CAPÍTULO 7

1.2K 175 2
                                    

Acordo com Lupe esfregando o rabo felpudo em meu rosto e espirro. Ela se afasta e pula sobre a cama o tempo todo.

- Hora de se arrumar para ir. - ela diz e me sento na cama encarando ela com desânimo.

- Por que está tão alegre? - ela alisa o rabo felpudo.

- Dizem que no castelo tem um bronco e que ele não tem uma companheira. - rio.

- Assanhada. - digo e me levanto. Saio do quarto e caminho em direção ao estabulo, dou bom dia aos outros e vejo o sol querendo apontar sobre as montanhas, subo em Kalazar e sigo para um dos rios, onde faço minha higiene bucal, tiro as roupas e pulo na água, mergulho e fico na água até o sol brilhar no céu. Saio da água e me visto, voo para o castelo e Kalazar pousa na frente dele e cavalga até o estabulo. Desço e caminho para o castelo. Vejo mamãe entregando um pacote a Faruk e minha mala para Heig. Papai entrega meu arco e a aljava a Neyb e me aproximo. Lupe corre em minha direção e coloco ela sobre meus ombros. Me aproximo de mamãe e me despeço e olho para papai. Ele beija minha testa.

- Faça boa viagem querida. - ele diz e assinto.

- Obrigada. - olho para os três e assobio. Kalazar pousa logo em seguida ao meu lado e monto. Faruk e os outros alçam voo e Kalazar segue. Coloco Lupe sentada na frente e voamos em direção ao reino dos alados. Não demora muito para que eu sinta fome, mas decido ficar calada. Eles voam até o sol estar sobre nós e baixamos dentro de uma floresta. Coloco Lupe no chão. - Pode ir caçar, mas não demore. - ela assente. Olho para os três. Faruk abre o pacote e retira comida. Pego um dos pratos embalados e começo a comer. Assim que termino, me sinto satisfeita.

- Ada deve estar preocupada. - Faruk diz e Heig suspira.

- Estou preocupado é com o reino, não passa um dia tranquilo, ela deve estar tendo trabalho. - ele diz.

- Lá é tão problemático assim? - pergunto e Neyb toma a palavra.

- Leve em consideração que o reino dos alados é ao lado da floresta enganosa, onde vivem bruxas, ogros e diabretes, incluindo uma trilha de comerciantes enorme onde ambas florestas ficam lado a lado e que o reino dos gigantes não é tão distante. - faço uma careta.

- Leve em consideração que temos um portal que leva ao outro lado. - Heig complementa.

- É, ela deve estar tendo trabalho. - eles assentem. Lupe retorna e continuamos viagem, nos aproximamos do castelo quando a noite já caiu e pousamos em frente ao castelo. Olho para o lado contrário e vejo a famosa ponte de ossos.

O reino dos alados é uma mistura de paz e sombras. Desço de Kalazar e vejo as crianças, filhos de Ada e Faruk. Já estão grandes. Eles se aproximam do pai e sorrio. Eles me reverenciam.

- Princesa Morticia. - reverencio os pequenos príncipes.

- Nox, Lux. - eles sorriem. Apoio a mão em meus joelhos. - Quantos anos vocês já tem? - eles respondem em uníssono.

- Sete. - sorrio. Olho para cima e vejo Ada saindo do Palácio.

- Guardiã. - reverencio ela. Ela sorri amplamente.

- Seja bem-vinda princesa Elfica. - sorrio. Aponto as crianças.

- Cresceram... - ela assente.

- Pois é. - ela sorri e olha para Faruk. - E nos envelhecemos. - rio.

- Ainda parecem novos. - digo. Ada fará vinte e oito anos em breve e Faruk fez trinte e dois. Suspiro. - Acho que o tempo passa para todos. - digo. Ela assente.

- Claro. - Faruk abraça ela e ela o olha com um sorriso alegre. - Agora não. - ele se afasta e estende a mão em direção ao castelo.

- Entre princesa, sinta-se em casa. - assinto e caminho em direção ao castelo. Os guardas são alados. Entro no salão imenso e acredito que por conta das asas, o castelo seja tão alto e com o salão tão imenso. Vejo os comandantes e sorrio. Eles estão aconpanhados pelas tão faladas "humanas" por todo o reino de Pearl. Me aproximo de Drake e ele me cumprimenta. Observo a criança em seu colo.

- Petrus. - ele diz e assinto. Ele deve ter uns três anos.

- Vejo que seu bebê já não é um bebê. - ele assente. Me viro para a humana. - Olá humana. - ela sorri.

- Me chamo Mary. - assinto.

- É um prazer. - digo e olho para Aigon. Ele me reverencia.

- Princesa Morticia. - olho para a moça ao lado dele. - Essa é Kate, minha mulher. - olho para a pequena alada no chão, ela deve ter a idade dos filhos de Faruk e Ada. - E minha filha Iris. - assinto. Finalmente vejo Téo. Houve um tempo que tentaram me juntar a Téo, mas sempre rejeitei a ideia de me unir a um alado, acho que agora não tenho como fugir mais dessa obrigação. Sorrio.

- Tudo bem Téo? - ele assente. Olho o pequeno alado lilás em seu colo.

- Esse é meu filho, Chris. - assinto. Olho para a humana ao seu lado e toco seu rosto.

- Você me lembra uma ninfa. - digo e ela sorri.

- Sou Gabriella, é um prazer alteza. - assinto e olho para Ada e Faruk.

- Vieram me receber? - Ada assente.

- Você é uma princesa, nossos melhores homens tinham que estar aqui. - Ela diz e encaro Maiana, algumas vezes Maiana acompanhava Faruk, além dos três comandantes. Sorrio. Maiana me reverência.

- Princesa, é uma honra recebê-la. - assinto e olho para a ninfa ao lado dela. Faruk toma a palavra.

- Essa é Flora. - assinto e olho para Heig.

- Flora hum... - ele sorri de forma divertida e balanço a cabeça. Flora me reverencia e olho ao meu redor procurando Lupe. Quem responde é Lux.

- Ela foi brincar com Uga e Rocca. - ele diz e olho para Ada.

- São meus amigos. Duente e um bronco. - assinto.

- Entendi.

- Fizemos um banquete. - Ada diz e Faruk termina de apresentar os alados presentes. São os melhores soldados dele. Acabo sendo apresentada a bruxa que causou o corrompimento de um alado.

Olho para as asas do alado e depois para seu rosto. Ele parece ser quase tão sombrio quanto Faruk, engulo seco. Olho para a bruxa.

- Posso tocar o rosto dele? - ela me olha com pesar e assente, sei que ela é parte humana, por conta dela, Ada quase morreu e quase tivemos o início de uma nova guerra entre bruxos e seres místicos, sei que ela deve se sentir responsável até hoje pelo acontecimento de quatro anos atrás. Encaro Iven. - Posso? - ele assente.

- Fique a vontade princesa. - toco seu rosto e fecho os olhos.

Vejo uma cela e vejo a parte corrompida de Iven. Seu subconciente não é algo alegre, mas sim um ambiente escuro e com uma parte dele presa. Encaro a parte corrompida e ela me encara de volta e sorri de forma demoníaca. Sinto meu corpo gelar. Ouço gritos de socorro e sei que a aura assassina dessa parte ainda vive nesse alado. Afasto minha mão e ofego. Olho para a Asa azul com penas negras e encaro ele.

- É a primeira vez que vejo um alado corrompido. - digo. Ele sorri.

- Não é algo muito agradável e nem comum. - ele diz e assinto. Sorrio.

- Não...

🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹

NEYB - Saga "Pearl" (Livro V) Onde histórias criam vida. Descubra agora