Capítulo 12 - I trust in you

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O resto das aulas passou de maneira lenta, até mesmo para mim, que aprecio cada oportunidade de absorver conhecimento. Após o sinal do término, me dirigi ao meu dormitório, alegando aos meninos que iria adiantar alguns deveres.

Evitando qualquer contato, subi diretamente para a torre dos monitores, ao entrar, notei que Malfoy estava na sala com Blás e Pansy, mas sem olhar nenhum deles, fui para o meu quarto. Tranquei a porta e rapidamente tirei o livro de dentro da minha bolsa, me jogando na cama, comecei a analisar o exemplar.

Respirando fundo, abri o livro e logo de inicio, notei que as palavras pareciam embaralhadas, como se não fizessem sentido. Forcei um pouco mais meus olhos e comecei a folhear as páginas, aos poucos as frases foram se ajeitando e pude entender o conteúdo.

O livro não tinha dedicatórias, parecia uma espécie de diário, me lembrando um pouco o livro de Newt Scamander, onde em cada capítulo, uma criatura diferente era abordada e continha os pensamentos do autor e alguns outros dados. O primeiro capítulo abordava as fadas, continha desenhos, que pareciam feitos pelo próprio autor, com base em suas observações, também haviam comentários e relatos das experiencias dele. Continuei folheando o livro a procura da criatura que havia visto na sala de DCAT, quando estava chegando ao capítulo 10, ouvi batidas em minha porta.

Rapidamente escondi o livro embaixo de meu travesseiro e me dirigi, um pouco irritada, até a porta. Com um breve suspiro a abri e encontrei Blás parado do outro lado, com um olhar levemente preocupado.

 - Oi, Hermis - iniciou meu amigo - vim ver se estava tudo bem.. você passou rápido pela sala e nem me disse oi - finalizou ele e pude sentir um tom magoado.

Sorri docemente para meu amigo, fazendo sinal para ele entrar em meu quarto. Blás se sentou em meu sofá e eu me juntei a ele com passos calmos. Blásio Zabine era muito mais do que demonstrou ao longo desses anos, criou uma máscara sonserina impecável, mas em seu íntimo, era um amigo preocupado e dedicado, que não mediria esforços para defender aqueles que eram importantes.

Estava de frente para meu novo amigo e percebi o quanto ele tinha se tornado importante para mim. Blás era um dos poucos que sabia a verdade sobre minha família, mas mesmo assim, não tive coragem de contar a ele tudo sobre mim. Eu estava inquieta com tudo o que tinha acontecido na aula de DCAT, comecei a ponderar se estava na hora de contar tudo ao meu amigo. 

Encarei Blás, quando o sonserino sorriu, me encorajando a colocar o que quer se passasse em minha cabeça para fora, sabia que poderia confiar minha vida a ele. Devia a ele muita coisa, Blás me auxiliou em momentos muito delicados, estava na hora de contar a ele.

- Blás, precisamos conversar - Iniciei e com um leve aceno das mãos, lancei um feitiço para trancar a porta, seguido de um abaffiato.

O moreno estava estupefato, mais uma vez, quando achava que não poderia se surpreender com a grifinória, ela vinha e colocava por terra todos os seus pensamentos

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O moreno estava estupefato, mais uma vez, quando achava que não poderia se surpreender com a grifinória, ela vinha e colocava por terra todos os seus pensamentos. Hermione Granger definitivamente era uma caixinha de surpresas. Ele sabia um pouco sobre as banshees, mas achava que nunca veria uma, ainda mais se tornar amigo, pois elas sempre foram descritas como criaturas malignas, até mais perigosas que qualquer Lord das Trevas. 

- Você está com medo de mim ? - Perguntei a ele, pois sabia da fama que tínhamos. 

Sempre guardei para mim essa parte mágica de minha vida, pois bruxas como eu eram extremamente raras no mundo atual, então seguindo os conselhos de Dumbledore, pouquíssimas pessoas sabiam de tudo  como a família  Weasley e alguns membros da Ordem. Ninguém nunca conseguiu mensurar a extensão de nossos poderes, nem nós mesmas, para ser honesta. Precisava tomar cuidado, pois os bruxos, assim como os trouxas, eram terríveis com tudo aquilo que eles temiam.

- Hermione, eu nunca teria medo de você.. - ele me disse de maneira calma, mas rapidamente completou - a não ser na semana de provas! 

