Games in Frames

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Dentro deste lugar
Eu pude sentir a forma secreta
em que você
prometeu dizer
todos os seus sentimentos a plena voz
Então, por favor
Não se esconda atrás de mentiras
meu querido amor

Capítulo quatro - Verdades ditas a fogo

No armário, a luz era tão fraca que, ao primeiro impacto com a escuridão, levou alguns segundos até que algo se tornasse visível. O espaço, no entanto, não era tão apertado quanto parecia pelo lado de fora.

Os dois estavam longe o suficiente para não se encostarem, mas o ar pesado do local era palpável. Draco fingiu beber o líquido que lhe foi entregue, mas assim que entrou no armário, cuspiu-o discretamente de volta no copo.

— Até parece que vou beber essa merda — resmungou Draco, colocando o copo no chão.

Harry, por outro lado, estava apavorado. Por que não pensou nisso também? Apenas alguns segundos se passaram desde que ele bebeu a poção, e já sentia sua garganta borbulhar. Ele olhava repetidamente para suas unhas, e seus olhos corriam pelo ambiente até ouvir uma risadinha baixa vinda de Malfoy. O tom de deboche em sua voz era inconfundível.

— O que há com você, Harry? Está tão nervosinho...

Harry revirou os olhos. Obviamente, o mais alto sabia o que o deixava naquele estado. Draco apenas queria ter certeza de que sua suposição estava correta.

Draco pegou o pequeno shot que Harry segurava e notou a ausência do líquido.

— Não acredito que você bebeu isso! Não achei que fosse tão burro, Potter.

Harry estremeceu, sentindo seu estômago revirar. Pela primeira vez, estava certo de que não deveria ter medo de algo tão estúpido. Mas, ao mesmo tempo, ele tinha muitos segredos profundos que não contara nem mesmo a seus melhores amigos, imagine a uma pessoa com quem tinha desentendimentos e brigas na maior parte do tempo.

— Cale a boca, acho melhor você ficar calado até a gente sair desse armário — ponderou com firmeza, embora por dentro estivesse inseguro.

O loiro riu, ajeitando sua postura com a elegância habitual.

— Se você acha... — bufou Draco, com desdém.

— Malfoy, eu juro que não terei piedade de você — ameaçou Harry, com a feição irritada, sobrancelhas franzidas e um leve biquinho de determinação.

— É mesmo, Potter? — Draco inclinou-se ligeiramente, a proximidade aumentando a tensão. — E o que exatamente você vai fazer? Me atacar com seu... óculos?

Harry sentiu o rosto arder de raiva e constrangimento.
— Eu... eu vou encontrar uma maneira. Não pense que você pode me intimidar.

Draco deu uma risada baixa e provocativa.
— Intimidar você? Não seja ridículo. Eu só estou me divertindo com sua falta de esperteza.

Harry tentou controlar a respiração, a poção começando a fazer efeito.

— Você pode rir agora, Malfoy. Mas você vai se arrepender.

— Veremos, Potter. Veremos. — Draco inclinou-se ainda mais perto, os olhos brilhando com um misto de provocação e curiosidade. — E quem sabe, talvez você até aprenda algo.

— Se eu aprender algo, será que você é ainda mais insuportável do que eu pensava — retrucou Harry, os olhos fixos nos de Draco.

— Toquei num ponto fraco, não foi? — Draco sussurrou, sua voz maliciosa. — Não se preocupe, Harry. Seus segredos estão seguros. Por enquanto.