Capítulo 9

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Pansy Parkinson

2 meses depois.

O sol que entrava pela janela começava a esquentar meu rosto. Abri os olhos rapidamente, fechando logo em seguida. Soltei um suspiro preguiçoso e me aconcheguei mais a meu corpo cansada. Senti mãos quentes apertando mais minha barriga e sorri.

– Precisamos acordar.- Eu disse, mas não havia seriedade em minha voz.

– Quem disse?- Hermione respondeu, seu rosto se afundou mais ao meu pescoço e me fez cócegas. – Eu só preciso acordar para comer ou ir ao banheiro.- Ela argumentou. – E no momento eu não quero nenhum dos dois.- Encerrou a fala, me apertando mais para si.

Hermione e eu a algum tempo havíamos chegado nesse estado. Não sei dizer o dia ao certo, começou com um dia aqui, outro ali. Ela ia na minha casa, eu ia na dela. Saiamos juntas pelo mundo trouxa um dia, no outro passávamos ele inteiro agarradas na cama. Foi tudo muito natural.

Ainda tínhamos nossos receios, é claro. Nunca éramos vistas juntas, insistência de Hermione para não me causar ‘problemas’, nenhum de nossos amigos tirando George e Gina sabiam. Acho que Draco teria um infarto precoce caso me visse saindo com a ex melhor amiga de seu namorado, aquele que havia arrumado uma guerra com Hermione.

Em mais de três meses o moreno ainda não havia dado o braço a torcer. Hermione era paciente, apesar de não aceitar ser maltratada. Eles mantinham a boa convivência em nome da família de coração, porém não haviam evoluído em nada.

– Eu tenho turno hoje Mione, e pretendo não sair correndo cheia de maquiagem do dia anterior como na semana passada.- Eu alfinetei ao relembrar da ultima vez que Hermione havia me convencido a ficar na cama.

– Pois então falte.- Ela respondeu, como se fosse algo simples. – Tem tantas horas extras acumuladas que ninguém poderia julgar. – Podemos ficar aqui até cansar, depois decidimos o que fazer.

Aquilo era tentador, tal como tudo que Hermione me sugeria. Aprender a dizer “não” para ela foi complicado, várias e várias falhas até que eu começasse a conseguir. Ainda sim haviam truques, toques e olhares que me convenciam. As vezes o som de sua voz conseguia ser tão hipnotizante que me deixava a seu mercê.

– Não tente me manipular, Granger.- Eu respondi fingindo estar irritada, porém ela riu. – Ande, se levante e faça um café para mim.- Pedi manhosa. Hermione era melhor que eu cozinhando e, por esse motivo, eu preferia sempre dormir na sua casa em nossos encontros. Caso eu estivesse na minha, seria minha responsabilidade o café da manhã. 

Hermione se esticou na cama manhosa, o braço abaixo de mim se estendendo. Já mais acostumada com a visão, passei suavemente o dedo pela pele marcada com uma ofensa, as flores surgiram para mim me fazendo sorrir.

–Aparentemente alguém aprendeu a amar certa marca, não é?- A voz de Hermione estava em meu ouvido, me ascendendo. Sorri mesmo sem olha-la, estava entretida analisando pela centésima vez suas flores.

– São tão lindas.- Eu divaguei, muitas delas eram de países que eu nem se quer conhecia, lugares que só Hermione tinha ido.

– Um dia levarei você em algum país que eu ainda não fui, e você poderá fazer uma se quiser. – Ela propôs.

Eu e Hermione não costumávamos fazer isso. Promessas. Acho que era uma tentativa de não sair da realidade que nos cabia, um romance secreto e duas pessoas que ninguém se quer sabia que se encontravam. Não planejávamos nada, raramente nossos encontros haviam um preparo anterior. Nós simplesmente vivíamos o momento, como ela gostava de dizer.

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