Five

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Enquanto Milena nao chegava, aproveitei para subir e tomar um banho. Confesso que me sinto estranha tomando banho aqui nessa casa, dormir naquela enorme cama foi estranho e andar por aqui nesse silêncio é pior ainda.
Será que todos os meus dias são assim? Eu fico sozinha o dia inteiro? E pior, eu sou sustentada pela Carolina? Não acredito nisso, logo eu que sempre pensei em crescer e me tornar independente.

Entro no closet e escolho uma roupa simples, short, blusa de mangas curtas e calço os chinelos de vaquinhas que estavam perto da cama. So podem ser meus, até porque o outro chinelo tem estampas de um desenho que eu nunca vi na vida.
Saio do quarto e desço, chego na sala e me jogo no sofá. Me sinto como uma
agregada nessa casa, uma hospede. É muito esquisito essa sensação, porque essa casa basicamente minha. Eu moro aqui à... Não faço ideia de quantos anos, mas moro aqui. É meu lar. Meu lar.

Mas por que para mim essa casa parece apenas uma casa desconhecida? Perder a memória é uma merda sim, eu só queria lembrar de certos momentos, mas tudo é apenas um borrão na minha mente. Batuco os dedos em minhas pernas e observo em volta, tudo muito bem decorado. A sala tem uma decoração moderna, uma televisão exageradamente grande, enormes
sofás, sério, esses sofás parecem camas. Tudo muito lindo, preciso tirar um dia para conhecer minha casa.
É até engraçado pensar nisso. Vou conhecer a casa que eu moro á anos.
A campainha toca, só pode ser Milena. Levanto sorridente num pulo só e corro até a porta, a abro e..

— Puta. Merda! - Exclamo boquiaberta ao ver aquele mulherão sorridente parada na porta me olhando. Milena! O tempo a mudou bastante, mas aquela boca, é irreconhecível assim como seus olhos sorriso. Seu corpo também está mudado, se antes ela tinha um corpo maravilhoso, hoje ela tem o corpo perfeito.

— Então é verdade.. - ela comenta, porem parece talar consigo mesma. Seu sorriso diminuí um pouco e seus olhos ganham um brilho triste, eu franzo o cenho e em segundos sinto meu corpo ser puxado para frente e envolvido em braços gigantes. - Que saudade. - Milena fala contra meus cabelos, o ar quente que sai de sua boca taz cócegas em meu couro cabeludo. Me encolho contra ela, suspirando alegre por tê-la ali, é bom estar com minha melhor amiga no meio de toda essa loucura. Milena acaricia meus cabelos e beija o topo de minha cabeça, sorrio.

— Seu abraço continua o mesmo acolhedor e quentinho de sempre. - Minha voz sai um tanto abafada pelo fato de minha boca estar com a metade dela pressionada contra o vale entre os seios de Milena. Ela parece ainda mais alta agora, os peitos estão ainda maiores. Alguém deve fazer a festa nesses peitos.

— Claro que continua. - finalmente ela se afasta de mim, sorri e acaricia meu
rosto. Fecho os olhos para aproveitar o carinho. — Mas me conta - saiu
entrando sem nem ao menos pedir licença e ainda me empurra para que eu saia de sua frente. Meu queixo cai, ela continua a mesma abusada de
sempre.

— Como foi que aconteceu essa loucura toda aí? lan chegou lá em casa desesperado contando tudo, que você tinha perdido a memória, que queria bater em Carol, quase morri de tanto rir. - Tagarela ela continua também, Milena no quesito falar sem parar conseguia superar Ana. Por falar nela preciso ver minha irmã também, será que ela conseguiu crescer um pouquinho?

Respiro fundo e vou até onde ela está, me sento no sofá em frente a ela e
cruzo uma perna com a outra.
— Eu nem sei como essa coisa toda aconteceu. - dou uma pausa para
suspirar, minha cabeça está baixa. — Eu só acordei ontem de manhã
achando que ainda estava no colegial, mas na verdade eu já estou casada,
com filho e uma esposa que na minha mente eu ainda odeio profundamente.

— Gente...- seu queixo despenca, a incredulidade em seu rosto é bastante
nítida. Tenho que acostumar, pois sei que todos reagiram da mesma forma
quando me ouvirem dizer isso.

Stupid Wife - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora