Capítulo 9 - Deixando a vida me levar

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          Levantei disposto a continuar minha vida como ela sempre foi, mas sabia que nunca mais ia ser do mesmo jeito

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          Levantei disposto a continuar minha vida como ela sempre foi, mas sabia que nunca mais ia ser do mesmo jeito. Nunca fui um cara inseguro e as coisas que estavam passando pela minha cabeça estavam tirando minha paz. Fico pensando se Lu resolveu aproveitar o fim de semana para me acompanhar e agir comigo como eu fazia em relação às minhas inúmeras parceiras. Eu soube porque ela tinha se envolvido comigo no mesmo dia, o que a incentivou a se relacionar comigo, ela foi bastante sincera em relação a isto, como eu também sempre fui. Eu agora estava experimentando o outro lado... E não estava gostando. Não basta você dizer que não namora. A outra pessoa pode entender e aceitar, e mesmo assim ficar uma expectativa de que as coisas mudem. E era isso o que eu queria agora. Eu não queria mais do mesmo, eu queria o diferente.

          Fiquei um bom tempo olhando o jornal de fofocas que circulava na capital, nele tinha uma foto nossa, testa com testa, boca na boca, olhando nos olhos. Foto fofinha, como o povo gosta. E a pergunta era se meu coração tinha, finalmente, uma dona. Eu já sabia essa resposta... Mas se era para sempre, um conto de fadas, até que a morte nos separe... Não sei. Só o tempo diria, mas hoje não posso abrir mão dela. Ela chegou para ficar, com sua presença poderosa. Ela ocupou os espaços vazios que eu nem sabia que tinha, e não podia sair de minha vida assim.

          Ficamos vários dias depois que ela foi embora nos comunicando via celular e eu imaginando se a correria estava grande mesmo ou ela estava esfriando comigo. Eu não podia deixar isto acontecer. Será que ela estava se acostumando a ficar sem mim? Será que não ficou tão impactada quanto eu e está querendo deixar as coisas como estão? Até sugeri que ela viesse a Natal no próximo fim de semana e ela declinou, por causa dos estudos. Justificável, mas minha carência dela estava me torturando e enchendo minha cabeça de hipóteses que eu não podia aceitar. Eu nunca passei por isto e não sabia como agir. Eu precisava de ajuda, e ela surgiu da maneira mais improvável possível...

          Minha irmã viu a foto e mandou para meu tio Ernesto, um dos irmãos de mamãe com quem morei quando fazia faculdade. No mesmo dia que recebeu, ele ligou para mim. E me pediu para responder à pergunta que o tabloide fazia, ele queria saber. Ele sempre torceu para que eu tivesse alguém comigo, achava que a idade de galinhagem tinha passado. 

          — Tô ferrado, tio. Essa chegou marcando território, nem se esforçou para isso, simplesmente foi ela mesma, e estou aqui perdidinho, com saudades dela e não sei o que fazer.

          — Luísa não é dessas moças que você transa por aí e larga, não, está ouvindo?

          — Peraí, tio... Você conhece? Não tem o nome dela na reportagem... — Perguntei assustado.

          — Conheço, sim, Sávio, eu a vejo todo santo dia, há dois anos. Ela trabalha aqui conosco, é uma de nossas melhores funcionárias. Seu tio George também ficou preocupado, mostrei a reportagem a ele. Depois que vi aquela foto no jornal foi que descobri porque ela está tão diferente desde que chegou de viagem...

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