Capítulo 05 - Hermione Granger

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Draco nunca havia estado ali, reparou que o quarto era um reflexo da dona. Possuía uma enorme cama no meio, com as cores da grifinória estampando o jogo de cama e cortinas. Uma pequena penteadeira cheia de perfumes e maquiagens, arrumados milimetricamente em caixinhas, estavam ao lado esquerdo do quarto. A castanha possuía uma enorme estante lotada de livros e um pequeno sofá ao seu lado. Previsível, pensou ao reparar no objeto. Possuía uma pequena cômoda de roupas, que deveria estar enfeitiçada, pois, era impossível caber tudo o que ela precisaria ali. Próximo a cômoda, ele notou uma pequena arara com uma seleção de peças, alguns vestidos e casacos. Por último, uma porta que deveria ser um banheiro. O que não passou despercebido pelo loiro era a enorme quantidade de fotos que a castanha possuía nas paredes; fotos sozinha, fotos de lugares e muitas fotos com os amigos. Principalmente com o Potter.

- Belo quarto, Granger. - elogiou sem se dar conta.

Sem saber ao certo o que falar, Hermione apenas agradeceu. Mas sabia que não era pelo quarto que o loiro estava ali.

- Já perguntei, Malfoy, o que quer ? - Questionei ele mais uma vez, mania irritante de não responder de primeira.

- Conversar, apenas isso - Disse se aproximando da garota, que instintivamente recuou. - Relaxa, já disse que vim em paz.- E se jogou na cama da castanha.

MAS QUE AUDÁCIA DESSE INFELIZ, QUEM ELE PENSA QUE É PARA SE ATIRAR ASSIM NA MINHA CAMA? pensei ficando muito irritada.

- Malfoy, eu não sei o que andou bebendo, mas você não tem o direito de entrar assim no meu quarto, por favor, vá embora - Pedi parando ao lado da porta e fazendo um sinal para que ele saísse.

A porta foi fechada magicamente, fazendo com que eu me assustasse, dirigi o meu olhar mais severo ao loiro, mas antes que pudesse falar algo, ele me impediu. Notei que era a terceira vez no dia que impediam que eu falasse.

- Granger, já disse que quero conversar. Apenas senta aí - falou indicando meu sofá. - Mas se preferir eu posso fazer com que fique quieta. - E se aproximou sedutoramente.

- NÃO! - Disse rápido demais e ele sorriu com o meu desespero. Sentei no sofá e esperei ele continuar.

- O Potter demorou para ir embora, o que tanto vocês conversavam, hein? - Ele questionou e engoli em seco. Será que ele tinha ouvido? Ou pior; será que ele sabia da aposta? - Ouvi uns gritos, mas não dava pra entender sobre o que vocês discutiam. - Admitiu o loiro, fazendo com que Hermione respirasse aliviada. A castanha decidiu manter o tom civilizado, afinal sua discussão com Harry era o bastante para um dia.

- Harry e eu apenas temos pontos de vista diferentes sobre alguns assuntos, apenas isso, Malfoy. - Respondi polidamente. - Satisfeito?

- E posso saber sobre o que vocês discutiam? - Draco estava se perguntando se Hermione falou para seus amigos sobre o beijo.

- Na verdade, não pode. - Respondi calma, mas muito irritada por dentro, mas não ia deixar ele notar meu nervosismo. - Não é da sua conta o motivo da minha discussão com o meu melhor amigo, Malfoy. Se era isso, por favor, saia do meu quarto. - Tentei mais uma vez fazer com que ele fosse embora. Draco se aproximou rapidamente, não dando tempo de Hermione fugir e a manteve no sofá enquanto olhava fixamente em seus olhos.

Mas não é possível que ele vai tentar ler minha mente mais uma vez, pensei passando de nervosa para putissima da cara.

- Malfoy, isso é muito rude, dá pra parar? - Pedi visivelmente brava.

- Parar com o que, Granger? - Ele se fez de desentendido, mas sabia do que a castanha estava falando.

Era a segunda vez que tentava ler seus pensamentos, falhando miseravelmente, de novo. Merlin, como pode ser tão boa em tudo? me questionei em pensamento. A verdade é que o loiro passou a prestar mais atenção em Hermione desde o dia anterior. E muitos episódios dos anos anteriores vieram a mente de Draco ao longo do dia. Episódios esses que demonstravam a Hermione que Draco nunca fez questão de conhecer e se amaldiçoou fortemente ao se flagrar observando- a durante o dia. Sabia que era seu aniversário e seria mais difícil se aproximar dela. Notou quando ela e Potter se afastaram do grupo depois de um recado que receberam de um garoto. Os seguiu até a estátua que levava a sala da diretora e esperou até que eles saíssem. Já estava impaciente quando uma garota se aproximou dele. Ele a reconheceu, mas não sabia seu nome, na verdade ele não se prendia a detalhes tão mínimos como o nome. A garota disse qualquer coisa, que ele não prestou muita atenção, apenas lançou seu sorriso sedutor, que sabia que a faria se derreter. Potter e Granger finalmente saíram da sala da diretora e ele pode notar um sorriso genuíno na face da castanha. A achou extremamente bela e ao notar esse pensamento tão involuntário, decidiu que iria usar a garota a sua frente para esquecê-lo.

Era muito fácil para ele conseguir alguma transa naquela escola. Bastava um sorriso, uma jogada de cabelo e elas estavam no papo. Com essa não foi diferente. Eles estavam saindo de uma sala vazia, quando Draco notou dois alunos brigando, ele ia ignorá-los quando viu Hermione se despedindo de seus amigos e seguindo na direção dos garotos. Sem nem pensar, se dirigiu para lá também.

Draco notou o modo como Hermione olhou para ele e para a garota que estava ao seu lado e sorriu internamente. Ouviu quando ela perguntou o que estava acontecendo, o que para ele parecia bem óbvio, eles estavam brigando, e foi o que respondeu. Se assustou, porém sem demonstrar, quando Hermione o respondeu educadamente que queria saber o motivo da briga. Quando ela questionou um dos idiotas o motivo, ele respondeu que o amigo o provocava alegando que ele não era bom com as garotas. Patético, e foi inevitável não rir . Se ele realmente fosse tão bom assim, não estava ali trocando socos e sim em alguma sala com uma garota. Granger pareceu não gostar da minha resposta, vi quando ela balançou a cabeça e tirou 20 pontos deles. 

Ela começou a se afastar de mim e eu não iria perder a chance de ficar sozinho com ela e provocá-la. Falei qualquer coisa para a Melanie (ou seria Caterine), sobre precisar falar com um colega e sai atrás da Granger. Notei que ela não estava longe e sem fazer nenhum barulho, me aproximei. Ela se assustou quando a virei e a questionei se ela estava fugindo de mim. Tentou desconversar e perguntar sobre minha acompanhante, notei seu tom debochado e resolvi irritá-la perguntando se estava com ciúmes. Ela riu e disse que só nos meu sonhos. Epa, achei uma brecha para falar da noite passada. Merlin, como ela fica linda assim, posso sentir que seu cérebro está trabalhando em uma saída para minha pergunta. Me aproximei mais ainda, pude sentir seu perfume, era doce, mas não enjoativo. Gostei, pensei. mas logo voltei minha atenção a ela, que disse algo sobre eu estar doente e colocou a mão na minha testa, a tirando rapidamente. Nisso notei um discreto colar em seu pescoço, era uma joia muito bonita e aparentava ser muito cara. Tinha as cores da grifinória, combinando perfeitamente com a dona. 

Estava na cara que aquela joia não era um presente do Weasley, ele não tinha dinheiro e nem gosto para aquilo. Poderia ser do Potter ou um namorado, uma vozinha irritante sussurrou em meu ouvido. Perguntei. Me arrependi. Seus olhos brilharam ao falar da pessoa que havia a presenteado. Senti uma coisa crescer dentro de mim e não resisti, a provoquei perguntando se algum pobre coitado tinha tido coragem de tentar algo com ela, mas ameaçando em pensando esse filho de um trasgo que eu nem conhecia e já odiava. Ela tentou mais uma vez se soltar de mim, ela sabia que eu era mais forte, qualquer tentativa era inútil. Resolvi que ela deveria experimentar essa maldita raiva que eu estava e fiz aquilo que sabia que a deixaria puta da vida e possivelmente me mataria assim que a soltasse. Indo contra todos os meus malditos extintos de sobrevivência, a puxei para um beijo. No início ela resistiu, senti que ela não estava entendendo o que acontecia, depois me socou um pouco, visivelmente irritada e por último, retribuiu. Não me contive e nosso beijo passou para frenético, possessivo. Eu não sabia ao certo que sensações eram aquelas, mas nunca as tinha sentido, eu poderia ficar ali para sempre, mas ouvimos um barulho e nos afastamos, não era conveniente se alguém nos pegasse naquela situação.

Minha respiração estava ofegante e vi que a dela também, parecia que estava tentando entender o que tinha acontecido. Os barulhos se tornaram mais altos, eu tinha que sair dali, mas não sem antes a provocar mais um pouco. Me aproximei de seu ouvido e disse com uma voz bem sexy, que sabia que levaria qualquer uma a loucura; "Feliz aniversário, Granger" e me afastei sem olhá-la, mas como eu queria me virar. Resolvi esperar na torre que dividimos, me deitei no sofá para espera-la, mas ela passou correndo, certamente com medo de me encontrar. E a sua coragem grifinória, Granger?!, pensei e sorri em seguida. Fiz menção de subir, mas algo me impediu, talvez minha consciência tenha voltado ao trabalho e ficava me falando que era a Granger, a Sangue-Ruim, melhor amiga do Potter. Não que eu ligasse para o fato dela não vir de uma família de bruxos, na verdade ela ser melhor amiga do Potter era o pior, além do mais os dois estavam sempre abraçados, demonstrando uma sintonia e cumplicidade, que confesso, era invejável. Não sei como a Weasley-fêmea lida com isso, mas se Hermione fosse minha namorada, os dois estariam a metros de distância. E como uma baque, minhas palavras caíram em mim. Mas eu nunca namoraria a Granger e ela nunca me namoraria. Ou namoraria? Esses pensamentos foram interrompidos pelo som dos amigos dela se despedindo. Restando apenas o Potter, como sempre, o último a deixá-la. Sério, era irritante, não era possível que eles tivessem tanto para falar. Ouvi quando eles, ou melhor, quando ele brigava com ela e pude ouvir meu nome algumas vezes. Restava saber se ela tinha contado ou não para seu precioso amigo sobre nosso momento algumas horas atrás. Subi para o meu quarto, falaria com a Granger amanhã e quando estava colocando a camisa do pijama ouvi Potter se despedir e sair do quarto dela. Não iria esperar e me certifiquei que ele tinha saído da torre e sem perder tempo, bati na porta.

A aposta: o que poderia dar errado?Onde histórias criam vida. Descubra agora