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A fuga

O ano era 1944, Anne e sua família haviam sido pegas, logo foram levadas para o campo de concentração, mulheres em um e homens em outro. A mãe de Anne (Edith Frank) não suportou tanto tempo e em 1945 morreu aos 44 anos, em seguida, Anne e Margot foram transferidas para um outro campo de concentração em Bergen-Belsen (Alemanha). Margot não suportou e foi a óbito com apenas 19 anos, Anne por um fio conseguiu resistir.

Todos os campos de concentração tinham um comandante que ficava como líder, o nome do líder desse campo era Frederick. Para facilitar seu trabalho, ele se mudou para perto do local. Morava com sua esposa Lisandra, sua filha Elisabeth, sua irmã e seus sobrinhos. Certo dia, Elisabeth estava brincando com seus primos de se esconder, então ela teve a ideia de se esconder dentro do carro de seu pai, demoraram muito para achá-la, a menina pegou no sono. Um tempo depois, Frederick tinha que ir trabalhar, ele foi em seu carro, mas não se deu conta de que sua filha estava lá.

Elisabeth acorda em um lugar horrível, mulheres sendo bruscamente maltratadas, muitas doenças e desnutrição, não havia uma mulher que tivesse um fio de cabelo. Elisabeth estava entrando em pânico, então ela foi pedir informações, falou com uma menina que aparentava ser mais nova que ela.

— Oi, meu nome é Elisabeth, eu estou meio perdida pode me ajudar? — disse Elisabeth.

— Percebi que você não é daqui, desde que isso não me cause confusão, eu ajudo, aliás meu nome é Anne.

— Prometo não causar-lhe problemas. Que lugar é esse? — perguntou.

— Aqui é o inferno — afirmou Anne.

— Você pode me explicar melhor? — confusa, perguntou Elisabeth.

— Aqui é o campo de concentração para mulheres. Aqui não temos direito a absolutamente nada.

— Minha nossa! — Falou Elisabeth assustada. — Você pode me ajudar a encontrar meu pai?

— Quem é seu pai? – perguntou Anne.

— Ele é o comandante Frederick.

— Ele é seu pai?! — Anne falou nervosa — não posso te ajudar! Fale com um guarda, e por favor, não comente que falei com você.

Anne saiu desesperada. Elisabeth foi falar com um dos guardas.

— Oi, você pode me ajudar? — pergunta Elisabeth ao guarda.

— Quem é você? O que está fazendo aqui?! — falou o guarda com brutalidade.

— Eu sou a filha do comandante Frederick.

Elisabeth explica tudo que ocorreu para o guarda e em seguida ele a leva até a sala do seu pai, a menina chega na sala do pai já o abraçando. Enquanto começava a chorar, o pai de menina logo fala com ódio no tom de voz:

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?!?!

Ele puxa a menina pelo braço muito furioso, na volta para casa a menina chorava e chorava por tudo o que tinha visto. Ao chegar em casa, Elisabeth tenta falar com o pai para salvar aquelas mulheres, fala que elas têm que sair de lá de uma vez, seu pai diz ainda enraivado:

— VOCÊ ESTÁ LOUCA?! SE EU FIZER ISSO EU SEREI MORTO! E NÃO SÓ EU, COMO TODA MINHA FAMÍLIA, E ISSO TE INCLUI!

Eles ficam horas discutindo até que o pai da garota não suporta mais e bate na cara dela, ela corre para seu quarto. No dia seguinte, ela vai para o campo de concentração com a desculpa de levar o almoço do pai, mas na verdade procura Anne e fala que todos os dias elas tinham que se encontrar lá nos fundos, onde ninguém as veriam. No dia seguinte o comandante faz uma reunião em sua casa, e nessa reunião iam pessoas influentes. Todos os convidados receberam um panfleto sobre o "melhor" campo de concentração, passou um vídeo que nele havia um comercial.  Ele falava que o campo de concentração tinha refeitório para as judias se alimentarem o quanto quiserem, piscina para lazer, local para lerem, entre muitas outras coisas. Elisabeth viu a reunião inteira e se revoltou ainda mais com seu pai. No outro dia Anne e Elisabeth se encontram...

— Que bom que veio — disse Elisabeth aliviada.

— O que você quer? — falou Anne angustiada.

— Quero te tirar daí — falou Elisabeth com um tom de justiça.

— E como você faria isso? — perguntou Anne com um jeito desconfiado.

