9. Uma nova chance

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Os últimos três dias foram os melhores da vida de Castiel na Terra. Três dias eram apenas um grão de areia em comparação a todos os milhões de dias em que ele existia. Mas ainda assim, foram perfeitos. Ele e Dean estavam na mais absoluta harmonia depois de terem se entendido, Jack parecia feliz apenas com a ideia de ir a um parque de diversões naquela tarde e Sam parecia feliz por vê-los tão bem. Então, para Cas foram três dias que ele gostaria que durassem para sempre. Mas ele sabia que aquilo não duraria, que era apenas a calmaria antes da tempestade. Estavam a beira da guerra eminente. E se sentir feliz assim lhe dava medo, ele ficava se perguntando quando aquilo acabaria.

_ Eileen está num caso de Poltergeist em Wichita_ Sam disse, olhando para a tela do celular_ Sinto falta dela...

Ele e Cas estavam reunidos à mesa da cozinha, enquanto Dean fazia panquecas e cantarolava alguma música do Metallica no fogão. Dean parecia feliz, Sam pensou. Não animado, não empolgado, mas realmente feliz. O que era estranho. Sam não se lembrava de ter visto seu irmão assim antes. Tipo, nunca. E Dean cantarolando enquanto cozinhava? Essa era uma novidade. Mas ele estava assim nos últimos dias e Sam se perguntou o motivo.

_ Talvez devessem tirar um tempo pra vocês dois_ Dean sugeriu do fogão.

_ Parece uma boa ideia_ Cas falou.

_ Não. Nós combinamos que quando tudo isso se resolver, a gente vai se ver.

_ Se eu fosse você não esperaria muito, Sammy_ Dean falou_ Não sabemos quando isso vai se resolver, nem se realmente vai. Então, vai fundo.

Sam encarou a parte de trás da cabeça de Dean. Ok, aquilo era estranho. Não que Dean não o incentivasse a ser feliz, mas a maneira como ele falava aquilo, era quase como se ele tivesse esperança, e o Dean que ele conhecia e amava raramente tinha esperança.

_ Dean está certo. Você merece a felicidade e devia ir em busca dela.

_ Eu sei, Cas. Mas não quero precipitar nada... Além do mais, ela está assustada com tudo que tem acontecido. Eileen é uma caçadora, mas ela não precisa estar no meio da nossa bagunça.

_ Bom, se ela quer ficar com você, ela não tem escolha_ Dean falou e virou uma panqueca no ar, que caiu de volta perfeitamente na frigideira.

Nesse momento Cas se virou com um sorriso para Dean e foi aí que Sam viu. Uma mancha meio roxa no pescoço do anjo que Sam conhecia muito bem. Era um chupão enorme. Sam franziu a testa para o pescoço do amigo, porque aquilo era um pouco estranho. Cas já não via Henry há uns dias e se não foi ele... Então Dean fez um barulho de guitarra com a boca e parecia mais animado do que nunca. Sam olhou de Dean para o pescoço de Cas e do pescoço de Cas para Dean, e arregalou os olhos. Não, será que...?

_ Bom dia_ Jack disse entrando na cozinha. Ele se sentou ao lado de Cas e antes que Sam pudesse digerir sua desconfiança, o garoto perguntou olhando para o anjo_ O que é isso no seu pescoço?

Cas levou a mão ao pescoço na mesma hora e Dean se virou para eles com um olhar assustado. E se Sam antes tinha alguma dúvida, agora não tinha mais.

_ Foi... um mosquito_ o anjo disse ainda com a mão no pescoço.

_ Um mosquito enorme_ Sam adicionou com sarcasmo, enfiando uma colher cheia de cereal na boca e evitando olhar para Cas e Dean.

_ Não sabia que tinham mosquitos no Bunker_ Jack franziu a testa.

_ Pois é, mas tem_ Dean falou se virando novamente para o fogão.

Ele não estava mais cantarolando e pareceu ficar um pouco tenso enquanto acabava as panquecas. Jack olhava meio confuso entre os três pais, mas depois decidiu que o que quer que os tivesse deixado sérios de repente, ele não queria saber. Estava animado demais pensando no parque mais tarde para pensar em outra coisa.

Bem-Vindos ao FimOnde histórias criam vida. Descubra agora