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     Destinos

Era mais um dia como os outros. Me levantava da cama, fazia minhas coisas e depois escrevia. Mas acabei recebendo uma notícia inesperada. Peter se aproximou da minha escrivaninha e disse:

—A nossa comida, que já era pouca, está quase às migalhas. Dessa vez vai ser eu quem vou sair.

— Sério? Nunca chegou a esse nível, isso é um problema.

Então ele se dirige à porta e eu me despeço com um Achtung.

O tempo começa a passar e a preocupação aumenta, mas pensávamos que era por conta de a gravidade da falta de comida ser maior. Vou até meu pai e o pergunto:

— Você sabia?

— Sim

— E por que não me falou nada?

— Porque não queria preocupar ninguém.

Então, no meio da nossa conversa, ouvimos fortes batidas na porta. Pensamos que poderia ser qualquer pessoa, foi aí que ouvimos o Peter. O pai dele, Hermann Van Pels, corre até a porta. Peter entra ofegante e seu pai diz:

— O que aconteceu?

Ofegante, com a mão no joelho. Peter responde:

— Me viram!

Todos tomam um susto, pois agora nosso esconderijo estava em perigo. Então meu pai, Otto Frank, pergunta:

— Eles te seguiram?

— Não sei...

Todos ficam preocupados, porém Peter conseguiu trazer uma bolsa com comida que era o suficiente para 6 semanas, mas agora, não podíamos mais ficar todo esse tempo, era 21h14 da noite não tinha o que fazer. Eu pergunto para o Peter:

— Onde te viram?

— Perto do posto que sempre vamos pegar comida.

— Mas aquele lugar era seguro, por isso sempre íamos lá.

— Não é mais! Uma construção perto do posto foi ocupada.

— Você viu quem eram?

— Não, mas estavam armados.

Só por esse fato já é possível saber que não estamos mais seguros. Fomos dormir para na próxima manhã decidirmos o que fazer.

Era muito difícil dormir sabendo que não estávamos em segurança. Todos são acordados às 08h30, levanto da cama e vejo que os nossos pais estão conversando e as malas estão feitas.

Pego um relógio que eu guardava de baixo da cama e o coloco no bolso, o levarei comigo.

Me aproximo dos meus pais e ouço:

— Não temos mais lugar pra ficar.

Eu falo:

— Tem certeza?

— Sim, já pensamos em todos os lugares e todos tem um ponto ruim.

Então foi decidido que nós iríamos sair em alguns pontos, em uma certa área para ver se era o ideal para morar. Para isso, iríamos nos separar em dois grupos, a família do Peter e a minha. A comida foi separada na metade, um pouco para cada.

Saímos às 13h, tinham quatro pontos, 2 a oeste e 2 a leste. Nós tínhamos um meio de ida seguro, mas os Van Pels, não.

A cada hora passavam aviões e jatos rasgando o céu, fazendo um barulho estrondoso sempre nos assustando. Entramos em uma floresta fechada, não tinha vestígios de pessoas. Mas por ser fechada, nunca era seguro, sempre podia chegar alguém sem que percebêssemos.

Anne Frank um pouco diferenciada  ∣ One-ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora