Onde Namjoon decide expor suas anotações e rascunhos para um livro autobiográfico.
"(...) E é essa bagunça de hormônios, sonhos, aspirações, feridas, cicatrizes e amadurecimento que vocês encontrarão nos capítulos que virão. Á partir daqui, meu caro...
"I won't let these little things slip out of my mouth But if it's true, it's you They add up to I'm in love with you, And all these little things"
Little Things - One Direction
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Querido futuro,
Podemos falar sobre a Núbia? Pode sentar aqui comigo e apenas me ouvir? Eu necessito falar, de verdade, preciso muito falar sobre ela, antes que eu exploda. Falta menos de um mês pra Bia-noona completar 15 anos, e ainda não sei o que lhe dar de presente. Se eu der um beijo, as coisas ficarão estranhas entre nós? Hyung, me diga, nós a beijamos?
Bem, não consigo recordar o instante exato em que nos conhecemos, pra mim, Bia-ah sempre esteve aqui, em todas as minhas memórias de infância, sejam em fotografias de classe e aniversários, ou em imagens que se projetam em minha cabeça, queimando a retina quando deito no travesseiro e fecho os olhos antes de adormecer, sabe, naquele instante em que nossa mente relaxa, aquele momento entre o dormir e o permanecer acordado.
Consigo lembrar do primeiro dia no primário - ou foi na pré-escola? -, em que nós ficamos lado a lado na fila que costumávamos formar no pátio externo, antes de entrarmos com a professora pra sala de aula. Auspiciosamente, Kim é um sobrenome muito comum em nosso país, e foi uma das primeiras coisas que notamos ter em comum, e cujo qual adorávamos "compartilhar".
Professora Hong gostava de adotar o sistema de sobrenomes e, por esse motivo, sempre acabávamos juntos na maioria das atividades que fazíamos. Mas, acho que essa não foi a razão de nos tornarmos amigos tão facilmente. Nossas mães sempre se cumprimentavam quando se viam no mercado, morávamos a menos de uma quadra de distância e frequentávamos os mesmos lugares sempre, mas ainda não é isso... não sinto que seja.
Nós gostávamos de brincar na lama juntos, tia Kim ficava puta toda vez que saia pra nos vigiar no quintal, e Bia havia sujado seu vestidinho outonal. Apesar de ser uma garota e ter lá seus caprichos, ela não era do tipo delicada, não tinha medo de brincar com os garotos na hora do recreio escolar, e tinha uma coleção de carrinhos muito bacana, na verdade, acho que ela ainda deve ter um ou dois de seu arsenal.
Ano passado, a noona começou a usar maquiagem pra sair, não entendi muito bem o objetivo, mas eu gostei da mudança. Ela passou a se mover de um jeito diferente, seu corpo estava mudando e eu não tava preparado pra isso. Quando deitamos pra assistir anime em seu quarto, notei que haviam pôsteres do Tom Cruise e John Travolta grudados nas paredes, até o infeliz do Di Caprio tava por lá.
A coisa ficou realmente estranha, quando ela deitou de costas no tapete, as pernas apoiadas no acolchoado da poltrona florida e as mãos largadas ao lado do corpo. Veja, isso era algo comum, era uma cena a qual estava habituado, porém, quando deixei que meu olhar a estudasse mais demoradamente naquele verão, eles foram imediatamente até suas coxas à mostra, pelo tecido da saia plissada ter escorregado levemente no movimento de erguer as pernas. A blusa de alcinhas que Bia usava deixava uma grande quantidade de seu colo a mostra e, pela posição em que estava, estirada no tapete, seus seios elevavam-se querendo sair pelo decote. Tentei desviar, e focar em outra coisa, minha barriga estava dando voltas, então, subi um pouco mais o olhar e, porra, aquela parte de pele exposta, me fez sentir uma vontade imensa de fazer xixi, eu estava apertado, mas não havia sequer terminado de tomar o suco que tia Kim nos levou aquela tarde.