A MALDITA

63 3 2
                                    

Estou cansando de ser mais um ébrio.
Preciso me encontrar,
Parar de confessar com a garrafa.
Para casa pretendo regressar.
Já são cinco da manhã.
Ainda falta o último gole.
A maldita desce rasgando,
Diluindo ainda mais minha alma.
Chego a casa, irritante, falante.
Chuto o Rex, ofendo meu filho,
Maltrato a Ivete.
Enfim deito debruçado na mesa.
Mas a amargura não acabou.
Minha mulher me abandona.
Tenho que me virar
Depois da ressaca.
Fiz questão de arruinar o meu lar,
De acabar com a minha felicidade.
Nem o Rex quer saber de mim.
Meu filho foge dos meus olhos.
A maldita proporcionou o fim
De minha frágil existência.

Harém da SaudadeOnde histórias criam vida. Descubra agora