Sempre que tento atualizar aqui acontece alguma coisa, tô a um fio de desistir!
Gostaria de ter escrito mais, porém não queria estender mais a atualização. Enfimm, segue o capítulo e não me matem!!!!
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POV NARRADOR
Os últimos três dias foram bastante agitados, com a cirurgia marcada, elas precisaram organizar algumas coisas para a internação de Zulema, como documentos, consulta com anestesista, alguns exames de avaliação e a procura por um lugar onde iriam ficar durante a recuperação da morena.
Segunda-feira - 4 dias para cirurgia...
Macarena sentiu um fio de claridade incomodar seus olhos, girou o corpo e deitou de costas para a janela, esticou o braço ainda com os olhos fechados apalpando o colchão e sentiu a cama vazia, abriu os olhos lentamente e percebeu que Zulema não estava. Já não estavam morando na caravana, por sorte, conseguiram alugar um apartamento em um condomínio pequeno perto do hospital, tão perto que Macarena conseguiria visitar Zulema a pé. A nova morada era aconchegante, com paredes claras e móveis de madeira, algumas plantas decoravam o local e a decoração transmitia uma sensação de tranquilidade. A antiga moradora era uma senhora de 75 anos que tinha falecido, os herdeiros eram ricos, então não tinham muito critério para se desfazer do apartamento, o que foi perfeito para elas.
A loira levantou da cama, pegou o celular para ver as horas, 6:15 da manhã, franziu a testa em estranhamento, uma hora dessas Zulema deveria estar em sono profundo por causa da medicação. Levantou da cama e saiu do quarto em busca da morena, o cômodo seguinte era a sala, Zulema não estava, na varanda também não, olhou na cozinha e nos banheiros e nada dela, decidiu voltar para o quarto para ligar, quando ouviu o barulho da porta abrir - Zulema onde você estava? - a voz saiu um pouco mais alterada do que ela gostaria.
- Por quê você está nervosa? Só fui dar uma volta - a morena jogou o chaveiro com as chaves em cima do sofá e passou direto por Macarena indo direto para o quarto. A cara séria e a voz seca entregavam que ela não estava com paciência.
- Não posso perguntar onde você estava? - a loira seguiu atrás dela questionando, Zulema não respondeu, se despia com a intenção de ir ao banho - Zulema? - a voz de Macarena subiu mais um tom, agora de fato estava nervosa.
O clima estava tenso desde a noite anterior, quando Zulema fez a mesma coisa, saiu por horas sem avisar deixando a loira preocupada, tal ação não ajudava muito. O subconsciente de Macarena quando achava alguma brecha, sempre trabalhava na hipótese de que a qualquer momento Zulema iria desaparecer de sua vida. Tempos atrás essa ideia era seu sonho de realização pessoal, atualmente, pensar nisso fazia seu coração doer.
- Fui dar uma volta, já respondi - disse sem demostrar nenhuma emoção ou alteração de voz. Recolheu a roupa do chão e entrou no banheiro.
- E ontem onde você estava? Vai virar rotina você sair sem avisar? - ela entrou no banheiro seguindo a morena, que iniciou o banho ignorando a presença de Macarena dentro do cômodo.
A loira saiu do banheiro marchando com pisadas pesadas, como se descontasse toda a raiva e frustação no chão do apartamento e sua fúria era tão grande que certamente seria capaz de causar um buraco nele. Andou pela sala de um lado a outro, sentia uma ansiedade subir por suas pernas, não conseguia se acalmar e muitos menos sentar, porque precisava resolver as coisas. Essa impulsividade já tinha causados muitos problemas no passado e hoje não seria diferente, sabia que pressionar Zulema não era a melhor das opções, pois ela tinha o tempo dela e ele sem dúvidas era mais lento que o seu. Mas esperar não é o forte de Macarena, assim que a morena apontou na sala, sua boca se abriu para despejar palavras.
- Sua bipolaridade não vai ajudar nessa convivência - conseguiu a atenção de Zulema que a olhava com a testa franzida - dias atrás você dizia que me amava e desde quando chegamos aqui você mudou o comportamento, se for ansiedade ou nervosismo por causa da cirurgia eu vou entender, mas preciso que você fale comigo.
- Deixa eu ver se entendi... vou deitar em uma mesa de cirurgia, vou deixar uma pessoa abrir minha cabeça e mexer nela, sem saber o que vai acontecer comigo depois disso e eu tenho que me preocupar com o que você precisa? - o tom hostil estava presente na voz de Zulema e as coisas começaram a tomar uma direção inesperada.
- Você está distorcendo as coisas, não foi isso que quis dizer. Caramba não é tão difícil! Vivemos juntas e justamente por causa da cirurgia estou preocupada com esses sumiços, você pode conversar comigo, como já fizemos antes! - Ela tentava se explicar, mas a discussão já tinha sido inflamada o suficiente para não ter volta.
- Era mais fácil me relacionar com Hanbal! Eu ligava, dava ordens e ele obedecia, sem conversas longas, sem discutir relação... - a boca de Macarena abriu em um O de surpresa, de todas as coisas que ela poderia dizer, se desfazer de tudo que elas construíram até ali foi um golpe duro - sabe Rubia, isso aqui nunca iria dar certo! Essas coisas de relacionamento não funcionam pra mim.
Escutar o apelido da boca dela nunca tinha sido tão amargo, Macarena sofreu muito na vida, muitas coisas a fizeram sentir uma sensação de perda, de dor, mas nenhuma delas foi tão decepcionante quanto perceber que Zulema não iria mudar, se perguntava se a morena tinha escutado suas próprias palavras, que contradiziam todos os desejos que ela mesma citou, de viver uma vida juntas, de construir um futuro. Aquilo estava doendo demais até para criar uma esperança de que a reação da morena era derivada de uma crise, doía ao ponto de não conseguir encarar o rosto dela, obedeceu ao comando de suas pernas e saiu do apartamento com passos apressados, bateu a porta atrás de si e desceu as escadas. Chegou até a portaria e notou a cabine vazia, entrou ali, fechou a porta, sentou na cadeira e discou alguns números no telefone.
- Você tinha razão - falou ao perceber que a ligação tinha sido atendida - ela nunca vai mudar, eu estava agindo como uma idiota! - as lágrimas escorriam em seu rosto uma atrás da outra e ela limpava cada gota tentando conter a enxurrada que caia de seus olhos, sem obter muito sucesso.
- Maca... - seu irmão não sabia o que dizer, até mesmo para alguém que se pudesse mataria Zulema com as próprias mãos. Ele sabia da situação das duas, Macarena contou há poucos meses quando se encontraram, ele não aceitou, não concordava, mas decidiu não interferir na vida da irmã.
- Vou aceitar sua proposta, não vou conseguir levar isso adiante! - Román ofereceu a Macarena a chave e os documentos da casa de seus pais, para que ela morasse lá, ou vendesse para comprar outro imóvel.
- Me diz seu endereço, vou enviar por um motoboy, assim você pode sair daí o quanto antes - Macarena obedeceu e ditou os dados para que ele anotasse.
- Mas não posso ir por esses dias, não posso deixá-la sozinha agora... não consigo!
Román não entendia, ninguém conseguiria entender e Macarena odiava não conseguir odiar Zulema.
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Odio que no te odio | ZURENA
RomanceMacarena vê seus dias de convivência indo por água a baixo após se sentir frustada com as tentativas de iniciar uma relação mais amigável com Zulema, mas durante esse processo ela fará uma descoberta que pode mudar sua perspectiva das coisas e diant...