— Eu e você vamos fugir para Moiching, minha tia é esposa do prefeito;

— "Você e eu"?! Como assim? Você tem uma vida perfeita pra que você quer fugir? Eu tenho motivos para fugir e você, qual seria o seu motivo? Seu pai não quis te dar alguma coisa e agora você quer chamar atenção?

— Minha vida não é essa perfeição. Enfim, vou pegar a mesada que juntei, mais dinheiro com meu pai, e mais alguns suprimentos, se prepare, vamos fazer isso em breve.

— Tá, até lá o que eu faço? — pergunta Anne.

— Espera por notícias minhas.

— Tenho que ir não posso levantar suspeitas — falou Anne.

— Também tenho que ir — Elisabeth despediu-se.

Alguns dias se passaram e o dia estava próximo. Finalmente chegou, Elisabeth já estava com tudo pronto, como Elisabeth já tinha 18 e Anne tinha 16 puderam viajar tranquilamente. A mãe de Elisabeth sabia de tudo e podia saber, porque concordava com a filha, mas como ela não tinha e nem podia ter opinião em casa só ficava quieta. Falou com sua irmã que morava em Moiching, que por sinal, também tinha a mesma opinião que a irmã e a sobrinha.

Então elas conseguiram viajar e chegaram bem na cidade, mas ao chegar ficaram horrorizadas, a cidade estava em pedaços, ainda estava se recuperando dos bombardeios. A tia de Elisabeth era a primeira dama da cidade, então conseguiu mudar a identidade de Anne para que os nazistas que procuravam a fugitiva do campo de concentração não a achassem.

As meninas estavam super bem, a primeira dama tinha uma biblioteca enorme, então as garotas estudaram lá. Até que um dia, Anne tem uma ideia, disse que queria fazer a sua própria editora, mas não compartilhou isso com ninguém. Ela sentia saudades de falar com a Kitty, então começou a desabafar com Elisabeth, afinal, elas tinham criado muita afinidade e Anne sentia que finalmente tinha uma amiga de verdade.

Anos se passaram e adivinha?! Em 1947 foi lançado "o diário de Anne Frank", ela ficou pasma, seus segredos e desabafos com  Kitty haviam sido expostos para o mundo, mas por outro lado, todos iriam saber o quanto ela foi guerreira.

Muito tempo depois, saem notícias de que o pai de Anne Frank estaria vivo, ela fica muito feliz, procura saber em que cidade ele estava morando e descobriu. Decidiu ir encontrá-lo, ela ficou 2 semanas na cidade e nada, até que decide ir embora. Quando estava indo pegar um táxi, começa a observar a rua, foi aí que viu seu pai. Ela está andando de um lado e ele do outro, quando vai atravessar a rua para finalmente ver seu pai ele abraça uma outra mulher e sai com ela. Anne fica devastada e volta para Moiching.

Quando Anne chegou, Elisabeth ficou aliviada, porque Anne foi atrás de seu pai e não falou para ninguém. A amiga disparou várias perguntas, mas Anne não respondia nada, estava em choque. Depois de um ano, Anne decide falar tudo o que aconteceu, Elisabeth fica com muita raiva e lhe convence a ir atrás de seu pai para conversar com ele, elas conseguiram achar seu endereço. Quando chegaram buscaram explicação para tudo o que estava acontecendo, e ele falou:

— Vocês estão de brincadeira né?! Isso só foi uma brincadeira de muito mau gosto, não é? QUANDO EU SAÍ DAQUELE INFERNO, EU PROCUREI MINHA FAMÍLIA POR TODA PARTE E NINGUÉM, REPITO, NINGUÉM ESTÁ VIVO!!!! OLHEM AQUI, SAIAM DA MINHA CASA! EU DEMOREI MUITO PARA SUPERAR ISSO E VOCÊS VEEM E FAZEM ISSO?! VÃO EMBORA!

Falou o pai de Anne com ódio. Anne ficou muito mal, mas depois de alguns meses ela decidiu falar com Elisabeth e sua tia, contou de sua ideia. Então, como a primeira dama é muito renomada e rica, criou a editora para Anne. Lançava livros que ela mesma escrevia, e não censurava seus pensamentos, ela não se identificava como autora, era uma anônima. Muitos anos se passaram e Anne estava muito bem sucedida. Mas, em 1980, seu pai veio a falecer, ela entrou depressão por muito tempo, contudo, conseguiu vencer mais uma guerra. Morreu nos anos 2000, muito feliz. 


— Luma Cerqueira

— Yasmin Oliveira

Anne Frank um pouco diferenciada  ∣ One-ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora