CAPÍTULO 30

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"Neyb... Estou perdida no último andar."

Digo. Olho para o senhor dos algodões doce e me aproximo dele.

- Pronto? - nego.

- Não sei voltar. - digo. - Neyb virá até aqui. - o senhor sorri com ternura.

- Não deveria andar sozinha, se perde com facilidade. - ele diz.

" Você saiu do elevador Morticia!?"

Se estou perdida no último andar, obviamente é porque eu sai não é? Que coisa óbvia. Caminho junto com o senhor do algodão.

- Quer que eu te acompanhe até a sala de controle do shopping? Assim eles te acharão facilmente. - nego.

- Neyb virá. - digo.

"Onde está? Me dê um ponto de referência."

Foco o olhar em uma loja e passo para ele. Não demora e Neyb aparece com Claude. Neyb encara o senhor do algodão.

- Desculpe o incômodo senhor. - o senhor nega.

- Ela queria um algodão. - o senhor me entrega o algodão e Neyb paga. Olho para o senhor e sorrio.

- Obrigada. - digo. Ele se afasta e Neyb tira a embalagem. Mordo e ele se dissolve na boca. - É docinho. - digo. Neyb se agarra a minha blusa e sai me puxando no meio da multidão. Entramos novamente no elevador e ele não solta minha blusa. Como o algodão e ofereço para Claude. - Quer? - ele nega.

- Fique a vontade senhorita Morticia. - sorrio. Continuo comendo. Assim que estamos no andar de baixo, Neyb me puxa. Saio do elevador quase tropeçando nas pessoas.

- Devagar. - digo e Neyb me olha de relance.

- Já é noite Morticia, ainda temos que voar para casa. Aigon já deve estar na casa de Tessa, Kate só está esperando a gente para ir para a casa dela. - ele diz e parece bravo. Caminhamos apressados para fora. - Acordamos super cedo Morticia. Ada já deve ter retornado com as crianças, já é tarde! Kate e Aigon tem uma filha! Não sei se lembra, então apresse os passos. - ele diz e termino de comer meu algodão doce. Piso sem querer no seu calcanhar, tropeço e caio no chão. Bato o palito do algodão no braço e acabo me arranhando. Me sinto angustiada novamente e um nó na garganta. Engulo seco e me levanto batendo a roupa e limpando os joelhos. Neyb está parado na minha frente. Sinto lágrimas nos olhos, não olho para cima, apenas começo a andar em frente.

Saímos do shopping em silêncio e entramos no carro. Olho pela janela as diversas luzes. O lado humano é bem iluminado a noite. Suspiro. O nó na garganta não diminui e sinto lágrimas nos olhos. Respiro fundo. Chegamos ao trabalho de Kate e desço do carro. Olho para Claude e sorrio.

- Obrigada por nos acompanhar. - digo rapidamente e entro no carro de Kate. Olho para fora e vejo Neyb devolvendo as coisas. Kate conversa com Claude. Olho para as ruas do lado humano e sinto o nó na garganta crescer. Uma lágrima furtiva desce e passo a mão no rosto.

"Pare Morticia... Não tem motivo para estar tão sentida." engulo seco e tento não me sentir triste.

A porta do carro se abre e Neyb entra do meu lado. Kate liga o automóvel e coloca música.

- Se divertiu? - ela pergunta no caminho.

- Uhum! - digo. Mantenho o rosto virado para a janela e me sinto triste. Engulo o nó na garganta e me acalmo um pouco. - Desculpe te incomodar Kate. - digo e sinto novamente o nó na garganta crescer.

- Ó não! Tenho folga amanhã porque vim trabalhar no domingo e hoje Íris foi dormir no castelo para a casa ficar livre para eu e Aigon. - ela explica. Sorrio com amargura olhando pela janela. "O único incomodado aqui é Neyb." outra lágrima desce e me sinto horrível. Era para Kate já estar em casa. Não seco as lágrimas para não demostrar que estou triste. - Gostou do filme? - Kate pergunta e fico calada, se abrir a boca agora, vou revelar meu estado, a pergunta fica no ar e assim que Kate estaciona no quintal de Tessa, ela suspira. - Ok... Vocês ficam dentro do carro, vou entrar um pouco, Aigon deve estar assistindo TV. - ela desce e ameaço abrir a porta, Neyb se curva e tira minha mão da maçaneta do carro. Não olho em sua direção.

- Desculpe ok... - ele diz e sinto-me impotente. Ele suspira. - Eu não queria te magoar, nem estragar seu dia. Fui um pouco rude. - ele diz e engulo seco.

- Você foi uma alado horrível e estragou o fim do dia. - digo com a voz trêmula. Olho em direção a ele. - Você vai continuar estragando tudo não é? - ele assente.

- Mas eu não fiz de propósito dessa vez. - ele diz e toca meu rosto. - Não queria te ver triste. Te ver feliz me faz bem. - olho para ele e sinto lágrimas nos olhos.

- Ok... - digo e encaro ele. - Então tente não me tratar como hoje. - complemento. Ele apoia a testa na minha e jogo os braços ao redor do seu pescoço. Ele me puxa para seu colo e beijo Neyb. Sentir sua boca, seu gosto e seu calor é algo que instiga. Ele me prende em seu colo e morde meu lábio. Neyb enfia a mão por baixo da minha blusa e tira o sutiã do caminho, antes que eu asimile, sua boca está em um dos meus seios. Junto as mãos em seu cabelo e ofego. Ele chupa e esfrega a língua sobre o mamilo. Puxo a cabeça dele para longe e olho para olhos violetas. - Não Neyb. - ele me olha e parece sofrer.

- Eu te quero princesa... - ele diz como uma súplica e nego.

- Preciso participar do baile antes. - ele franze o cenho.

- E daí? Basta me escolher nesse dia. - nego.

- Sou uma princesa. Não sou humana e nem do reino dos alados! Sou uma elfa! - ele fecha os olhos. Ajusto o sutiã e a blusa e ele apoia o rosto em meu decote.

- Minha. - "Droga..."

- Não Neyb. Eu não sou sua. Você não me marcou. Eu sou livre e não... Não sou obrigada a te escolher no baile. - digo e sinto lágrimas em meus olhos. Odeio ter que lidar com alados! Odeio!

Por bons motivos.

Eles sofrem demais por algo que querem. Neyb me abraça e fecho os olhos.

- Você está me matando sabia... - ele diz contra meu pescoço e assinto. Acaricio seus cabelos.

- Eu sei Neyb. - prendo a respiração. - Eu sei. - digo e saio do colo dele. Abro a porta do carro e saio. Fecho novamente e volto a respirar. Olho para o céu com poucas estrelas desse lado.

"Menos de quinze dias."

Apenas mais quatorze.

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NEYB - Saga "Pearl" (Livro V) Onde histórias criam vida. Descubra agora