Chego em casa e vou adiantar umas coisas da empresa até porque eu vim pro Rio a trabalho.
Visto um moletom grandão e começo a planejar a próxima campanha publicitária.
— ei, to saindo viu?
— vai sair com o Matheus?
— o próprio! Vou pra casa dele e não volto hoje
— certo, minha mãe foi pra casa?
— ela disse que era aniversário de alguma vizinha e ia ter uma festinha...
— tá bom então, se divirta mas não tanto!!
— vou te arranjar um macho, só assim pra você parar de encher meu saco
— também te amo Isadora!
Meu dia até que foi produtivo, adiantei uma campanha que vou fazer no final do mês. Quando dou por mim já são quase nove horas, peço comida japonesa e me jogo no sofá esperando chegar, a campainha toca e me levanto rapidamente pra atender.
— oi..— vejo que o Bernardo dormia nos braços do Gabriel e sorriu pra ele
— parece que vocês se divertiram muito né...
— esse menino me deu uma canseira hoje que você não tem noção
— ah mas eu tenho sim— falo e ele solta uma risadinha, ele coloca o Bernardo na cama e começa a tirar a roupa dele enquanto pego um pijama— esse garoto vive ligado no 220 igual uma pessoa que eu conheço
— você só se for
— tem nem vergonha né Gabriel?— fecho a porta e descemos as escadas
— você acha que ele parece comigo?— ele parecia curioso e até um pouco inseguro
— vocês dois são insuportavelmente elétricos, ciumentos e marrentos... também são carinhosos, divertidos, generosos— ele me olhava de uma forma que meu coração batia mais forte. Ele prestava atenção em cada palavra e movimento meu.
Mas aí a campainha toca e eu volto pra realidade, abro a porta e vejo que é o entregador do ifood. Pego meu jantar e coloco na mesa
— não quero ser chato mas eu vou ficar pra comer sushi
— quem convidou seu oferecido?
— pô Isabella, vai negar comida pro pai do seu filho?
— senta logo antes que eu mude de ideia
Vou na cozinha pegar prato e talher e quando volto fico encarando o Gabriel.
— me diz por que você colocou a barca no chão
— é mais confortável— ele bate no chão e vou me sentar ao seu lado— isso me lembra você passando mal por causa do yakisoba
— nem me lembra Gabriel, não sei porque eu fui na sua e comi aquilo
— eu juro que achei que você tava grávida... pera, foi ali?
— não não, eu engravidei no dia do seu aniversário
— aquela noite foi— ele solta um suspiro antes de me olhar— especial..
— é, ela foi!
— o céu estrelado, a brisa suave, sua pele na minha, seus beijos... elas viraram uma tatuagem— olho pra ele surpresa e vejo ele virar de costas pra mim, levantar sua blusa e me dar visão do desenho.
Passo meus dedos pela tatuagem, duas pessoas abraçadas olhando o céu estrelado.
— gostou?— ele vira na minha direção e me encontra chorando
— você gostava de mim Gabriel?— ele me olha um tanto confuso— digo, gostava de mim de verdade?
— não Isabella— desvio o olhar envergonhada mas ele segura meu queixo e me faz encará-lo — eu amava você, ou melhor, eu amo você...
