Capítulo 15 - Be careful

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Despertei de maneira abrupta e consequentemente, acabei acordando Malfoy, que ainda me mantinha em seu peito de forma protetora. Ele me olhou levemente assustado, mas logo recuperou sua pose calma. 

- Sinto muito pelo susto - disse levemente envergonhada - tive um pequeno pesadelo e...

Antes que eu pudesse terminar, ele me interrompeu:

- Tudo bem, eu acho que peguei no sono também.

Quase que instintivamente me aproximei de Draco, algo em mim pedia por um beijo, quase como se eu dependesse daquilo. Ele rapidamente entendeu o que eu queria, como se tivesse lido os meus pensamentos e tivesse o mesmo anseio. Eu perdi completamente a noção do que estava a minha volta, naquele momento não importava quem ele era e quem eu era. De alguma maneira, eu sentia que estava no lugar certo e com a pessoa certa. Nosso beijo era algo inexplicável, jamais tinha sentido isso, confesso, estava assustada, mas não queria sair dali. Infelizmente, o universo não estava disposto a me ouvir.

- Ér... pessoal, o quarto é lá em cima...- Olhei para a porta e encontrei uma ruiva sorridente.

Draco e eu nos olhamos um pouco assustados pelo flagra, mas o sonserino rapidamente recuperou sua pose e prontamente respondeu:

- E a torre da Grifinória é do outro lado, Weasley. 

Gina lançou um olhar travesso ao sonserino, ela estava pronta para rebater seu comentário, quando, no ultimo instante desistiu e se virando para mim, perguntou:

-Mionezinhaaaa - quando ela começava assim, era porque iria me pedir algo - será que você poderia me emprestar sua câmera? A polaroid, quero fazer uma surpresa para o Harry...

O que será que a ruiva iria aprontar para o meu melhor amigo, Harry e Gina formavam um lindo casal, eles eram parceiros, depois da guerra, a relação deles apenas cresceu e se tornou mais forte.

- Claro, Gina, pode pegar lá no meu quarto, mas falando no Harry, cadê ele? - Perguntei a ruiva enquanto saía do colo de Draco.

- Ah, Harry ficou conversando com o Professor Eastwood, ele nos encontrou no corredor e pediu para falar a sós com Harry - Disse a ruiva de maneira despreocupada.

Naquele instante meu coração parou, não era possível que aquele cara já estava em cima do Harry, agora que tínhamos superado a ameaça que era Voldemort outro maluco já tinha tomado posse. Sem nem pensar duas vezes, saí correndo da sala comunal, pude ouvir ao fundo os gritos da ruiva perguntando o que estava acontecendo. Avancei pelos corredores tentando me concentrar em localizar meu melhor amigo pelo castelo. Conforme avançava, conseguia sentir sua presença mais forte. 

Finalmente encontrei os dois conversando próximos a uma sala de aula, respirei fundo e sorrindo falsamente disse:

- Harry, te achei! - me aproximei dos dois me posicionando entre eles - Gina está te procurando, ela me disse que precisa da sua ajuda para discutir alguma coisa relacionada ao próximo jogo.

- Senhorita Granger, que prazer em vê-la - Elias me olhou sorrindo - estava agora mesmo falando com o senhor Potter sobre os feitos de vocês dois na guerra, extraordinários para dois adolescentes...

Elias nos olhava de uma maneira intensa, no mesmo instante fechei minha mente e mentalmente disse a Harry para fazer o mesmo, meu melhor amigo tinha aperfeiçoado bastante suas habilidades de oclumência ao longo dos últimos anos.  Retribui o olhar intenso do professor, mas não tentaria ler sua mente, seria inútil e um desperdício de energia.

- Obrigada professor, nós três conseguimos juntos escapar de muitas coisas, mas o principal foi alcançado, derrotamos Voldemort e qualquer ameaça a paz bruxa. - Disse olhando de maneira firme a ele.

- Sem dúvida, Senhorita - ele disse sustentando o olhar - Vocês certamente livraram o mundo bruxo de uma grande ameaça. O senhor Potter realmente estava com ótimas companhias, ouvi muitas histórias sobre seu potencial, senhorita... nascida trouxa, certo? - continuou enquanto se aproximava mais de mim e Harry.

- Exatamente, professor, ambos os meu pais são trouxas - falei assumindo uma posição mais defensiva, sabia que ele deveria ser um bruxo muito poderoso, ele não seria burro de nos atacar no castelo - quantos aos elogios, agradeço, mas acredito que sejam um tanto quanto equivocados. Gosto de estudar, acredito que nossos maiores aliados sejam os livros.

- Entendo, me falaram também que é a melhor em classe, muito aplicada e sempre disposta a ajudar os colegas, uma verdadeira grifinória - ele disse e chegando mais perto ainda disse de forma baixa - disposta inclusive a dar a vida por seus amigos. 

Nesse momento, assumi totalmente a postura defensiva e fiquei mais perto ainda de Harry, me controlei para não deixar transparecer nada, rapidamente "disse" ao meu melhor amigo que tínhamos que sair dali naquele momento.

No mesmo instante Harry seguiu com a minha desculpa sobre a Gina e nos despedindo do professor, voltamos a torre dos monitores. O trajeto foi silencioso, com nós dois completamente atentos ao ambiente a nossa volta, mas sabia que ele queria uma explicação para meu aparecimento repentino e para a última fala do professor. Quando chegamos a torre, Gina estava sentada no sofá nos esperando, com um olhar um tanto quanto preocupado. Não a culpava, saí dali como uma louca, sem nem dar explicações a minha amiga.

Me desculpei com a ruiva por sair correndo assim, enquanto falava com ela, notei que Draco não estava mais na sala e me perguntei internamente para onde ele teria ido, mas afastando esse pensamento, voltei a atenção aos meus amigos, que aguardavam uma explicação. 

Rapidamente expliquei tudo a eles sobre o meu sonho e contei a Gina sobre a aula de DCAT, a ruiva ficou mais preocupada ainda e disse que precisávamos ir até Mcgonagall imediatamente, pois Eastwood era claramente uma ameaça. Harry concordou com a namorada, mas eu ainda não estava pronta para partilhar isso com a Diretora, porque sabia que Elias era uma ameaça aos bruxos e se ele estava atrás de mim, para algo bom não seria. O melhor era manter a discrição e fingirmos não saber de nada até descobrirmos mais sobre o que ele planejava. 

Prometi aos meus amigos que assim que descobrisse mais iria até a sala da Diretora, mas que por enquanto, precisava da ajuda deles para ficar de olho no professor. Também prometi procurar algum feitiço de proteção, pois se Elias queria chegar até mim, usar meus amigos seria o caminho mais fácil. Pedi a eles que conversassem com Ron e Luna enquanto eu falaria com Blás para eles terem cuidado ao se movimentarem pelo castelo, sugeri que utilizássemos as moedas da Armada para nos comunicarmos de forma discreta.

Me despedi de meus amigos e segui para o quarto do loiro, cheguei a conclusão de que, se alguém soubesse algo sobre Eastwood, certamente seria a família Malfoy. Não custava nada sondar Draco e descobrir o que ele sabia. Após a terceira batida, o loiro abriu a porta e pude notar um leve sorriso ao me ver.



A aposta: o que poderia dar errado?Onde histórias criam vida. Descubra agora