Cap XI

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"Voltei com mais um capítulo, no momento que estou postando não tem muitas visualizações, mas quando você aparecer mesmo que não agora seja bem vindo e espero que goste

>capitulo não betado pode ter erros e posso editar no futuro<


~boa leitura"



               O som de metal quando uma lâmina chocava com a outra o acalmava, parecia ecoar por suas mãos, passando por seus braços e com uma vibração que deixava seu corpo se sentindo confortável. Aquela frase podia ser bastante estranha, afinal armas não era algo que remetia a calma, de forma alguma, e nos dias de hoje quando armas de fogo pareciam imperar destruindo a distância e muitas das vezes sem ao menos ver o rosto do oponente coisas como espadas se tornava ainda mais bizarras e até temidas como uma forma primitiva e cruel de matar. Não para SeungCheol, amava esse tipo de batalha, aquelas que, para que alguém matasse, precisava estar frente a frente com a outra pessoa e com sua própria consciência. Muito diferente e justo em comparação com as guerras de hoje onde um simples controle de videogame pode destruir uma cidade inteira como se fosse um simples jogo e aquelas vidas não passassem de figurantes. Se alguém o perguntasse diria que achava isso trapaça e errado. Não que fosse uma pessoa velha o bastante para ter lutado em guerras de espadas, mas sempre fora um entusiasta e precisava dizer que foi bom poder aprender. Deixou seu pai feliz ao se interessar por esse tipo de coisa, o que foi bom naquele tempo, mas não demorou a perceber que apesar de gostar dos treinos não gostava da ação real, podia achar justa as lutas até a morte com espadas, mas de forma alguma gostava de executar aquela tarefa. Infelizmente ainda hoje precisava deixar de lado sua opinião com uma pistola no trabalho da polícia e com a espada ou até mesmo com as próprias mãos no restante.

               Ainda agora se sentia bem trocando golpes de espadas com seus amigos, naquele momento com Chan. O barulho ecoando pela sala vazia, os músculos trabalhando a cada golpe, o corpo se movendo por instinto evitando os ataques do mais novo, atacando de volta, tudo isso o ajudava a limpar a mente dos acontecimentos dos últimos dias podendo assim os organizar melhor no futuro. Se afastou rapidamente depois de um golpe que, precisava admitir, haviam sido muito bons. Chan que parecia orgulhoso. Sorriu, os pés descalços deslizaram facilmente pelo tatame enquanto caminhavam lentamente em círculo se encarando como dois animais procurando a melhor forma de se atacarem.

               O mais novo era bom, até demais e gostava de se sentir útil, isso o fazia se esforçar duas vezes em tudo que fazia, além do fato de sempre querer se provar para os mais velhos. SeungCheol achava essa última parte perigosa, ele próprio havia tentado por anos se provar para seu pai e com isso só colecionou coisas ruins e arrependimentos dos quais nunca se livraria.

               Seu caminho com o pai começou na própria família, na própria fazenda, o pequeno vilarejo onde viviam e então o próximo e próximo, a ganância de Choi SeungWoong parecia nunca ser saciada. Sempre respondendo com violência e ferocidade a cada oposição a sua ideia de que agora pertencia a uma espécie superior aqueles "vermes humanos" que desprezava ainda nos dias de hoje, sim, seu pai parecia muito com um desses clássicos vilões de filme com um ego gigantesco. Falando em filmes ainda suspeitava que a mídia sabia mais do que revelava sobre o que acontecia com o mundo, aqueles filmes, livros e séries todas sobre imortais de diferentes formas parecia muita coincidência para ser apenas ficção.

               Sua mente volta a uma noite a décadas atrás.

               Aquela era apenas mais uma noite, depois de apenas mais um saque e mais coisas ruins das quais os homens de seu pai se gabava e festejavam em volta de uma fogueira. As paredes da caverna onde se refugiavam e onde passariam aquela noite se escondendo do sol era tomada por figuras agitadas e grotescas que pulavam e dançavam ao redor das chamas. SeungCheol se afastou do bando, deixando a segurança da caverna e embrenhando entre as árvores até a beira de um riacho que passava por ali. Ajoelhado na margem colocou sua espada dentro da água que se tornou vermelha até que a lâmina tivesse limpa novamente. Sentiu sobre os ombros o peso daquelas vidas. Parecia outro dia mesmo que estava na fazenda de sua família limpando currais, ajudando o irmão a cuidar dos animais e arrancando da terra a colheita que os alimentaria pelo próximo ano e agora estava ali com um bando de selvagens que só pensava em ouro e sangue.

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