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Porquê eu sinto minha pele entrar em combustão sempre que seus toques quentes a envolvem
Eu sinto-lhe tão profundamente em minha alma
Que não há mínimas dúvidas de que um dia
Eu possa dizer que realmente ,
Lhe desejo.....

Capítulo Um - No trem

Era dia, e os tênues raios de sol providenciavam a iluminação de um quarto recentemente doado, sujo e ainda desarrumado pelas coisas espalhadas. Harry, com os olhos pesados, lutava para se manter completamente desperto. Seu peito movia-se lentamente, buscando a vontade de levantar-se da cama, que apesar de não ser tão confortável, ainda o acolhia no frio que permeava o ambiente. — e era certamente melhor que o colchonete onde costumava dormir sob as escadas —.

Ponderava se a animação pelo seu primeiro dia de volta a Hogwarts ainda estava um pouco distante. Por um lado, sentia-se feliz em rever seus amigos, passar um tempo longe dos Dursleys e aprender novas matérias. Por outro, temia se envolver em problemas.

Esticou a mão para pegar os óculos repousados na pequena escrivaninha usada, que Duda jogara ao lado de sua cama. Limpou um pouco as lentes antes de colocá-las sobre seu rosto amassado e recém-desperto. Infelizmente, os passos irritantes e pesados de seu primo Duda e a gritaria de seus tios ecoavam pelo andar de baixo.

Levantou-se, pegou sua carta e deu uma última olhada em seu malão. Dirigiu-se ao banheiro para banhar-se antes de partir.

Respirou fundo antes de enfrentar a água gelada que lhe era oferecida, mesmo nos dias mais frios do ano, ao contrário de seu primo Duda, que tinha água quente até nos dias quentes. Ao abrir o chuveiro, sentiu seus pelos arrepiarem. As gotículas escorriam por suas costas, e aquele banho, com certeza, despertou Harry, que antes estava sem ânimo, triste e sentindo-se tão preguiçoso quanto seu amigo Ronald.

Terminado o banho, vestiu-se com seu moletom, calças e sapatos, e por fim, enrolou um cachecol vermelho vivo em seu pescoço, aquecendo-o confortavelmente. Recebera o cachecol como presente no último Natal da Sra. Weasley, a quem amava chamar de sua "segunda mãe".

Estava tudo pronto, só precisava sair. Suspirou fundo, guardou sua varinha e pegou seu malão e sua coruja antes de enfrentar seus tios.

As escadas rangiam e o peso da mala batia no chão, levantando poeira. Imaginava como deveria ser para seu primo acordá-lo todos os dias com barulho e resquícios de pó da escadaria velha e empoeirada, na época em que dormia abaixo das escadas.

Por sorte, quando chegou ao sexto ano, já havia crescido o suficiente para não caber mais dentro daquele armário tão pequeno, e seu tio foi obrigado a arranjar-lhe um espaço maior, por puro medo do mundo bruxo e do que Harry ou Dumbledore, especificamente Dumbledore, poderiam fazer com ele.

Chegou à cozinha, deixando suas coisas e varreu o local com o olhar. Pegou apenas uma maçã e segurou a varinha novamente, por precaução.

—Olhe só ... Potter vai voltar para aquela escola de malucos,—  disse Duda com um tom de desprezo, enquanto enchia a boca com pedaços de panqueca recém-assada, o mel escorrendo de uma maneira desagradável pelos cantos de sua boca.

— Deseja orelhas para acompanhar o rabo? Já lhe disse uma vez, não tenho medo de enfrentá-lo ameaçou Potter, sua voz carregada de desdém.

Duda, com um sorriso presunçoso no rosto, respondeu:

— Você não pode usar magia, ou seja lá o que forem esses truques ridículos que você faz, fora daquele manicômio que você chama de escola. Papai pode ter medo de você, mas eu não tenho. Então, tente a sorte, seu adotado de merda — ele bebeu um gole de seu suco, observando o açúcar que formava uma crosta no fundo do copo e se dissolvia a cada gole.

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