Anne Shirley e Gilbert Blythe são vizinhos desde que se entendem por gente. Sempre estudaram na mesma escola, frequentaram os mesmos círculos sociais..
E possuíam um terrível ódio um pelo outro.
Após mais uma confusão na escola ambos são obrigados...
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Sentar com Gilbert me irritava, respirar perto dele me irritava, o ódio que eu sentia quando nossos cotovelos se esbarravam era surreal.
Era extremamente difícil focar em qualquer coisa relacionada a aula quando se sentia tanto ódio.
O dia passou de forma lenta, ouvi gracinhas durante o intervalo e ouvi Diana rir e debochar sobre a minha situação para 5 minutos depois sumir pra encontrar o Jerry.
Jerry e Diana namoram a um ano mas simplesmente não se assumiam. Quando o último sinal tocou eu estava aliviada pois finalmente ia me livrar d..
— Vá pro carro e me espere lá, tenho que resolver uma coisa, mas já te encontro para irmos pra casa. — Eu me esqueci desse detalhe, como se não bastasse passar o dia grudada em Gilbert teria de voltar com ele.
— O que? Eu quero ir pra casa, não vou ficar que nem uma idiota esperando você do lado de fora do carro. — O mesmo tirou a chave de seu carro do bolso colocando na minha mão — Olha aqui seu..
Ele já tinha virado as costas e ido em bora. Ótimo, como se o dia não pudesse ficar pior.
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Esperei por longos vinte minutos até que vi Gilbert vindo na direção do carro, atrás dele vinha Ruby Gillis, eu a conhecia, mas não falava com ela. Seu cabelo se encontrava desengrenhado e ao se aproximarem mais pode ver marcas do batom de Ruby na camiseta branca de Gilbert.
A loira me viu e torceu o nariz em desgosto, bem ela não era a única, Gilbert entrou no carro e Ruby ficou meio sem jeito pois ao que parece, ela não estava acostumada ao banco de trás.
— Não sabia que ia dar carona pra Anne, Gilbert— ela parecia tentar controlar a sua irritação.
— É, ela é meio que minha responsabilidade agora— ele sorriu em deboche e olhou pra mim.
— Eu não sou sua responsabilidade, Blythe. Por mim jamais entraria em um carro com você — A expressão da loira se suavizou.
É engraçado como ela realmente acha mesmo que eu estou de livre e espontânea vontade tentando ficar entre ela e Gilbert Blythe. É engraçado a forma como a maioria das pessoas acha que o mundo gira ao seu redor, com níveis de narcisismo similares esses dois se merecem.
O Caminho foi silencioso, Gilbert deixou Ruby em casa primeiro, se despedindo dela com um beijo, o beijo mais irritante e nojento da face da terra e isso foi a gota d'água.
Esperei Ruby fechar apenas a porta de casa e então explodi, aparentemente hoje era o meu dia de tomar decisões idiotas.
— Qual é o seu problema, Blythe? Acha que eu não tenho nada melhor pra fazer do que ficar esperando você terminar de dar uns amassos em Ruby Gillis?
— O que foi Shirley? Está com ciúmes? Eu sempre imaginei que todo esse ódio fosse amor reprimido.
Tive que rir. Amor reprimido? Por Gilbert? Ah me poupe prefiro me apaixonar por um sapo, um sapo ainda seria muito fácil, prefiro amar uma barata do que voltar a me apaixonar por Gilbert Blythe
— Nem em seus sonhos eu seria apaixonada por você, Gilbert, prefiro beijar um sapo a ter seus lábios nos meus — num estante o carro foi parando e se aproximando a beira da estrada. — O que diabos pensa que está fazendo?
— Prefere beijar um sapo, hm? — o mesmo soltou seu cinto de segurança enquanto eu analisava cada movimento seu atentamente— Pois eu acho, Anne Shirley cuthbert, que em todos os seus sonhos você sonha em ser beijada por mim — ele virou seu corpo e aproximou seu rosto do meu — Eu acho, Anne, que toda a noite você sonha em ser tocada por mim.
Suas mãos vaguearam do meu rosto ao pescoço e por segundos agonizantes meu ar sumiu e de alguma forma, as palavras e o toque de Gilbert Blythe tinham me calado, seus lábios se aproximaram dos meus e quando estavam quase tocando os meus, levando junto ao beijo todos os meus princípios, uma imagem de Gilbert beijando Ruby me atingiu, empurrei o mesmo de forma bruta.
— E Eu acho, Gilbert Blythe, que você só pode estar louco
Tentava controlar as teimosas batidas frenéticas do meu coração, ser beijada por ele? Retiro o que disse sobre Ruby, um beijo meu e de Gilbert Blythe seria o beijo mais nojento da face da terra.