Foi inevitável não gargalhar com o seu comentário, me senti mais leve com a aceitação de meu amigo. Logo Blás retomou a um semblante calmo, mas com um leve tom de receio me perguntou se poderia fazer algumas perguntas, respondi que poderia sanar quaisquer dúvidas que ele tivesse, afinal, a curiosidade deveria ser imensa, pois como eu disse, bruxas como eu eram extremamente raras.

- Como é.. sabe.. sentir.. - Blás não foi capaz de terminar a frase, porém, eu sabia do que ele falava.

- É difícil de explicar, mas basicamente, é uma sensação estranha... a pessoa simplesmente aparece em minha cabeça e eu sinto um aperto em meu coração - Claro que era mais complicado do que isso, mas foi a melhor maneira de descrever o sentimento. - eu não sei exatamente o que ou como vai ser, mas sei que algo ruim vai acontecer com essa pessoa.

Zabine estava em silêncio, provavelmente processando a informação e elaborando mais perguntas, que não tardaram a serem feitas. Ele queria saber qual a extensão da minha mágica, se aquilo que foi dito em aula era verdade. Praticamente ignorando as perguntas dele, respirei fundo e achei que precisava sondar o sonserino sobre o ocorrido na aula de hoje.

- Blás, o que você sabe sobre o professor Eastwood? - Indaguei meu amigo, pois se Elias estivesse metido em algo das trevas, a família Zabine poderia ter algum conhecimento.

- Na verdade não sei muito.. apenas o que todos comentam - iniciou - Elias trabalhava para o ministério, mas há boatos que ele se reportava diretamente ao Ministro, fazendo alguma pesquisa relacionada a criaturas mágicas. Depois de alguma missão, não muito divulgada, ele desapareceu e o ministério fez de tudo para apagar seus passos.

Refleti sobre o que ele comentou e finalmente comentei sobre aquilo que estava me deixando inquieta:
- Você acha que ele possa ter se metido com algum tipo de mágica das trevas? - Tentei parecer calma, mas senti que minha voz ficou mais baixa a medida que terminava a frase.

- Não sei, Hermis, mas se tem algo que aprendemos com essa guerra é que, certamente, as aparências enganam. 

Encarei Blás por alguns segundos, pensando em sua frase, meu amigo estava completamente certo. Conferi rapidamente meu relógio e notei que o horário para o jantar estava próximo, convidei Zabine para me acompanhar, mas ele disse que precisava passar em seu dormitório antes e assim, com um beijo em minha bochecha se despediu de mim.

Assim que a porta se fechou, voltei minha atenção ao livro, numa tentativa de obter uma ultima informação antes de ir jantar.

A refeição transcorreu normalmente, nem Harry ou Ron mencionaram o ocorrido de mais cedo, o que agradeci internamente, pois ainda não estava preparada para o que quer que tenha sido aquilo. Decidimos nos separar após o jantar, no qual Gina prontamente puxou Harry pela mão e com um sorriso, que evidenciava todas as suas nada puras intenções, se despediu. Como eu não estava no humor para ser vela, decidi voltar ao meu quarto para tentar decifrar mais o livro de Dumbledore.

Passei pelo retrato que levava a torre dos monitores e vi Malfoy deitado em nosso sofá, refleti por um minuto se deveria provoca-lo ou seguir para meu quarto. Aparentemente ele decidiu por mim:

- Sabe, Granger se você tirar uma foto, dura mais - ele me disse e deu seu característico sorriso de lado, marca registrada da sua canalhice.

Sorri ironicamente com seu comentário e olhando para ele, realizei um feitiço não verbal: "accio camera". Assim que minha máquina pousou em minhas mãos, comecei a fotografa-lo.

No inicio Draco se assustou com a ação, mas rapidamente recuperou sua pose Malfoy e começou a sorrir para a câmera.

- Sabe, Granger, não lembro de ter dado autorização para me fotografar... - disse se aproximado e me colocando contra a parede com uma mão em minha cintura.

Estreitei meu olhos para ele e rapidamente rebati:

- E eu não lembro de te dar autorização para encostar em mim, Malfoy - disse mas sem cortar a proximidade entre nós. E sem dar tempo para ele responder, o beijei.

A aposta: o que poderia dar errado?Onde histórias criam vida. Descubra agora