ANA MARIA

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A professora titular faltou.
Pra alegria do meu coração,
A substituta em forma de anjo chegou,
Para nos dar a lição.

Que mulher de intensa beleza!
Meus olhos aos detalhes da beldade atentos.
Apaixonei-me com certeza.
Gravei-a em meus pensamentos.

Sua voz suave encantava os meus ouvidos.
Sua boca carnuda era um convite
Aos beijos tão esperados e sonhados
Nem que fosse apenas por uma noite.

Para mim, era uma deusa
A Afrodite do Português.
Por causa de sua beleza,
De uma floricultura virei freguês.

Ramalhetes de belas flores
Com versos inspirados.
Por ela estava cheio de amores,
Sentimentos juvenis ensaiados.

Meu espelho é testemunha ocular
Do meu doce e estimado intento.
Como um dia poderia tirar,
A professora Ana Maria do meu pensamento.

Cada dia mais aumentava a paixão.
Ainda não reconhecida.
Da minha parte era até obsessão
Ter aquela mulher em minha vida.

E pro meu desespero
A titular chata, arrogante, voltou.
Foi grande o meu destempero,
A fonte do amor quase secou.

Seus gritos intensos ecoavam
Na minha jovem cabeça.
Todos a detestavam,
Mas é bom que não se esqueça.

O mundo e a vida são professores.
A gente apanha e aprende
Com estes mestres e doutores.
O doce da mentira e o amargo da verdade.

E os anos foram passando,
Já tinha terminado a faculdade.
Na mesma escola trabalhando
Era no ensino a minha realidade.

A professora chata, arrogante,
Havia se aposentado.
E a bela Ana Maria exuberante
Não tinha sequer um namorado.

Foi então que me deu vontade
De tudo o que sentia lhe falar.
Sem forçar a amizade,
Ela resolveu uma chance me dar.

O nosso amor foi se firmando.
Ela me convidou para sua mãe conhecer.
Não pude estar acreditando
Era a professora chata do Colégio Renascer.

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