NEYB - Saga "Pearl" (Livro V)

CAPÍTULO 3

Enquanto Faruk e o rei dos elfos conversavam notei a presença de uma intrusa particular perto da porta e a pergunta de Faruk acabou me pegando de surpresa, mas decidi brincar um pouco com o fato dela estar escutando. Me irrita a forma que ela invade a privacidade de uma reunião nossa, é muito abuso para uma garota só.

Ela encara o pai com raiva escrita em suas feições.

- Eu me recuso a ir ao Reino dos Alados e me recuso a me unir com um alado! - o bronco em seu colo está boquiaberto e admiro a coragem de tentar passar por cima de um acordo entre os dois reinos, mas isso apenas vai gerar problemas para ela. Continuo sorrindo e ela me olha com fúria.

- Estamos no meio de uma reunião Morticia, não pode entrar aqui. - o pai dela diz com autoridade e ela coloca o bronco no chão e aponta em minha direção.

- Nem que esse ogro aceitasse, eu iria querer me casar com ele! Ele é um grosso! - ela diz e seu pai se põe vermelho de raiva.

- Saia já daqui Morticia. - olho de relance para Heig que está segurando o riso e acabo rindo da situação com liberdade. Ela me olha e respira em descompasso.

- Do que está rindo seu arrogante?! - levo a mão ao peito.

- Perdão alteza. - peço e Faruk me fuzila com o olhar, me recomponho e me coloco de pé, olho para o rei. - Se me permite senhor... - ele assente.

- Ela nem deveria estar aqui! - ele diz. Assinto e olho para a garota. Gosto de um desafio. Me aproximo da garota e faço questão de analisar ela como se fosse apenas algo insignificante. Analiso ela de cima em baixo e deixo claro para ela que ela mexeu com o ser místico errado.

Seus cabelos são de uma cor cobre puxada para o alaranjado que estão trançados comumente como de um elfo, ela tem olhos na cor de folhas secas e a pele bronzeada pelo sol, o vestido cobre seu corpo, mas pelo jeito, ela faz muitos exercícios, assumo que seja tão bonita de corpo quanto de rosto, mas não é isso que me incomoda e sim seu jeito petulante e desafiador. Isso me irrita! Me faz querer dominá-la. Olho para o pai dela.

- Como eu disse majestade... Sua filha é muito arrogante, esnobe e mal educada, mas pelo bem do reino, eu me uniria com ela, sabe que somos bons para nossas mulheres e ela seria bem tra...

- Ouviram o que eu disse?! Não vou me unir a um alado! - ela repete e o pai dela explode.

- Vá para seu quarto Morticia. - ele aponta para fora. - Agora! - ela nega.

- Pai, eu tenho o direito de escolher com quem me casarei. - ela diz e ele se levanta.

- Você não é um ser místico qualquer! É a futura rainha do reino dos Elfos! Não tem que decidir nada por egoísmo e sim pensar no seu povo! Esse casamento é para o bem do seu povo. Não discuta, está decidido. - os olhoz dela marejam. O bronco puxa a barra da saia dela.

- Vamos alteza... Seu pai está pedindo. - olho para ela e sorrio.

- Te vejo em breve alteza. - a reverencio e quando volto a posição normal, recebo um tapa no rosto. Lágrimas correm pelo rosto dela e cerro os dentes.

- Agora chega! - o pai dela grita. - Fora! - Faruk intervém e me encara com raiva.

- Sente-se Neyb. - assinto. Ele olha para o rei. - Se acalme majestade... É normal que sua filha reaja assim. Por isso, mantenho a proposta de que ela vá conosco ao meu reino e conheça mais dos meus irmãos. - interrompo.

- Não é necessário Faruk... Posso aceitar a proposta. - digo.

- Calado Neyb. - me calo. Ela me olha e passa as mãos pelo rosto, olha para Faruk, ele estende os longos dedos e seca o restante de lágrimas dela. O olhar de ódio da garota é mortal. Faruk sorri com gentileza. - Não vai se arrepender de se unir a um alado. Somos bons companheiros. - ela tira a mão de Faruk do rosto e olha para o pai dela.

- Só irei obrigada! Jamais aceitarei essa loucura. - ela pega o bronco no colo. - Vamos Lupe. - ela sai da sala e bate a porta com força. O pai dela parece super irritado.

- Perdoem a audácia da minha filha. - Faruk nega.

- Não tem problema, ela vai se acalmar. - Faruk diz e o reverência. - eu que devo pedir perdão pelo modo como Neyb falou dela, tenho certeza de que teríamos evitado tanto desacordo entre ela e nós. - o pai dela nega.

- Ela tem aversão a alados, mas tenho certeza de que quando conhecer vocês melhor, ela mudará de ideia. - ele diz. - Pedirei que ela arrume suas coisas. Vocês podem partir amanhã? Assim, tenho tempo de conversar com ela e com a mãe dela. - Faruk assente.

- Claro. Avisarei minha mulher. - ele diz.

- Fiquem a vontade no castelo. Providenciarei quartos, comida e conversarei com minha mulher e filha. - Faruk assente e o rei se retira. Recebo o olhar repreensivo de Faruk.

- O que deu em você?! - ele pergunta. - Quer me tirar a paciência aqui?! Que diabos estava pensando quando ofendeu a filha deles? E que merda tem na cabeça para olhar ela como se fosse uma barata ou um diabrete sem valor?! - ele esbraveja.

- Perdão. - peço. - Ela é irritante. - digo. Faruk ri com sarcasmo.

- Se a sua intenção era fazer ela ter raiva de você, parabéns Neyb, conseguiu! - cruzo os braços.

- Desculpe. - ele bufa. Heig suspira.

- Está com dificuldades de aceitar que se sentiu atraído por ela? - ele pergunta. - Não teria aceitado a proposta tão rapidamente do contrário. - ele finaliza.

- Não estou com dificuldade alguma Heig. - digo. Ele assente.

- Não nos unimos sem amor Neyb... Pense bem no que fará. - ele diz e olha para Faruk, dirigindo as palavras a ele. - Deixe que ela conheça outros alados. - Heig olha para mim. - E deixe Neyb ver outros alados desejando levar a elfinha para a cama, veremos quanto tempo permanece sendo tão arredio. - cerro os dentes e ignoro. - Ele está só se doendo e sendo orgulhoso porque ela fala o que sente vontade na cara dele. - encaro Heig.

- Calado. - digo e me levanto. Heig se levanta. Faruk interrompe.

- Quietos. Sem confusão. Por agora, vamos dar uma volta em uma das cachoeiras e tomar um banho. Sentia falta de banharme por aqui.