Capítulo 1 - O começo de minha história.

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Antes do começo...

Capa by @BrunoJovovich . Obrigada, meu lindo!

Dedico este conto a todos que me incentivaram a escrever algo com mais de um capítulo.

          Comecei a trabalhar muito cedo, com dezessete anos já estava no segundo estágio de meu curso técnico de edificações

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          Comecei a trabalhar muito cedo, com dezessete anos já estava no segundo estágio de meu curso técnico de edificações. O primeiro demorou tão pouco tempo que nem merece mencionar, pois eu não tinha estudado tantas matérias técnicas para ficar arquivando documentos, pedi logo para sair. Sim, eles se aproveitavam de mão de obra barata - leia-se "remuneração de estagiário" - para fazer serviço administrativo, enquanto não surgia a merecida vaga no departamento técnico. Mas isso não me traria experiência nem realização profissional, e senti que estava perdendo tempo sem atuar em minha área, que eu amava. Para completar, o chefe era bruto e mal educado, então não havia nada de interessante que me prendesse ali e fui tentar vaga em outro lugar.

          Em pouco tempo passei no teste de uma grande empresa, que era uma construtora conhecida e respeitada pela qualidade de suas obras, a Ximenes2 Engenharia. Aquele trabalho era bom, eu aplicava os conhecimentos adquiridos no Instituto Técnico onde estudei e estava bem feliz, aprendendo na prática muitas coisas que eu só tinha estudado na teoria. Estava crescendo como profissional, tinha colegas muito competentes e, sociável como sou, fiz rapidamente amizade com muitos. Sentia-me em casa ali, às vezes me pegava com saudades quando era fim de semana, é muito bom trabalhar fazendo o que se gosta. A equipe era boa e o volume de trabalho era grande, mas o dia passava rápido porque tínhamos um ambiente leve e descontraído.

          Uma das principais dificuldades de uma mulher em um canteiro de obras é lidar com o preconceito ligado ao "isto é trabalho de homem" e, além disso, fugir do assédio masculino, principalmente devido à minha compleição física, aparentemente frágil. Sim, eu sou mulher, meu nome é Luísa Borges, tenho 18 anos e estou iniciando meu curso de Engenharia Civil. Terminados os seis meses de estágio, fui efetivada pela empresa e minha vida estava se encaminhando muito bem, do jeitinho que eu havia planejado. Ainda bem que o trabalho era próximo à faculdade, e eu tinha uma hora de intervalo entre o fim do serviço e o começo das aulas, o que me proporcionava tempo para comer e relaxar um pouco.

          Para completar o ciclo de mudanças, além de minha contratação e o iminente início da faculdade, havia chegado à empresa um novato recém-formado para integrar a equipe de engenheiros, o Danilo Fontana. Ele era aluno destaque em sua turma e muito bem recomendado pelos professores da Universidade Federal, foi lá que os donos da empresa resolveram garimpar novos talentos. Seu trabalho de conclusão de curso versava sobre novas técnicas e tecnologias aplicadas na construção, que permitiam ganhar qualidade e rapidez na obra. Isso era um diferencial que daria larga vantagem em relação aos concorrentes. Não bastava ser líder de mercado, minha empresa queria estar um passo à frente, sempre. Para isto, era bem-vindo alguém com a visão futurista, que buscava por inovações e estudava frequentemente, mantendo-se atualizado e atento a novas tendências. Mas não foi por este motivo que ele chamou minha atenção. Era alto, forte e usava o cabelo meio comprido. Como se isso já não fosse o suficiente, ainda esbanjava simpatia.

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