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O tempo passa e Isabella e Gabriel se viam sempre que possível. Eles desistiram de falar que seria a última vez quando ambos sabiam que se veriam de novo. Gabriel vive entre idas e vindas com Rafaella, nem ele sabia porque ainda insistia nesse relacionamento fadado ao fracasso.
Isabella se via numa situação complicada, tinha que guardar esse segredo e conviver com o que estava fazendo. Não ache que ela não tentou, pelo contrário, mas era só ouvir a voz rouca dele que seu corpo acendia em brasas e quando via eles já estavam juntos outra vez.

A morena havia terminado a semana de provas quando decide enviar uma mensagem pro jogador, que por sua vez larga tudo que estava fazendo e vai encontrar a garota.
Eles sabiam cada vez mais da vida um do outro e uma certa intimidade se criou entre eles, era inevitável. Eles estavam ansiosos pra se verem logo e sentirem o toque de suas peles, por mais que não admitissem, era como um vício.

— achei que tinha esquecido do seu daddy!— escuto o Gabi falar assim que eu entro no seu carro

— fala isso mais uma vez e eu sento em você aqui e agora!— ele solta uma gargalhada e levanta os braços em sinal de rendição

— como foi a sua semana de provas?— ele dá partida com o carro e me olha de canto de olho

— cansativa pra caralho!— ela confessa e ele prestava atenção em cada movimento da morena— to precisando relaxar... e os jogos?

— assistiu o último!?— ela admirava a paixão que ele tinha pelo futebol, qualquer menção a isso já o fazia sorrir. Ela sorri de lado e balança a cabeça indicando que sim

— dei uma olhadinha!— ela mente na cara dura, a morena não saiu da frente da televisão até a transmissão encerrar, assistiu o pré jogo, jogo e pós jogo. Até usou a camisa que ele a deu

— mas chegou a ver o gol?— ele não entendia mas queria que ela dissesse que sim, ela não entendia porque a insistência dele a fazia querer sorrir

— vi Barbosa, eu te disse que iria assistir!

— que bom... só lembrei de você quando marquei o hat trick— ele para o carro no sinal e vira em direção ao banco traseiro— então eu trouxe isso pra você!

Ele estende a bola e uma camisa e ela entende que eram a bola e a camisa do jogo.
— não acredito... se eu vender tiro a grana de um carro com eles né?— ela não sabia o que falar então optou pelo caminho mais fácil

— não faz isso, é pra ficar com você!— o tom de voz dele era sério e ela a encarou por alguns minutos antes de responder

— eu sei, obrigada...

O silêncio perdura entre eles até chegarem no apartamento do moreno, daquela vez foi diferente... ele sabia que ela estava exausta e sentiu uma vontade de cuidar dela. A morena se permite aproveitar a massagem que recebia e os beijos delicados.

— porra Bela, cobre essa bunda aí namoral!— ela estava deitada de barriga pra baixo enquanto ele jogava um jogo qualquer— eu to perdendo porque não consigo me concentrar

— aí Gabriel, tu é muito chato— ele volta a atenção ao video game— além disso ainda é ruim que dói nisso aí

— e você é gostosa... uma diaba que fode com a minha cabeça— um sorriso escapa dos meus lábios, antes que eu fale alguma coisa meu celular toca e vejo que é a minha mãe e não posso deixar de sorrir

LIGAÇÃO ON
- oi mãezinha!

- Isabella Cortês?

- ela mesma?

- aqui é do Upa, sua mãe passou mal e se encontra internada aqui você poderia vir pra cá?

- aí meu deus, eu chego em cinco minutos!
LIGAÇÃO OFF

Isabella pula da cama, seus olhos enchem de lágrimas e seus lábios tremem, ela estava assustada. Não imaginava sua vida sem a sua mãe.
O moreno levanta da cama assustado ao perceber que algo estava errado, ela vestia suas roupas apressadamente e ele resolve fazer o mesmo.

— Isa, o que foi?— sinto as mãos fortes do Gabriel no meu quadril e sua expressão preocupada aos me ver chorando— o que tá acontecendo Isabella?

— eu preciso ir, minha mãe sofreu um infarto— pego minha bolsa e suspiro aliviada ao ver que daria pra pegar um uber.

— vamo, eu vou te levar!— olho pra ele

— não precisa Gabriel, eu peço um...

— eu não vou te deixar sozinha agora, Isabella!— ele me olha com determinação e eu balanço a cabeça sabendo que ele não mudaria de ideia

Em poucos minutos chegamos lá, a recepcionista me indica onde a minha mãe estava e as lágrimas escorrem pelos meus olhos ao vê la sentada em um leito sem nenhuma monitoração.
— mãe!— corpo até ela que sorri fraco pra mim— porque ninguém tá cuidando de você?

— o hospital tá cheio, Bela!— eu  só queria gritar, minha mãe precisava de atendimento e não havia nada que eu pudesse fazer. O olhar dela para no Gabriel e eu não queria encarar seu olhar de pena— quem é o rapaz?

— Gabriel, amigo da Isabella!— ele se aproxima e minha mãe me olha antes de sorrir pra ele— posso falar com você rapidinho, Isa?— sinto a mão dele no meu ombro e vejo minha mãe indicar que sim, eu ainda não o olhava. Assim que saiu do leito sinto ele colar nossos corpos e me abraçar, as lágrimas escorrem dos meus olhos e aquele abraço me confortava de uma forma surreal— vamo tirar ela daqui, Isa!— ele fala baixinho no meu ouvido enquanto me aperta contra ele

— pra levar pra onde, Gabriel? Eu não tenho como arcar com um hospital particular agora, e os outros públicos...— ele segura meus ombros e aí sim eu entendo— não, não, não, você não vai pagar!— engulo seco me sentindo ainda pior

— ela precisa de um médico logo, Isa... me deixa te ajudar— continuo negando com a cabeça e ele me abraça— por ela, Isa... eu quero muito ajudar vocês duas!

— Bela? Minha mão tá formigando... chama a enfermeira!— eu sabia que isso não era um bom sinal  olho ao redor e não havia ninguém que pudesse nos ajudar ali

— por favor— ele fala mais uma vez e balanço a cabeça— a gente vai pra outro hospital, ok?— ele entra no leito da minha mãe e antes que eu pense eles já estão ali comigo, o Gabriel carrega a minha mãe até o carro e dirige rapidamente até o Sírio Libanês. Olho ao redor e era outra realidade, os médicos somem com a minha mãe e eu fico ali andando de um lado pro outro na recepção.

— bebe essa água!— ele me estende a garrafa e agradeço antes de dar algumas goladas, sinto meu peito apertado e o medo da incerteza me pegarem de jeito— senta aqui, Isa— ele bate no banco ao seu lado e assim que sento os braços dele me envolvem, os lábios pressionados contra o meu cabelo. Fecho os olhos e me permito me sentir segura ali, ele também não fala nada.

— eu vou te pagar, Gabriel...

— para com isso Isabella, dinheiro é a menor das minhas preocupações agora— ele me encara— eu to mais preocupado com você— a mão faz carinho na minha bochecha antes de unir nossos lábios num selinho demorado, fecho os olhos e tento entender o que se passava entre nós

— obrigada!

— eu to aqui pro que você precisar... sempre!

Burning LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora