Capítulo 11

33 5 11
                                    

— Ei, vocês dois, vamos dançar! - Samuel chegou falando alto para Anna e Caíque, a mulher levou um susto e o loiro chegou a dar um passo para trás. Estavam tão entretidos na própria conversa que nem perceberam quando todos os amigos retornaram para a mesa, somente quando Samuca os chamou.

Ale puxou Anna e esta sorriu sem graça, não fazia ideia de quanto tempo estava conversando com Caíque. Sabia apenas que o papo era bom e fluía agradavelmente.

— O Be é tão fofo... - Uma Alessandra mais animada que o normal disse sorridente para a jornalista. Nem parecia a mesma pessoa um pouco emburrada de quando Anna saiu para dançar com um homem.

— Hum... Você e ele? - Anna apontou com o dedo indicador de uma lado para o outro.

— O que? Não, não. Ele me vê só como amiga. - Ela respondeu com o olhar triste.

— Ah, você nem sabe. Talvez ele também queira você.

— Sim, só nos meus sonhos que ele tira meu vestido e diz que me quer para ele e... - Falava Ale perdida em pensamentos.

— OK, OK, eu entendi. - Anna riu e cortou a loira antes que alguém ouvisse e ficasse ainda mais constrangedor. - Dê uma chance à dúvida. Mas agora, vamos dançar.

O resto da noite e madrugada passaram rapidamente. Os seis jovens nem perceberam a hora transcorrer, enquanto dançavam ao redor da mesa em que estavam.

Em alguns momentos, mais do que Anna gostaria de admitir, os olhos dela e de Caíque pareciam se procurar. Quando se encontravam, às vezes ela sorria sem graça. Outras, ela desviava o olhar. Mas sempre a jovem o encontrava com um olhar profundo, como que em um desafio que Anna ainda estava temerosa à aceitar jogar.

Por volta das duas horas da manhã, Manu e Marcos disseram que estavam indo embora. O restante do pessoal decidiu ir também.

*

— É tão estranho isso... E ao mesmo tempo tão libertador! - Disse Anna enquanto o grupo andava pela orla da praia após saírem do bar. — Em Cape isso nunca poderia ser real. Quando saía dos lugares tarde, pegava Uber e morria de medo. Até mesmo durante o dia, o medo era constante. E aqui eu estou tão livre! - Ela abriu os braços e sorriu olhando para o céu.

— E eu estou tão feliz por ter te conhecido! - Ale deu um abraço em Anna.

— Ei, pode adicionar mais gente nessa lista! - Falou Manu.

— Ah, eu que estou feliz por ter conhecido vocês! - A jornalista olhou para Caíque, que já a observava com um olhar denotando carinho. - Obrigada. - Ela sussurrou para ele, que sorriu.

Após caminharem mais um pouco, o grupo parou no calçadão.

— Até breve, galera! Adorei conhecer você, Anna! - Samuel acenou para o restante do pessoal.

— Tchau, gente! - Marcos e Manu falaram em uníssono.

Os três amigos atravessaram a rua e se dirigiram para um prédio pequeno de três andares, com um estilo bem praiano, de paredes brancas e com varandas relativamente grandes. Samuca e Marcos dividiam um apartamento e Manu morava no andar debaixo com a irmã mais nova.

Assim que os três amigos entraram no prédio, restou somente Caíque, Anna, Alessandra e Bernardo, caminhando lado a lado, nessa ordem, na orla da praia. Por um momento, o silêncio permaneceu. Não era um silêncio constrangedor, mas não chegava a ser algo confortável. Era uma ausência de conversa um tanto quanto estranha que, graças à animação de Ale, durou pouco tempo.

— Caíque falou que você tá morando na antiga casa da mãe dele.

— Sua mãe morava ali? Ela se mudou? - Anna perguntou curiosa, uma vez que não detinha conhecimento dessa informação.

Onde todo dia é verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora