,
Também a água é medida.
Escorpiões vivem embaixo do estrado
Que ampara a minha vida.

Oh! Por que fui amá-la, eterna musa
Que floresce na primavera debutante?
A sua beleza dos meus olhos abusa
Num desfilar radiante.

Agora me encontro condenado
Pelo ato sublime de amar.
Neste cubículo enclausurado.
Sofrendo e amando sem poder amar.

Harém da SaudadeOnde histórias criam vida. Descubra agora