Capítulo 10 - Reencontro e Descobertas

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          Aquela foi a melhor surpresa de aniversário que eu poderia receber

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Aquela foi a melhor surpresa de aniversário que eu poderia receber. Quase não acreditei quando o vi ali, não poderia jamais imaginar que os donos da empresa fossem os tios de Sávio, apesar do mesmo sobrenome. Eu sabia que estava com saudades, mas vê-lo ali me mostrou a dimensão do sentimento que eu tinha por ele.

Quando ele chegou trouxe consigo meu sorriso de volta. Pude, no meu aniversário, comemorar com alegria junto aos meus amigos, ele se entrosou rapidinho, era muito sociável. Brincamos, dançamos e claro que dei a ele o primeiro pedaço de meu bolo. A festa foi muito divertida, mas eu estava querendo mesmo era ir embora, queria o Sávio só para mim. Ele, percebendo isso, perguntou se eu queria ir, usando como desculpa a viagem, que era relativamente longa e que eu ainda ia pegar minha mala em casa.

- Pessoal, vou ter que ir. Ainda temos muito chão para Natal. - Falei.

- E amanhã tenho um evento muito grande para cuidar. É nos fins de semana que está minha maior carga de trabalho... - Completou Sávio

Quando fui me despedir de Tati, ela me disse que eu tinha muito tempo com o apartamento livre, pois dali ela ia sair com Danilo. Adorei saber disso, e agradeci. Sávio abraçou e beijou os tios, prometendo voltar com mais tempo, desta vez no meio da semana, quando o trabalho dava uma folga para ele.

Fomos ao meu apartamento pegar a mala que eu já tinha preparado para viajar. Tudo que eu queria era agarrá-lo, mas preferimos deixar a "diversão" para depois da viagem, pois teríamos que dirigir, fazer amor agora iria dar sono, isso poderia nos atrapalhar na estrada e eu estava louca para chegar em Natal.

Quando já estávamos no caminho ele me contou como os tios souberam sobre nós, como combinou a vinda para meu aniversário, da saudade que sentiu, de como tudo entre nós era novo para ele.

- Era por causa de saudades de mim que você estava estranha no trabalho, toda triste?

- Seus tios te disseram isto? Era, sim. Aliás, mundinho pequeno esse...

- Verdade. Eu já tinha te falado que alguns parentes meus eram da sua área, mas não podia nunca imaginar isto. Recife é muito grande... Disseram que eu não tratasse você como as moças de lá de Natal, que você era especial para eles, que se sentem ainda mais responsáveis por você agora, que seus pais vão embora para Portugal. Você não vai, não é? Por favor, diz que não.

- Não vou. Preciso terminar meu curso... Não gosto de coisas inacabadas.

- Tem vontade de ir depois?

- Eu disse a meus pais que iria, toda nossa família é de lá. Mas sempre fui desbravadora, Sávio, talvez eu construa meu futuro aqui, mesmo longe da família. Eu só posso tomar uma decisão quando me formar. Meu coração é quem vai me dizer o que é melhor para mim na época que eu tiver que decidir.

- Lu, eu pedi uma coisa a tio Ernesto e nem falei com você. Perguntei se era possível você participar do treinamento da semana que vem em Natal, já que é por videoconferência. Não sei se você vai querer, mas aventei a possibilidade, caso você aceite. Caso não queira, é só voltar...

- Sério? Quero muito!!!! O que ele disse?

- Que ia falar com tio George.

- Pera...

Mandei uma mensagem de WhatsApp para o chefe, onde só tinha escrito "Por favor... Por favor... Por favor... Deixa!"

E ele deixou.

Já começava a programar o horário, a ideia de passar nove dias inteiros ao lado do Sávio enchia meu coração de alegria. Alternamos no volante para não ficar muito cansativo para ele e eu amava dirigir, principalmente uma máquina dessas, grande e com motor possante. Conversamos sobre muita coisa naquela viagem, principalmente sobre sentimentos e sobre as descobertas que cada um fez durante estes dias de afastamento, e eu comecei.

- Descobri que eu devo sempre confiar no que sinto, que só devo fazer o que acho certo e que me satisfaz. Também que só se deve fazer amor quando existe tesão, não se pode forçar isto. Sexo e amor são coisas diferentes, mas quando vêm juntas é nitroglicerina pura. Nossa primeira vez foi espetacular, mas as que vieram depois foram muito melhores. Na primeira era pele, nas outras era pele e emoção, eu estava envolvida por você, por nossa convivência, por menor que fosse. Acho que exatamente por isto a saudade doeu tanto e a distância me maltratou.

- Concordo, Lu.

- Tomei consciência também que aprendemos muito com os erros. Sexo com Danilo foi um erro, mas que me conduziu até você e a tudo que estou vivendo hoje. Meu radar para boas pessoas estava funcionando perfeitamente. Sempre fui ousada, mas me entregar e dividir o mesmo teto que você no dia que te conheci extrapolou tudo que eu já havia feito antes. Hoje sei que se apaixonar não tem a ver com tempo. Sei que muitas coisas tem que ser ajustadas, costumes, manias, gostos. Mas o principal - o sentimento - está instalado, forte e imperioso em meu coração.

Depois que terminei de falar tudo isso, foi a vez do Sávio.

- Eu descobri que não adianta querer ditar como as coisas acontecerão, fazer planos em relação a emoções, são elas que mandam em nós. Eu nunca quis namorar porque não tinha sentimento para isso, ele nunca existiu até você aparecer, até eu te encontrar. Você chegou, confiou em mim sem nunca ter me visto, sem interesses, sem artimanhas, tão corajosa e atraente... Você conseguiu, sem nem fazer esforço, o que muitas tentaram em vão. Eu achava que era feliz me divertindo, mas você deixou minha vida incompleta quando foi embora naquele ônibus. Eu não conhecia este tipo de gostar... Até você chegar.

Eu estava boba com tudo que ouvi. Percebi que conversamos sobre tantas coisas, durante as quase quatro horas de viagem, que assunto não faltava entre nós. Falei sobre coisas que tratamos superficialmente por falta de tempo, no fim de semana que passamos juntos, e ouvi muita coisa dele também. Alguns alertas que ele quis fazer sobre assédio, sobre gracinhas que eu poderia ouvir das suas ex-ficantes, mas disse que estava só comentando mesmo, porque sabia de minha estrutura emocional para lidar com isso.

Quando chegamos em seu prédio e Sávio parou o carro no estacionamento, olhou em meus olhos e disse " A resposta é sim".

- Resposta de quê, Sávio?

- Da pergunta que o jornal fez. Meu coração tem dona, Lu. Você.

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