98| Aqueles em que desenhei constelações.

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"Front pages are your pictures

They make you look so small

How could someone not miss you at all?"

Diana – One Direction

Diana – One Direction

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Querido Namjoon,

Olá, sou eu de novo.

Já faz algum tempo que não te escrevo, e nem sei ao certo se falo com o meu eu de ontem, o meu eu de hoje, o meu eu de amanhã¹... Mas, de qualquer forma, eles todos, sem exceções, continuam sendo eu¹, e disso não posso – e nem quero –, fugir. Nós estamos aprendendo a viver bem e em comum acordo.

Ainda penso em contar sobre minha vida, e todas as lições que aprendi até então, contudo, desde que vovó faleceu e eu me vi sem escolha, a não ser desistir da bolsa na Universidade de Oxford, não achei que as coisas que aconteceram depois foram interessantes o suficiente pra que eu viesse a discorrer um dos meus monólogos.

Evidentemente, percebi que estava enganado. Se me afastar um pouco do papel, consigo traçar linhas de uma anotação a outra e, quando juntas, formam desenhos bonitos. Meus erros e dores, cujos quais pensei não passarem de cicatrizes, podem tornar-se estrelas, e nelas, ainda sou capaz de enxergar constelações.

Não são nenhuma supernova, mas, talvez mereçam um pequeno espaço no nosso mapa estelar. Pequenas coisas tornam-se grandes em algum momento, não é assim que a vida é suposta a funcionar?

Vovó me ensinou o valor do trabalho duro, da dedicação, da busca pelo que te faz feliz e, por muito tempo, achei que quando o ensino médio acabasse, eu logo entraria pra alguma universidade, estudaria durante um par de anos, faria um estágio, me formaria e trabalharia com o que gosto, pelo resto da minha vida. Entretanto, certas coisas não são tão simples quanto parecem ser aos quatorze anos, quando achamos que a fase mais complicada pela qual vamos passar, é a puberdade.

Vida adulta é muito mais que fazer o que queremos, é fazer o que precisa ser feito, e, na grande e esmagadora maioria das vezes, dói!

Quando estava no fundamental, a professora nos pediu pra que montássemos um plano cronológico pra, pelo menos, dali dez anos. Me lembro de estar focado em cumprir todas as minhas metas até os vinte e quatro anos, porque, somente assim, teria material suficiente pra publicar um livro interessante, cheio de autoconhecimento e verdade, no ano seguinte. Mas, tudo o que tenho até agora, aos 22, são esboços cheios de questões sem resolução.

Namjoon, quem poderia ter vivido o bastante aos vinte e cinco anos, pra que publique uma autobiografia?

Tudo bem, tudo bem, ainda podemos juntar todos aqueles nossos textinhos autorais bonitinhos, que escrevemos em dedicação às nossas atrizes e cantoras favoritas, e começar daí. E, por esse motivo, nunca paramos de escrever, mesmo nos dias mais duros, naqueles em que achamos que segurar uma caneta era algo pesado demais, e que datilografar ou passar um par de horas em frente à tela de um computador, geraria uma dor de cabeça enorme. Porque, nós sonhamos Namjoon-ah, e como disse: tudo que é pequeno, pode vir a ser grande um dia.

Anos IncríveisOnde histórias criam vida. Descubra agora