Capítulo 4

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Aviso desde já, não me matem HHAHAHA

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MACARENA POV

Saí daquela conversa com a maior cara de pau do mundo e literalmente me fazendo de doida, não precisava dar nenhuma satisfação a ela, estou mais preocupada com processo de aceitação desse sentimento que agora tinha nome e motivação. Girei a maçaneta entrando no banheiro, tirei as peças de roupa, em segui liguei o chuveiro deixando a água escorrer por todo meu corpo, inclinei a cabeça pra trás passando as mãos por meu cabelo, queria que essa água entrasse pelos poros e levasse aquele sentimento pra fora de mim. Estar apaixonada por Zulema é o mesmo que desejar sofrer, primeiro pelo fato de que ela nunca deveria saber disso, iria contra mim ou poderia usar isso para algum benefício próprio e esse segundo item me apavora. Em segundo, não seria recíproco, ela literalmente me chutaria para bem longe me fazendo acordar dessa ilusão com o impacto da minha queda ao chão, ou seja, essa mulher novamente vai tirar meu sono, achei que essa fase tinha acabado quando deixei de ter medo dela.

Termino o banho após alguns minutos, visto meu pijama, um conjunto verde claro de shorts e camisa com mangas compridas, em seguida escovo os dentes e depois prendo o cabelo em um coque frouxo e saio do banheiro segurando a toalha e as roupas sujas. Deixo tudo no cesto do lado de fora do banheiro e caminho para cama, instantaneamente meu corpo gela por inteiro ao me lembrar que provavelmente dividiríamos a mesma cama, não estamos mais em guerra e ela não tinha porque dormir no sofá do lado de fora ou iria para algum hotel como fazia de costume nessas situações. Estou parada na metade do percurso pensando no que fazer, ela passa por mim com sua toalha em direção ao banho. Respiro fundo e decido encarar o meu destino, talvez eu consiga dormir antes que ela volte e não precise lidar com isso.

Deitei de lado pedindo a Deus que o sono me consumisse o mais rápido possível mas foi em vão, alguns minutos a vejo se aproximar deitando de frente pra mim.

— Boa noite Rubia – ela me cumprimenta sonolenta e em poucos instantes seus olhos fecham, a levando a um sono profundo. Não julgo, foram dias intensos e meu corpo também está cansado, mas no meu caso o coração está frenético, certamente passarei muitas noites em claro.

— Boa noite Zulema... - respondi baixinho mesmo que ela não pudesse me ouvir, agora posso analisar seu rosto como gosto de fazer sem receber perguntas, sua expressão está tranquila, parece estar em um sono profundo e relaxante, como eu desejaria estar. Suas mãos estão debaixo de seu rosto e ela está deitada de frente pra mim, ao meu olhar parece encantadora, vejo um pedaço de sua tatuagem na maçã de seu rosto e lembro que queria ter estado no momento que ela fez, anotei mentalmente para perguntar sobre isso depois. Meu olhar agora decai sobre a estampa de Frozen na sua camisa preta, meu sorriso se alarga com a recordação do dia que ela me pediu para ir ao cinema junto com ela ver a estreia do filme, viver com Zulema era assim, tudo poderia acontecer. Sua estranha obsessão por esse desenho formava um contraste curioso em relação a sua personalidade e é mais uma coisa me encanta nela, essas peculiaridades que só ela tem.

Vejo sua pele se arrepiar devido a temperatura que começa a baixar na madrugada e levanto o tronco o bastante para alcançar a coberta e nos cobrir. Sim, dividíamos o mesmo cobertor, aproveitei a proximidade de minha mão com sua cabeça para tocar levemente a ponta de seu cabelo, estava totalmente sedenta por consumir essa droga que é minha morte e minha vida ao mesmo tempo, não era apenas um desejo carnal, queria tê-la completamente pra mim. Afasto as mãos ao sentir seu corpo começando a se movimentar, fechei meus olhos por alguns instantes e depois abro novamente percebendo que ela não acordou, permaneço dessa forma, admirando tudo nela até sentir minhas pálpebras pesando e o sono tomando conta de mim.

Odio que no te odio | ZURENA Onde histórias criam vida. Descubra agora