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Em cinco meses muita coisa muda, com uma barriga cada vez mais aparente Isabella tentava se dedicar ao máximo ao seu filho. Ela trabalhava e estudava o tanto que podia, queria garantir que NADA faltaria àquela criança.
Apesar de parecer algo normal, quando se pensa em uma mãe querendo dar tudo ao seu filho, na verdade havia algo a mais ali.
Isabella amava o Gabriel, ela se deixou encantar pelo jeito do jogador, a marra que escondia a delicadeza e o cuidado. E em três minutos toda a visão que ela tinha dele se quebrou, ainda era difícil pra ela assimilar que aquele era o Gabriel.
A morena queria evitar que seu filho em algum momento sentisse falta de ter um pai. Ela só queria esquecer aquelas mensagens, queria acabar com todas as lembranças que a perseguem, tentava se livrar do moletom que tinha o cheiro dele mas não conseguia.
Até tentou convencer-se de que o apego era por ele ser bonito mas assim que Isadora se propôs a lavá-lo ela percebeu que o apego era pelo cheiro tão característico do jogador.

— para de chutar minha costela, garoto!— falo com dificuldade devido a dor— poxa filho, o estômago também não!— esse menino não parava de me chutar

— dinda vai comprar uma bola pra você nascer no pique de jogador, bem rico e me levar pra viajar o mundo inteiro— eu não estava pronta pra perceber as semelhanças do meu filho com o Gabriel, sei disso assim que percebo os efeitos da comparação com o futebol.

— hoje vai chegar uma encomenda pra mim, você pode receber?— ela pergunta e eu balanço a cabeça

— claro né, vou ficar em casa até umas dezoito horas

— odeio o fato de você fazer essa aula à noite

— é a única que só tem pela noite, melhor fazer agora do que quando esse gordinho aqui nascer

— verdade... bom, qualquer coisa me liga tá? Amo vocês— ela grita caminhando em direção a porta

— a gente também te amaaa

Termino de comer e me sento em frente a televisão e com o computador apoiado em minha barriga. Começo a montar a próxima campanha publicitária da loja da Isadora enquanto a televisão estava em um programa qualquer.

— Convocado pela Seleção Brasileira, o jogador Gabriel Barbosa bateu um papo conosco pra falar um pouco dá partida que acontecerá em Natal— olho pra televisão e vejo ele ali, aquele maldito sorriso que fazia meu peito aquecer, sinto o Bernardo chutar minha barriga e na mesma hora desligo a televisão.

— esquece isso neném, a mamãe vai cuidar muito bem de você tá? Tao bem que vou até te dar sorvete agora— levanto do sofá mas antes que eu chegue na cozinha a campainha toca.

Abro a porta e dou de cara com a minha mãe, seu olhar desce pra minha barriga e me encolho lembrando da última vez que nos vimos. Antes que eu fale alguma coisa sou surpreendida por um abraço apertado.

— me perdoa Bella, meu deus! Me perdoa minha filha— minha mãe já chorava e eu não me encontrava diferente, aperto ela em meus braços

— eu senti tanto sua falta!— aperto ela entre meu braços até sentir que as mãos dela pousaram na minha barriga e um sorriso cresce em seus lábios— é um menino!

— já pensou em um nome?

— ainda não escolhi nenhum...

— a Camila está louca atrás de você, Isabella! Vai lá em casa todos os dias— ela fala assim que passa pela porta e caminha em direção ao sofá.

— eu ligo pra ela depois... o que a senhora tá fazendo aqui, mãe?

— vim me desculpar com você... me perdoa minha filha! Eu não deveria ter te expulsado de casa e muito menos demorar tanto tempo pra vim aqui

— isso já passou mãe... agora me dá um abraço apertado?— eu precisava do colo da minha mãe e foi justamente isso que recebi.

Passamos o resto da tarde falando sobre o bebê e vendo as roupinhas que ela já tinha comprado quando decidiu vim pra Natal até a Isadora voltar e elas começam a conversar

— vamo sair pra jantar Bela?— a Isadora pergunta enquanto eu caminho pra varanda

— pode ser...— vou pra janela mas me arrependo ao sentir o cheiro de fumaça, corro pro banheiro e coloco tudo pra fora, a minha amiga segura meus cabelos e alisa minhas costas assim como todas as outras vezes.

— odeio te ver passando mal o dia inteiro— ela suspira me ajudando a levantar— para de fazer a mamãe vomitar que a dinda não aguenta mais!

— vou fazer um chá que é certeiro vai te ajudar Bela— minha mãe fala e deixa um beijo carinhoso em minha testa, percebo ali como senti falta da minha mãe e a puxo pra um abraço— eu não vou mais sair do seu lado filha, não se preocupe com isso

O restinho do dia é bem chato, o meu filho não parava de chutar meu estômago e eu já havia perdido as contas de quantas vezes vomitei.
— faz assim não criatura, deixa a mamãe respirar um pouquinho— aliso minha barriga e sinto ele chutar o local em que minhas mãos estavam— mamãe te ama muito, tá? Vai ficar tudo bem com a gente

Burning LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora