Um capítulo mais tranquilo com uma trégua Zurena, desculpem o sumiço. Estou total bloqueada ultimamente para escrever mas espero que gostem da atualização.
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MACARENA POV
Sua voz serena e seu olhar sincero me pedindo pra ficar causou um efeito até então desconhecido em meu corpo, minhas pernas formigavam levando uma certa eletricidade para minha região íntima fazendo meu interior pulsar, senti meus calcanhares levantando levemente fazendo meu corpo inclinar para frente em busca de mais contato com ela, nessa hora meu cérebro venceu trazendo meu corpo de volta e grudando meus pés no chão, não poderia ultrapassar nossos limites agora. Os limites dela, porque me parece que os meus já foram deixados para trás faz tempo. Me recomponho na tentativa de equilibrar as diversas sensações que passeiam em meu corpo nesse momento.
— Eu fico! – meu sorriso se abriu instantaneamente e pude ver que ela me devolveu um meio sorriso, o que já é um avanço em comparação a como estávamos antes. Meus olhos passeavam pelo seu rosto observando os detalhes, era adorável como ela ficava quando estava mais calma e me lançava esses olhares tímidos de vez em quando, se ela fosse assim dentro da prisão certamente não duraria uma noite. Meu sorriso se alargou mais com o pensamento, não por pensar nela morta, mas em perceber que Zulema também poderia ser uma pessoa doce, que ali no fundo daquela fortaleza imbatível que ela montou em volta de si, existia alguém que também era vulnerável por dentro.
— O que? - ela sorria um pouco mais agora com o olhar curioso e divertido.
— Que? - questionei de volta ainda de frente sem cortar o contato visual.
— O que você pensando? - ela sorri um pouco mais.
— Em nada...
— Por que você está me olhando assim? - Deus... devo estar com a cara de maior idiota do mundo.
— Por nada – respondi tentando me concentrar para não entrar naquele transe novamente — vou desfazer a mala – corto imediatamente o contato visual e me viro indo em direção ao lado oposto sem nem olhar para trás. Que porra foi essa? Penso internamente em conflito com meus pensamentos e ações.
— Vou esquentar a comida você quer? - ouvi sua voz perguntando.
— Quero sim – respondi sem olhar para trás, meu sorriso entregaria que estou mais que feliz por essa trégua. Espero que as coisas permaneçam assim de hoje em diante.
Depois de guardar minhas coisas e ajudar Zulema a organizar a mesa do lado de fora da caravana, estava agora sentada saboreando a comida que ela havia preparado para o almoço que com toda a briga foi esquecida. Certamente a cena não é bonita, porque estou comendo como se aquele prato fosse criar pernas parar correr para longe de mim, a verdade é que amo quando ela cozinha, já que eu não sei nem ao menos identificar o que seria um ponto de fervura da água para fazer um arroz. Já ela tinha um dom magnífico para culinária, principalmente quando fazia comidas típicas árabes. A mistura de sabores, o tempero, cheiro e texturas me tornaram uma grande fã dessa cultura, vez ou outra experimentamos comidas árabes de restaurantes que pedíamos por delivey, mas para mim não é a mesma coisa, a comida não tem o mesmo sabor que a dela, que vai além de um simples preparar de um prato. Existe todo um ritual de respeito e amor por suas origens, e ela sempre faz questão de usar métodos tradicionais no preparo e de sentar a mesa, mesmo que estivéssemos brigadas ou distantes, e eu sempre a acompanho, esse é mais um dos meus momentos favoritos dessa convivência.
— Está incrível Zulema! - pausei minha concentração nessa maravilha para elogiar, hoje ela merecia.
— Estou percebendo... – ela deu um breve sorriso vitoriosa.
— Sério, você poderia facilmente ter sido uma chef de um restaurante mas decidiu ser uma criminosa ultra perigosa – sua risada agora foi audível e entrou em meus ouvidos como uma música agradável, Deus...
— Pense bem Rubia – o apelido está de volta — se eu não fosse uma criminosa a gente não teria se conhecido.
Percebo suas bochechas ficando coradas assim que terminou a frase, apostaria tudo que tenho na certeza de que ela se arrependeu do que falou, nossos olhos se conectaram novamente e estou presa outra vez em seu olhar, em um transe que me faz querer mergulhar ali dentro, além da vontade insuportável de chegar perto, quero tocar seu rosto, se não fosse a mesa entre nós colocando uma distância dessa vez meu desejo ultrapassaria a razão, sinto necessidade de um contato mais físico, quero passear com meus dedos entre as formas de seu rosto, gravar em mim um pouco mais dela, talvez encaixar o pedaço que me falta.
— Por que você está me olhando assim? - a mesma frase em um curto espaço de tempo e eu imagino o quanto devo estar vermelha agora de vergonha.
— Não é nada! - minha voz saiu quase como em um sussurro e abaixo a cabeça encarando o prato vazio como se tivesse algo de muito interessante ali.
— Então para de me olhar assim – ao ouvi-la levanto a cabeça com curiosidade encontrando seus olhos verdes.
— Assim como? - temia sua resposta.
— Como se estivesse apaixonada... ou algo do tipo – senti meu coração pular uma batida, a fisgada brusca em meu peito me fez buscar ar em meus pulmões exigindo um pouco mais de forma que o habitual, meu peito subia e descia com minha agitação entregando de bandeja meu nervosismo diante da situação. O quesito paixão não tinha passado em nenhum momento por minha cabeça, até esse exato momento. Em segundos meu cérebro fez um mapa mental analisando minhas ações, sentimentos e desejos que estavam fora do normal nos últimos meses e decretou minha sentença. Eu estava completamente apaixonada por essa mulher.
Eu estou apaixonada por Zulema Zahir.
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Odio que no te odio | ZURENA
RomanceMacarena vê seus dias de convivência indo por água a baixo após se sentir frustada com as tentativas de iniciar uma relação mais amigável com Zulema, mas durante esse processo ela fará uma descoberta que pode mudar sua perspectiva das coisas e diant...